Capítulo #30

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Eu corri pra ajudar minha mãe que estava caída no chão, mas assim que cheguei perto dela meu pai me empurrou e eu cai sentada. Minha irmã me olhou e fez sinal pra eu me afastar, acho que pra não piorar a situação, eu me afastei e aproveitei pra expulsar o Pedro da minha casa, ele já estava quase saindo, me aproximei e falei:
- Você não se satisfez em acabar com a minha vida e tá querendo acabar com a vida da minha família também!? Acha que com isso você terá alguma chance comigo? Eu tenho nojo de você, eu me arrependo de tudo que já vivi com você, sai da minha casa AGORA!!!! - ele não falou nada, se virou e saiu, eu achei isso muito estranho, mas eu tinha problemas piores pra resolver. Voltei pra sala e minha mãe ainda estava desmaiada, eu não podia nem me aproximar dela que meu pai gritava comigo, dizia que tudo era minha culpa, que eu queria matar a minha mãe e acabar com tudo que eles tinham​ construído, minha irmã até tentava amenizar, mas não adiantava, ele não deixava que ela me defendesse. Eu não me aproximei mais, fiquei sentada no canto da escada, não conseguia não chorar com tudo aquilo, meu pai me olhava com olhar de repúdio e minha mãe não acordava, minha irmã ligou pro hospital, eu ja não sabia o que fazer, então corri pro meu quarto, não parava de chorar, meus olhos já estavam inchados e bem vermelhos. Deitei com o rosto pro travesseiro, peguei o celular e pensei em ligar pra Rafa, minha vida estava desabando e ela nem sabia de nada. Peguei o celular várias vezes, mas eu mal conseguia falar, depois de olhar mais de dez vezes pro celular, o peguei e liguei pra Rafa, mas só  deixei chamar uma vez, desliguei em seguida pois ouvi um barulho de carro chegando, olhei pela janela e era a ambulância, provavelmente minha mãe não tinha acordado ainda, abri a porta do quarto e dei de cara com minha irmã, ela estava nervosa e  falou muito rápido:
- Eu vou pro hospital com o papai, a mãe ainda não acordou, não deve ser nada grave, provavelmente foi toda essa confusão, eu te ligo quando tiver notícias e..
- Eu quero ir Babi, eu não quero ficar aqui, ela é minha mãe!!
- Eu sei, mas é melhor não, o papai tá nervoso, tá bem complicado, tá tudo muito complicado, eu vou tentar te ajudar e vou ficar do seu lado, mas agora é melhor você ficar... Eu preciso ir, fica bem. - ela segurou forte em minha mão e desceu. Corri pra janela e fiquei olhando a ambulância sair, eu fiquei com aquela sensação de não servir pra nada e pior, de tudo aquilo ser minha culpa, tava bem difícil não chorar. Ainda era bem cedo, provavelmente por isso a Rafa não me atendia, decidi resumi um pouco o que tinha acontecido pra ela, pelo whats app:
"Rafa, eu nem sei como te explicar, meus pais já sabem da gente..
E foi da pior forma possível, o Pedro teve aqui e mostrou até foto da gente..
Minha mãe desmaiou e tá no hospital e eu.. eu tô sem saber o que fazer, desculpa te acordar com tanta coisa ruim.. mas é que eu não tenho com quem falar e nem sei o que fazer.. me liga.. bom dia..."
Eu estava impaciente, não parava de andar pelo quarto, não parava de chorar, só de pensar em como ia ficar minha vida meu peito palpitava, e eu ainda estava bem nervosa pela minha mãe. Meu celular tocou, achei que era a Rafa, mas era a Babi, atendi rapidamente:
- E aí? Como ela tá???
- Calma, ela tá bem, já acordou, o médico falou que foi só um susto, que tá tudo bem, ela vai ficar algumas horas em observação e depois estará liberada, no máximo no meio da tarde estaremos em casa, eu vou tentar amenizar as coisas por aqui..
- Tudo bem, ela.. ela falou alguma coisa?
- Até agora não.. Mas vamos deixar as coisas acalmarem, relaxa e tenta ficar numa boa, vamos resolver isso, tudo bem?
- Tá, tudo bem..
- Eu vou desligar e depois te ligo, fica bem, beijo!
Desliguei com o coração bem apreensivo, olhei no whats e achei estranho que a Rafa tinha visualizado e não tinha respondido, tampouco me ligado. De repente recebi uma mensagem, era dela, só dizia: "olha na janela", não entendi muito bem, mas fui em direção a janela, não estava vendo nada, até que me aproximei e a vi de bicicleta do outro lado da rua, eu estava triste, mas assim que a vi sorrindo pra mim, senti um alívio e mesmo com os olhos cheios de lágrimas, sorri também.

RafaElaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora