Viro para Alexandre, que está totalmente lindo e me olhando. Seus olhos verdes contrastando com a camisa da mesma cor.

  — Obrigada por convencer o médico. — agradeço. — Você consegue persuadir as pessoas com poucas palavras. — digo.

  Ele levanta uma das sobrancelhas. — E você está incluída nessas pessoas? — pergunta, se aproximando mais de mim.

  — Depende do momento. — respondo.

  — E no momento agora? — pergunta. — Consigo persuadi-la?

  Engulo em seco. — No momento não consigo ser persuadida por nada que me atrapalhe a ver meu irmão.

  Ele franze a testa. — Está dizendo que eu atrapalho você, Mariana?

  Dou de ombros. — Não, mas já que você está dizendo...

  Um sorriso de canto se forma em sua boca. — A propósito, sua bolsa está no meu carro. — fala, mudando de assunto e me fazendo lembrar da minha bolsa.

  Com toda essa confusão acabei me esquecendo de perguntar sobre a minha bolsa que, é claro, está com ele.

  — Por que você pegou a minha bolsa? — pergunto com uma das mãos na cintura.

  Seu sorriso se desfaz. — O que faz acreditar que eu peguei a sua bolsa? — pergunta.

  — O fato dela estar no seu carro e não na sua casa quando acordei de manhã? — falo, abaixando o tom da voz para impedir que todos na sala de espera soubessem que eu e ele dormimos juntos. Eu dormi, pelo menos. Ele, não faço a mínima ideia.

  — Para sua informação, ela estava caída no chão do carro. Provavelmente caiu lá e você nem percebeu, porque estava bêbada e fazendo birra.

  Estreito o olhar. — Eu não estava bêbada. — digo séria. — E muito menos fazendo birra.

  Ele passa a mão pelo cabelo. — Não vamos começar a brigar agora, ok?

  Será que não conseguimos ficar um minuto sequer perto do outro sem brigar? Somos piores que cão e gato. E diferentemente deles, nós somos racionais. Ou quase.

  Concordo com a cabeça e encosto na parede. — Pensando bem, acho que eu estava bêbada, sim. — digo.

  Ele arqueia as sobrancelhas. — Ah é? — pergunta surpreso.

  — Pra eu cair na sua conversa, não tem outra explicação.

  — Mariana Alcântara? — uma moça de coque vestida de branco chama.

  Dou alguns passos a frente, indo até ela. — Sou eu. — digo.

  — Queira me acompanhar, por favor. — pede.

  Vou andando atrás dela, mas antes de sair da sala de espera, olho para trás para olhar Alexandre e, para minha surpresa, vejo que ele está me olhando também. Nossos olhares se cruzam por um breve momento até que eu vire novamente.

  — Antes de entrar na UTI, a senhora precisa lavar as mãos e passar um pouco de álcool. — diz, apontando para uma pia. — É um procedimento normal. — diz, ao ver minha cara de interrogação.

  Faço o que ela instrui e alguns segundos depois, mamãe e papai estão saindo do quarto. É assim que chamam quando a pessoa está na UTI? Bom, deve ser.

  Mamãe está com os olhos inchados de tanto chorar, e papai está, como sempre, firme e forte ao lado dela.

  — Está tudo bem, mãe? — pergunto.

Meu chefe dominador (Degustação)Where stories live. Discover now