Eu quis reclamar? Porra! Sim, eu definitivamente quis.

Tranca-la dentro do quarto e impedi-la de sair antes de trocar por outra coisa? Deus sabe que isso passou pela minha cabeça.

O que, no inferno ela tem contra a maiô? Pelo menos em público?

Suspiro enquanto ela para, erguendo a câmera e fotografando o mar a frente no exato momento em que um dos surfistas desce uma onda perfeita.

Mas agora, voltando ao assunto sobre a roupa de praia, perguntem pra mim, se eu fiz alguma coisa dos itens acima?

Claro... Claro que não! Vocês estão lembradas do episódio da saia neh? Ela jogou a maior ameaça que, se eu insistisse na troca, ela colocaria algo menor.

Deus me livre se ela souber, mas aquilo criou um trauma do caralho. Então cada vez que minha língua coça para reclamar do decote, ou comprimento da roupa, eu travo na hora. Porque ela vai jogar essa carta no ar, e vai por mim, ela é desalmada e vai cumprir a ameaça. Então o que eu faço? Eu faço uma pequena observação. Mesmo que meus dentes estejam trincados na hora, eu totalmente acho super leve a maneira que eu peço gentilmente para que ela repense na roupa.

"Ah caralho Lara! Isso porra, tá curto demais... Nem fodendo!"

Eu definitivamente não acho que seja exagerado como ela diz que soa. Mas ela? Ela dá uma merda sobre isso.

E não ajuda que ela está levando um filho meu na barriga. E que eu esteja todo dia empurrando o maior lote de comida possível nela, e conversando com meu pequeno amendoim todas as noites pedindo para que ele cresça logo. Cresça muito, porque por mais que eu queira ele ou ela aqui fora, em meus braços, eu quero vê-lo e senti-lo dentro da barriga de sua mãe e aproveitar isso ao máximo. Saber que ele é real.

Que é meu.

Ambos são meus.

A coisa mais preciosa que tenho está sob meu olhar; minha mulher e meu filho. Eu não sei tirar meus olhos dela. Cada movimento, cada olhar novo, cada preocupação me mantem de certa forma, em atenção. Tem muita coisa acontecendo, e por mais que eu queira protegê-la de tudo não é o que acontece. Ela parece ter sempre um pé a frente, e acho que se tratando dela, não poderia ser diferente.

No momento, Helena é o que paira em nossa preocupação. A menina tem uma bomba relógio em mãos, e estamos todos buscando uma maneira de que ela esteja bem, pelo menos até que tudo se resolva. O que eu espero, que não demore.

E claro, nós estaremos fazendo o que for possível para que ela fique bem. Os últimos dias foram intensos com conversas entre meus irmãos, Lara e Rafael. E não concordo de maneira alguma com a ida dela para sabe-se lá onde, sem contato algum, e sem prazo definido. Meu coração dói em pensar no meu irmão, e no tormento que ele anda passando apenas com essa possibilidade.

Deve haver uma maneira de mantê-la perto, e protegida. Tem que haver.

E isso tem nublado por vezes o sorriso da minha pequena. Então mesmo sabendo o quanto ela está amando nossos dias no Hawaii, foi nítido o contentamento em seu rosto quando eu sugeri encurtarmos nossa lua de mel, e que poderíamos voltar quando ela quisesse novamente.

Então, estávamos voltando pra casa, em três dias para ajudarmos no que for preciso.

Um vinco se forma em minha testa quando percebo um cara se aproximando dela por trás com uma câmera nas mãos também, e eu não perco o momento em que ele dá uma boa conferida nela. Ele diz alguma coisa que chama sua atenção e ela tira os olhos do visor da câmera e olha pra ele ouvindo o que ele diz e abrindo um enorme sorriso.

EM SEUS BRAÇOS - Completo na Amazon / Retirada wattpad domingo 11/06/17Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu