Prólogo

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P.O.V Jamie Dornan

Hoje o dia não foi fácil, aliás quase nunca é.
Tivemos dois casos bem complicados, um tiroteio em um restaurante e um sequestro, mas com sorte e muito esforço, conseguimos resolvê-los com sucesso.
Trabalho como xerife da delegacia de Seattle há oito  anos ao lado dos meus parceiros Dakota, Luke e Eloise.  Meu pai, Jim, é promotor de justiça e as vezes nos ajuda assim como o pai da Dakota, Don, que apesar de já ser um xerife aposentado, sempre me dá bons conselhos a respeito do meu trabalho.
Quando assumi o comando dessa delegacia, achava que ia ser tudo calmo e pacato, mas aconteceu justamente o contrário. Essa cidade está cada vez mais violenta e as vezes acontece uns crimes bizarros, mas a gente vai levando.
Todos nós - exceto Don -  estávamos na sala de descanso jogando conversa fora tarde da noite como sempre costumamos fazer antes de nos recolhermos. Somos muito unidos e isso reflete no sucesso do nosso trabalho.
– Estou exausta! - Dakota disse se espreguiçando e bocejando no sofá. - Acho que vou para casa. - Falou se levantando.
Dakota é uma linda mulher de quase trinta anos, bem resolvida, forte e linda. Tem os cabelos castanhos e lisos, além de olhos azuis e é bem branquinha. Somos amigos desde crianças e ela sempre esteve ao meu lado.
– Quer que eu te leve? - Perguntei prontamente, pois queria passar o máximo de tempo possível ao lado dela.
Desde que me separei da minha primeira esposa após um casamento de cinco anos, Dakota se tornou a razão do meu viver. Na verdade meu casamento desmoronou justamente pela falta de amor, pois acho que desde que me entendo por gente sou apaixonado pela senhorita Johnson, mesmo nunca tendo coragem de dizer isso à ela, já que sempre fui muito fechado e tímido com esse tipo de coisa. Além do mais, não me acho grande coisa. Sou gordinho e não tenho nada atrativo em mim. Pareço até bem mais velho do que sou e sei bem disso.
Cada vez que via Dakota com outro homem, seja namorando ou apenas ficando, me roía de ciúmes me sentindo o pior homem do mundo. Um covarde por não ter coragem de contar o que sinto pra ela, mas mesmo assim não conseguia tomar uma atitude pois simplesmente travava.
Quando ela perdeu a mãe em um acidente de carro causado por um motorista bêbado sofri junto com ela, pois ver a pessoa que a gente ama chorando é doloroso demais. Foi nessa época que ela ficou um tanto quanto rebelde e decidiu entrar para a academia de polícia. Então, tentei lhe dar todo o apoio possível para que se reerguesse. E acho que consegui pois ela é uma das minhas melhores policiais.
– Não precisa. O Luke vai me dar uma carona. Não é, Luke? - Ela perguntou cutucando meu cunhado que estava cochilando. - Luke! - O chamou novamente e ele acordou desesperado, como se ainda estivesse no tiroteio de hoje e já sacou sua arma.
- Se afaste de mim ou atiro! - Apontou a dita cuja pra Dakota e ao olhar ao seu redor, viu a palhaçada que estava fazendo.
– Ah, te levo sim Dak! - Respondeu dando um sorriso amarelo e guardando sua arma fazendo todos nós rirmos dele.
– Mas obrigada Jay. - A morena agradeceu sorrindo pra mim.
Esse sorriso. Simplório, discreto mas ainda assim o mais lindo do universo, que ilumina cada um dos meus dias.
Céus, como desejo essa mulher.
– Vamos amor? - Luke  perguntou estendendo a mão para Eloise que se levantou também.
– Sim gatinho. - Elô, que é minha irmã mais nova respondeu, entrelaçando suas mãos as do meu amigo loirão. 
Ambos estão morando juntos há dois anos e parecem felizes, apesar de viverem brigando feito cão e gato em um dia e no outro, estão se agarrando pelos cantos dessa delegacia como se estivessem em um motel. 
– E você chefe? Não vai embora? - Luke perguntou me fitando. Mesmo sendo meu amigo, ele vive me chamando de chefe para me irritar, só pode.
– Vou ficar mais um pouco. - Respondi desviando o olhar. - Tchau gente, até amanhã! - Me despedi, dando um sorriso de canto de rosto. Todos foram embora, menos Dakota e Jim, que estava lendo algumas revistas no canto da sala, bastante distraído.
– Jamie... - Dakota chamou se aproximando de mim. - Eu sei que aquele caso ainda mexe com você, mas tenha paciência. Um dia irá conseguir resolvê-lo, tenho certeza. - Aconselhou referindo-se ao caso que me assombra há muitos anos.
O assassinato de um casal formado por um pai e uma mãe que foram mortos dentro de casa há facadas e a filha do casal, uma garotinha que atendia pelo nome de Amy foi levada pelos bandidos. Desde então, nunca mais tivemos notícias dela. Prometi a avó da garotinha que a encontraria, mas até agora não tive como cumprir minha promessa e isso me fustra muito.
- Está tudo sob controle, Dak. - Afirmei tentando esboçar um sorriso.
- Ah, e vê se não passa a noite trabalhando aqui outra vez, você precisa descansar!
Adoro o modo como ela se preocupa comigo. Sempre me apoiando nas minhas decisões,  me confrontando quando acha que estou errado ou simplesmente me dando uma palavra amiga quando sente que estou triste.
– Pode deixar. Daqui a pouco vou embora. - Ela então, deu um beijo na minha bochecha que acabou corando.
Putz, que micão...
– Boa noite, Jamie. Tchau Jim! - Despediu-se também do meu pai que acenou simpático para ela.
– Boa noite, Dak. - Sorri e ela se foi.
- Filho, você deveria disfarçar um pouco mais. Dá pra ver de longe que quer muito essa mulher. - Meu pai falou se levantando e vestindo seu casaco.
- A única pessoa que não percebe isso é a própria Dakota. - Lamentei colocando as mãos no bolso.
- Enquanto não falar na cara dela que a ama, vai continuar assim. - Deu dois tapinhas nas minhas costas. - Abre o olho, Jamie. Sabe o que acho? Que você só precisa de um pequeno empurrãozinho.  - Disse mas não entendi o que ele quis dizer com aquilo. - Boa noite, filho! Ah, não esqueça de visitar sua mãe. Ela sente sua falta. - E saiu da sala.
[...]
Preciso me distrair.
Não está me fazendo bem ficar pensando 24 horas por dia na Dakota.
No seu corpo delicioso, na sua pele suave que adoraria tocar. No seu rosto milimétricamente perfeito e na sua boca carnuda, que eu daria tudo para beijar.
Já estou suando. Desabotoei os três primeiros botões da minha camisa branca. Só de pensar nela, meu corpo dá sinais do quanto a deseja, do quanto a quer na minha cama e meu pau faz questão de ficar duro. Mas como disse antes, preciso me distrair ou vou ter que bater uma no meu local de trabalho, o que seria muito constrangedor.
Notei no chão perto do sofá, um cesto cheio de revistas e livros que meu pai estava lendo há pouco. Foi idéia da Rita que é nossa escrivã, coloca-los ali para nos distraírmos quando não tivéssemos nada pra fazer. Peguei alguns e comecei a folhear, já que não estou com o menor sono e saco para ir pra casa no momento.
[...]
Fofocas, moda e maquiagens. Nada de interessante. Só podia ser coisa da maluquinha da Rita mesmo. Já estava desistindo de ler, até ver um pequeno livro vermelho que me chamou a atenção especialmente pelo título curioso que tinha.

"O Livro Do Amor."

Não sei por quê, mas algo me disse que deveria abri-lo para ver ao menos sobre o que era.
–"Dicas para conquistar a mulher dos seus sonhos!" - Li em voz alta. Se esse livro funcionasse, seria a solução para ficar com a Dakota do jeitinho que sempre sonhei.
Mas será que funciona?
Será que devo tentar?

E então meninas, o que acharam?
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O Livro Do AmorWhere stories live. Discover now