Capítulo Vinte e Sete - Balde de Água Fria

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Capítulo Vinte e Sete — Balde de Água Fria

Alice K. Hildebrand



Meu primo, Sergei Kovalenko, filho do meu tio Yan.

Yan: O que roubou a minha empresa, e quase levou meu pai à morte.

O famoso irmão da minha mãe.

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Sempre fomos distantes. Eu tive uma paixonite por ele, pela aparência, quando éramos crianças, mas eu nunca conseguia passar dois minutos na sua presença sem desejar matá-lo. Era um canalha de marca maior. Quando seu pai foi preso, ele sumiu no mundo por alguns meses. Quando meus homens conseguiram achá-lo, não o perdi mais de vista. Por meio de terceiros, ele me repassou as ações da minha empresa que ainda estavam com ele. Ele não tinha alternativa, a não ser escolher devolver as ações...

Parte do dinheiro que não conseguimos recuperar estava com ele também; meu pessoal e eu não tínhamos conseguido rastrear o dinheiro e, consequentemente, nem recuperar, mas nunca fomos inocentes: sabíamos que estava com ele. Mas mesmo assim eu ignorei o meu primo durante todos esses anos, mesmo sabendo onde estava; o que tinha feito. Deixei-o sair ileso. E agora ele reaparece do nada, sem ficarmos sabendo.

Na casa dos meus tios.

Numa festa.

Com toda a família presente.

— Ele disse o que queria? — Questiono, controlando a voz para permanecer baixa e aparentemente calma.

— Ele chamava pela sua mãe e seu pai. Nós o detivemos, e quando viu que não se sairia bem, disse não saber sobre a festa. — Travis me olha cautelosamente. Percebo o seu tom de zombaria. Ele não acreditou em nada do que conversou com meu primo.

— Continue! — Eu mando, ficando impaciente.

— Depois de um tempo, ele pediu para te chamar; para conversar. Disse que estava tudo bem e que não haveria problemas, que não queria confusão. — Eu rio sem humor. Ele quer acabar de vez com todos nós.

Ele quer barganhar a soltura do seu pai. Quer arrumar um jeito de arrancar o dinheiro e as empresas. Quer terminar o que o seu pai começou.

— Ele não pareceu, em momento algum, exaltado. Os homens mandaram me chamar, pela forma como seu primo agia: estava calmo e bem seguro, mesmo com o tanto de seguranças em cima dele.

— Ele está planejando algo. — Eu afirmo, e Travis concorda.

— Eu o conheci na época em que trabalhei para o seu pai. O sujeito exala arrogância. E ontem ele não tinha nada; mascarou tudo. Transpirava pura confiança e calma. Mas o olhar de águia continua o mesmo.

— O que vocês fizeram com ele?

— Panic e eu o levamos para fora pelas laterais, longe de toda a bagunça de fotógrafos. O ameaçamos para que não reapareça mais por lá, ou pela casa dos seus pais. — Ele informa solícito.

— Mas ele virá atrás de mim. — Eu concluo.

— Acreditamos que você tenha sido o foco o tempo todo. Os outros são os intermediários.

— Claro. — Eu reviro os olhos, tamanha a obviedade.

Minha paz durou tempo demais.

— O segundo julgamento do seu tio está chegando, Alice. Os seus pais não sabem. Seus tios sim. É mais do que certo o destino dele... — Travis diz devagar, como se tentasse me fazer entender algo que soube assim que ele começou a história.

Efeito AliceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora