JANG & PEDRO

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Quando abri os olhos, a primeira coisa que eu ouvi foi o canto dos pássaros. Como eu moro no centro de São Paulo, os pássaros com qual eu mais estou acostumados são os pombos e posso dizer que eles não são nada simpáticos, ainda mais quando você está segurando alguma comida.

Olhei para os lados e vi que meu quarto estava como deixei quando sai da casa dos meus pais.

Livros, carrinhos que eu sempre amei, poster de mulheres, homens e filmes. Também tinha muitos CDs de todos os estilos musicais, sempre fui muito eclético. Também tinha a gaiola do meu antigo hamster que eu proibi minha mãe de jogar fora.

Otávio ainda mora em nossos corações.

— Vincent...

— Oi mãe — eu disse me levantando rapidamente e colocando uma roupa, para ela é normal me ver pelado... Minha mãe sendo minha mãe. — Espera que eu estou vestindo uma roupa.

— Ai menino, eu já te vi pelado tantas vezes, não vai fazer diferença te ver agora.

Claro que não, mas se ver a enorme tatuagem escrita "FUCK ME"  na minha bunda ela nunca mais me verá com os mesmo olhos.

— Pronto... — eu abri a porta sorrindo e ela passou por mim sem nem me dar um beijinho.

— Que cheiro é esse Vincent, parece que morreu um bicho aqui dentro — ela abriu a janela do meu quarto e começou a arrancar os lençóis da minha cama, jogar minhas cobertas no chão e revirar minha mala.

— Mãe para... — eu disse manhoso.

— Eu faço tudo nessa casa, se um dia eu for embora vocês vão morrer em apenas dois dias. Fico me perguntando como você está vivendo sozinho lá em São Paulo? Seu pai é a mesma coisa, quando eu viajo com minhas amigas e volto para casa parece que eu estou vivendo em lixão. Ele não lava a louça, não lava a o banheiro, não tira o lixo, pareço que estou lidando com um animal.

Enquanto ela enfiava minhas roupas no cesto, não parava de tagarelar. Então a única coisa que me restou foi sentar na cadeira e ficar olhando ela revirar a minha mala e reclamar do meu pai.

— Estou te achando tão tristinho desde que chegou aqui...

— Estou com problemas mãe...

— É no trabalho? Foi por isso que seu chefe te deu esses dias de folga?

— Não... O trabalho até que está bem — eu disse sorrindo e seu olhar se iluminou. — Acho que agora encontrei o meu lugar depois de tanto fracassar.

— As vezes o fracasso é preciso para você vencer meu filho... Estou tão orgulhosa de você, mas ainda assim... O que está te deixando dessa maneira meu amor?

Ela deu dois tapinhas na cama e eu me sentei ao seu lado e deitei minha cabeça em seu ombro.

— Eu estou apaixonado mãe.

— De novo meu filho?

— Mããããããee!

— Desculpa, desculpa. Pode continuar.

— Como eu disse, eu estou apaixonado, mas dessa vez é diferente de todos os outros. É uma coisa que eu não consigo explicar. Quando eu olho para ele eu sinto meu coração bater mais rápido, quando ele me toca eu sinto minhas pernas fraquejarem, quando eu estou longe... É como se minha vida não fizesse sentindo...

Minha mãe que ouvia tudo com atenção, colocou a mãos na boca e arregalou os olhos.

— Você está amando meu filho.

Os Homens da Minha Vida!Место, где живут истории. Откройте их для себя