VERÃO 2006

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— Acabei de falar com os meus pais... 

Thomas disse se jogando ao meu lado. Otávio estava pensativo e não sabia o que fazer, a única coisa que ele fazia era murmurar algo sobre negão, noite maldita, pior que e o verão de 2006. Coisas do tipo.

— Como está a Andressa? — eu perguntei para ele.

— Ela destruiu a casa que íamos morar... Minha mãe disse que ela deixou tudo revirado, o que deixou meus pais revoltados, eles disseram se um dia Andressa pisasse lá novamente, eles iriam processá-la.

— Certo seus pais, a casa é sua. E qual foi a reação dela?

— Meu pai disse que ela avançou na minha mãe. E que meu irmão entrou no meio e disse se ela encostasse um dedo nela, ele ia meter a mão na cara da Andressa e ela ia precisar de plastica... Foi uma confusão.

— Você se livrou de uma boa... — Otávio disse ainda sofrendo em silêncio.

— É tudo culpa minha...

Eu disse me levantando e andando de um lado para o outro.

— Se eu não tivesse inventado de fazer uma despedida de solteiro, eu não teria levado vocês para um bar gay, vocês não teriam enchido a cara, não teria vindo para a casa e transado com dois homens desconhecidos.

— E eu não teria ido para a cama com um negão... Sabe o quanto minha bunda está doendo? 

— Claro que eu sei... Lembra do Pedro? — eu perguntei sorrindo.

Pedro foi um dos meus namorados, o cara era um negro lindo com cara de modelo e era super dotado. Tipo, muito mesmo.

— Como você pode estar tranquilo com essa situação? — Otávio perguntou para o Thomas.

— Eu... Eu não estava tão bêbado assim — nós dois ficamos olhando para ele chocados. —  Foi um momento de loucura, eu estava dançando e bebendo quando me puxaram para cima do palco, então tiraram a minha roupa e quando dei por mim aqueles dois homens estavam sarrando, um na frente e outro atrás. Depois disso eu bebi mais um pouco e eles tiveram a ideia de me levar pra casa e quando dei por mim...

— Estava dando para eles.

— Quem te disse que eu dei?

— Com certeza tu deu. Eram dois homens, duvido muito que eles tenham brigado pela sua pica... Eu não acredito, parece que estou revivendo 2006. 

— Não... 2006 foi com certeza pior — eu disse e Thomas concordou comigo.

— Bom, mas agora já passou. Eu me livrei da Andressa, a noite de ontem foi inesquecível e eu preciso dormir porque minha cabeça está estourando. E não vou passar por isso de novo.

Ele disse saindo da sala.

— Ele disse a mesma coisa da última vez.

— Aposta quanto que na próxima ele vai estar sóbrio? — eu perguntei sorrindo.

— Um Black Label.

— Fechado — eu disse apertando a mão dele. — E não posso esquecer que você também.  

— Isso nunca mais vai acontecer.

Ele disse me lançando o dedo do meio e indo embora para o quarto de hospedes e batendo a porta com força. Eu peguei o notebook do Thomas e resolvi falar sobre o maldito verão que sempre assusta meus amigos, mas que eu tenho que dizer que foi melhor verão da minha vida.

Os Homens da Minha Vida!Where stories live. Discover now