8. My loneliness is killing me

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10 meses antes

Às vezes eu sentia vontade de me jogar da janela, mas desistia quando pensava que daria muito trabalho. Se eu realmente levasse isso pra frente, provavelmente quebraria a perna, pois minha casa tinha apenas dois andares.
Então, pra passar o tempo, eu assistia doramas. A verdade era que eu não tinha nada pra fazer e descontava minha frustração em doramas e doces dos mais variados. Agora, por que?
Digamos que um certo alguém estava levando a faculdade a sério demais, e passando um bom tempo estudando como um condenado. Por isso, eu não parava de encher o saco de Taehyung, que como um ótimo amigo, sempre vinha quando eu o chamava, e sempre com um pote de sorvete diferente.
Na última vez que ele veio, trouxe de morango, e ficamos assistindo pela quinquagésima vez Boys Over Flowers.
O que eu mais gostava nele era que não importava o dia, ou o que ele tinha pra fazer, sempre arranjava um tempo pra vir me ver. Mesmo quando eu passava sorvete na cara dele, ou jogava pipoca no cabelo dele, ou derramava coca cola nas camisas caras dele. A última visita dele foi marcada por sorvete de morango, coreografias da Britney Spears e de Blackpink. Infelizmente, ele tinha prova na faculdade e não pôde ficar.
Problemas de ter um melhor amigo cinco anos mais velho que você.
Naquele dia, entretanto, nada capturava minha atenção o suficiente. Nem mesmo Gu Junpyo. Nem mesmo o sorvete de flocos.
O problema tinha nome e sobrenome, e eu não preciso dizer qual é. Pausei o dorama e peguei meu celular, abrindo o número dele e discando sem esperar mais. Depois de três toques, ouvi a voz do rapaz do outro lado da linha.
- Alô.
- Tá fazendo o que? - Perguntei enrolando meu próprio cabelo.
- Estudando - respondeu. - Que por acaso você também deveria fazer. Não vai prestar o vestibular esse ano?
- Não vamos entrar nesse mérito. Sabia que estudar tanto dá hemorróidas?
- De onde você tirou isso? - Ele perguntou com a voz descrente. Eu podia sentir seu sorriso de lado. - (s/n), eu confesso que adoraria conversar, mas não posso.
- Por favor, estou extremamente entediada!
- Você sabe alguma coisa sobre caquexia?
Franzi minha testa, não entendendo o propósito daquilo.
- Hã... Não.
- Pois é, nem eu. Minhas provas já estão chegando.
Eu provavelmente teria que apelar para o outro lado.
- E se eu disser que quero aquilo?
- Aquilo o que?
- Sexo! - Falei alto na esperança que entrasse na cabeça dele.
Jungkook demorou um pouco para responder.
- Infelizmente essa semana não dá.
- Mas já fazem duas semanas.
- Mentira, olha o trenzinho da mentira passando por Seul.
- Segunda feira não contou como sexo - argumentei.
- Só se for pra você. Foi ótimo, inclusive. Se quiser tentar de novo eu tô apto.
- Grava as minhas palavras: sexo por telefone não é sexo. É no máximo masturbação.
- Você parecia ter gostado bastante.
Se eu pudesse dar um chute nele naquele exato momento, eu o faria.
- Eu vou aí.
- Mesmo se você vier nada vai acontecer. No máximo vamos estudar as maravilhas do sistema ósseo humano.
- Quer apostar quanto?
- Não vou apostar contigo.
- Ótimo.
Desliguei o celular sem mais delongas e fui correndo tomar um banho. Dei um jeito rápido em mim mesma e vesti uma roupa que sabia que ele gostava.
Eu só podia torcer pra que desse certo.
Alguns minutos depois eu estava na porta da universidade, me identificando como a irmã de Jimin. Passei correndo pelos corredores enormes e salas de aula, apenas para descobrir que os dormitórios eram do outro lado do campus. Entrei no caminho certo, quase parando para me esfregar na grama verdinha e brilhante. Finalmente localizei o dormitório dele, subindo as escadarias na velocidade da luz. Antes de entrar no quarto, me olhei no espelho do banheiro para ver se estava no mínimo apresentável. Tendo a certeza de que estava tudo nos confins, pus-me de pé em frente a porta 101. Pensei em bater, mas seria muito passivo e educado. De passiva naquele dia eu não tinha nada. Abri com força a porta, me deparando com os olhos castanhos dele me fitando, com uma caneta esferográfica na mão, apoiada nos lábios entreabertos do garoto.
- Sério? - Ele perguntou erguendo a sobrancelha.
- Seríssimo.
Entrei e me virei de costas, fechando a porta lentamente.
- Eu estava falando sério, (s/n). Não vai rolar.
Sorri, trancando a fechadura.
- (s/n) - ele chamou. - Tá me escutando?
Me virei, tirando meu celular do bolso e o lançando no sofá. Tirei meu casaco, jogando-o no mesmo lugar. Jungkook tinha uma expressão séria no rosto.
Cheguei perto dele, que contraiu os músculos. Observei o livro de medicina aberto contra a escrivaninha e mais um monte de anotações dele.
- Já faz quanto tempo que está estudando sem parar?
- Seis horas e meia.
- Você tá realmente levando a sério. - Dei um beijo estalado na bochecha dele. - Não acha que merece uma recompensa por isso?
Coloquei minhas mãos no cabelo dele, massageando o couro cabeludo. Observei os pelos do braço do garoto se arrepiarem e ele largar a caneta na mesa.
- Talvez.
Me aproximei, juntando meus lábios na parte de trás do pescoço, deixando por um bom tempo. Desci minhas mãos para os ombros dele, continuando a massagem.
- Talvez, não. Eu preciso de uma confirmação, Jungkookie.
Mesmo que pouca, ainda havia relutância naquele garoto. Usando todas as minhas armas, enfiei as mãos dentro da camisa dele, alisando a região abdominal e um pouco mais abaixo.
- Porra - ele gemeu. - Tá bom.
O virei na cadeira giratória imediatamente após aquelas palavras, puxando-o pela camiseta branca sem muitos cuidados, juntando nossas bocas ferozmente.
Apenas duas semanas, mas eu ainda senti falta. Não podia fazer nada, era como uma droga, complemente intoxicante. Já estava me perdendo nele quando me lembrei da minha missão ali. O afastei, o empurrando até que ele estivesse sentado na cama. Fiz com que ele deitasse, ficando por cima, beijando-o mais uma vez. As mãos dele em minha cintura faziam uma combinação perfeita.
E

Playing With FireWhere stories live. Discover now