8. My loneliness is killing me

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ntretanto, as afastei, mantendo-as juntas do corpo dele. Insistentemente, ele as pôs de novo ali. Tirei-as novamente.
- Qual o problema?
- Shh, você não pode falar.
- Que?
Coloquei o dedo sobre a boca dele.
- Sem falar. Sem tocar. Sem reclamar.
Ele pareceu me analisar antes de assentir, deitando a cabeça completamente no travesseiro. Sorri porque ele me deixou tomar de vez o controle. Como recompensa, dei um beijo no maxilar dele. Percebi que aquela camiseta inútil ainda cobria ele, não demorando para arrancá-la e começar a distribuir chupões pelo abdome definido dele. Era meu prazer culposo. Desabotoei a calça dele, abaixando-a até os tornozelos, sentando-me sobre o volume crescente no meio das pernas dele.
Jungkook me encarava antecipando o que viria em seguida, por isso, tratei de fazer o oposto. Me levantei, tirando minha roupa, deixando apenas minha lingerie azul - a única que eu tinha.
Sentei-me sobre a coxa dele, o contato fazendo-me arfar. Era uma sensação nova que eu definitivamente queria me aprofundar em. Busquei por apoio no abdome dele, começando a me mexer, buscando fricção. Ele continuava a me observar avidamente. Eu mordia meu lábio inferior para não ser barulhenta. Poderia ser um problema. Após um tempo, senti meu clímax se aproximando, então simplesmente continuei. Eu merecia aquilo. O ponto escuro na cueca verde dele me indicava que ele estava gostando, então prossegui, prossegui, prossegui até me desfazer completamente em cima dele, lutando para permanecer em pé. Pela enorme mancha na roupa íntima, eu podia dizer que ele também tinha atingindo o seu ápice. Sorri, me debruçando sobre ele, ouvindo o coração acelerado contra meus ouvidos. O beijei suavemente por um tempo até sentir que ele dava sinais de vida novamente. Me recompuz, finalmente dando atenção para a necessidade dele, livrando-o de sua prisão de algodão.
Fiz o que ele gostava porque embora tentasse negar, eu era uma boa garota. Não conseguia negá-lo quase nada. Ver a expressão de prazer no rosto dele e suas mãos apertando os lençóis com força valia a pena. Parei, entretanto, quando senti que era a hora. Um Jungkook ofegante estava embaixo de mim.
- Posso dizer uma coisa?
- Não deveria, mas pode.
- Você melhorou bastante.
Dei de ombros, me posicionando sobre ele.
- Se chama prática. Também tive um ótimo professor.
Ele sorriu, seu sorriso quase derretendo meu coração, mas logo se desfez quando me encaixei nele. O olhar de predador pronto para caçar sua presa indefesa voltou aos olhos cor de café dele, que me fitavam impiedosamente. Eu me apoiava nos ombros dele, que mordia meus pulsos e também os beijava. Cansada de ficar sozinha, peguei as mãos dele e as pus onde ele gostava; em meus quadris. Ele respondeu positivamente, me puxando contra si com força, arrancando um gemido animalesco do fundo da minha garganta.
Mais alguns minutos e nós dois nos despedaçamos um no outro, o cansaço comendo nossos corpos sem piedade. Me deitei nele, que acariciava meu cabelo, tentando esconder seus sentimentos, mas falhando miseravelmente. Minha respiração batia na clavícula dele, e eu percebi que não havia outro lugar onde eu preferiria estar. Estávamos atados um ao outro, enrolados por linhas de prazer físico e emocional, presos em um sentimento proibido e viciante. Sem falar mais nada, saí de cima dele, movendo-me para o lado. Ajeitei as alças do meu sutiã, respirando fundo e ignorando a vontade de chorar que de repente me atingiu. Eu tentei engolir aquelas lágrimas, mas não consegui. Pra falar a verdade, eu não fazia a menor ideia do porquê de estar chorando, mas estava. Jungkook percebeu, virando-se com o olhar confuso e preocupado na minha direção.
- (s/a), o que foi?
Não respondi, apenas funguei, sentindo as mãos fortes dele me puxarem pra ele.
- Tá tudo bem?
Assenti, limpando minhas lágrimas no cobertor de super herói dele.
- Por que você tá chorando? Eu fiz alguma coisa de errado? Te machuquei?
- Eu só tô feliz, Kookie.
- Para de chorar, me deixa nervoso. Parece que você está triste. Não gosto de te ver triste.
Sorri, me aninhando contra o braço dele, que aproveitou para me puxar pra mais perto. Era a primeira vez que ficávamos daquele jeito. Ele não me olhou por um bom tempo até desistir de me evitar. Me pegou desprevenida, puxando-me para mais um beijo calmo, que lentamente foi se aprofundando até ficar evidente que haveria um segundo round. Ele desceu os beijos pelo meu corpo, maximizando minha felicidade conforme eu apertava seu rosto contra minha parte sensível.
Daquela vez foi tão delicado.
Tão sensível.
Tão doce.
Era palpável o que se sentia ali, o ar tinha cheiro de nós dois, o quarto para sempre ficaria marcado como um quarto onde dissemos um para o outro como nos sentíamos, mesmo que sem usar palavras. Ele me segurou com força, parecendo que nunca me soltaria, e eu agradeci por isso. Jungkook se apoiou em meu tronco, respirando fundo quando em contato com a minha pele.
- Por que? - Ele perguntou.
Eu o encarei sem entender as palavras repentinas.
- Por que, dentre seis bilhões novecentos e noventa e nove milhões novecentos e noventa e nove mil novecentos e noventa e nove pessoas no mundo, eu fui me apaixonar logo por você?
Embora a fala parecesse cruel, eu entendi o que ele quis dizer. E eu concordava.

- Isso aqui é pra que?
Ergui a folha dura de papel, tão dura que poderia ser usada como porrete.
- Desenho técnico de anatomia.
Ele ainda estava esparramado na cama, embora parcialmente vestido. Eu usava uma camisa dele com estampa dos Beach Boys, que eu tomava como uma forma de carinho extrema.
- Você tem que ficar desenhando com pessoas peladas na sala?
Jungkook riu.
- Infelizmente.
- Credo, eu só consigo imaginar.
- Nem imagine, a imagem pode de deixar sem dormir por oitenta anos.
Quem riu daquela vez fui eu, pegando a pasta de desenhos e observando os traços suaves porém lindos dele. O talento era nato. De repente, meus olhos pararam em uma série de esboços que reconheci imediatamente como sendo partes de mim. Meus olhos estavam arregalados enquanto eu admirava meus traços de formas tão lindas colocadas no papel.
- Eu tenho que ser preciso, me perdoe.
Virei a folha pra ele, que ficou vermelho no mesmo instante e começou a gaguejar.
- Me desculpa, eu... Eu...
- Não se desculpe por isso. São lindos! Eu estou sem palavras.
- Você gostou? - Os olhos dele brilhavam.
- Eu amei. Você é muito talentoso.
Ele sorriu enquanto eu me aproximei, segurando-o pelas bochechas, sacudindo-o.
- Quem diria? Jeon Jungkook é um fofo.
- Aish. - Ele se soltou. - Fofo não, artístico.
- Meninos que são artísticos são fofos. Eu considero uma qualidade e tanto.
- Pelo menos isso. - Eu sentei no colo dele, sem segundas intenções, entretanto. - Imagina só, que horror, não ser uma qualidade aos seus olhos.
- Não consigo dizer se você está sendo irônico ou não.
Ele entrelaçou a mão com a minha, fazendo meu coração disparar a ponto de ser escutado de longe.
- Não estou. Eu realmente me importo com o que você acha.
- Não é tão importante assim.
- Pra mim é.
- Pois bem, na minha concepção, você só tem um defeito.
Era mentira, eu achava que ele não tinha nenhum.
- Qual?
- Você nunca mais me chamou pra ir no McDonald's.
Ele gargalhou, apoiando sua testa na minha, a respiração quente batendo. meu rosto. Obviamente, selou nossos lábios em um beijo suave, como aquele dia estava sendo.
Infelizmente, durou pouco.
Três segundos depois uma voz abrindo a porta se fez presente, não dando tempo de nos separarmos efetivamente.
- Pra que trancar a porta, hein, meu parceiro? Tá com algum...
Taehyung nos notou ali. Nós nos viramos com pavor nos olhos pra ele, que estava boquiaberto.
- Problema? - Ele terminou a frase.
Saí de cima de Jungkook, que se levantou para andar comigo na direção do ruivo.
- Mas... Mas... Que?! - O tom dele foi aumentando conforme chegávamos mais perto.
- Tae, fica calmo - eu pedi.
- (s/n), isso tá mesmo acontecendo ou eu tô delirando?
- Tá acontecendo - Jungkook respondeu, recebendo um olhar furioso meu como resposta. - É melhor falar a verdade do que ficar mentindo.
- Há quanto tempo?!
- Três meses.
Taehyung arregalou os olhos.
- Puta que me pariu, hein. Eu não estava pronto pra enxergar minha melhor amiga e meu melhor amigo se beijando.
Eu mordi meu lábio, sem saber o que fazer.
- Mas não vou julgar - Tae continuou. - Nem interferir em nada. Podem continuar sem problemas. Tem todo o meu apoio.
Respirei aliviada.
- Escuta, hyung, você não pode contar pra ninguém, ok?
- Espera... O Jimin ainda não sabe?
- Não...
- CARALHO QUE ME FODA - ele gritou.
Pulei em cima dele e tapei a boca dele, que se remexeu debaixo do meu toque suave em seu cabelo colorido. Encostei minha cabeça na dele, numa tentativa de fazer ele parar de resmungar.
- Vai ficar tudo bem, TaeTae.
Ele finalmente parou de resmungar e eu pude tirar minha mão da boca dele.
- Não contar pra ele é sacanagem.
- Você conhece o Jimin, sabe como ele é. Imagina o nível da merda se ele soubesse.
- Ah, Deus. Agora eu tô enfiado nisso.
- É só você não comentar com ninguém.
- Eu não vou abrir a boca. Pode confiar. Palavra de escoteiro.
Respirei fundo, aliviada, cruzando o olhar com Jungkook, que sorriu.
- Mas meu silêncio vai custar um lanche.

Playing With FireWhere stories live. Discover now