Tô vendo que essa vinda do Gabriel no restaurante me causou problema. Se tem uma coisa que a Talita não sabe é disfarçar quando não está satisfeita com alguma coisa, e quando ela falou que era melhor ir embora já sabia o motivo.
Pedi pra eles me esperarem que eu já ia pra casa também. Fui conversar com o Renato e quando eu estava saindo pra encontrar minha família o Gabriel me chamou na mesa deles.
- Agora que sua família já foi embora, não quer nos fazer companhia?- Ele perguntou assim que cheguei perto deles.
- Eles não foram embora e nem se tivessem ido eu iria ficar aqui. - Respondi um pouco nervoso.
- Tá nervoso Rafa? - Uma das meninas perguntou.
- Pra falar a verdade estou um pouco sim. - Eu disse. - E pode até ser chato o que vou dizer, mas se for pra vir aqui com outra intenção que não seja comer, tipo provocar a Talita quando encontrar com ela aqui, prefiro não não venham.
- Que isso cara, está nos expulsando? - O Gabriel perguntou.
- Hoje vocês podem ficar, por que eu já estou indo embora com ela, mas se for voltar aqui pra ficar insinuando coisas que não existem perto dela é melhor não vir.
- Depois disso pode ter certeza que eu não volto, tratar seus amigos assim por causa de namorada. - Gabriel falou.
- Se você fosse meu amigo, saberia que eu amo a Talita mais que tudo nessa vida e respeitaria ela. Você foi na nossa mesa e falou que as meninas ficariam triste por que eu não iria cozinhar pra elas cara.
- Foi brincadeira.
- De mal gosto. - Eu falei e ninguém respondeu. - Vocês me dão licença que ela está me esperando.
Encontrei com eles na porta do restaurante e a Ta foi se encaminhando pro carro do meu pai.
- Você não vai voltar comigo? - Eu perguntei pra ela.
- A cadeirinha do Davi está no carro do seu pai. - Ela respondeu.
- Então me da ele aqui que ele vai voltar comigo e você faz companhia pro Rafa não voltar sozinho. - A Ju disse pegando o Davi do colo dela.
- E se ele chorar de fome Ju? - Ela perguntou.
- Não vai não filha, pode ir e quando chegar em casa ele mama. - Minha mãe falou.
Ela deu um beijinho na cabeça do nosso filho e foi pro meu carro.
- Tá brava? - Eu perguntei e ela não respondeu. - Amor fala comigo.
- Não quero falar nada Rafael.
- Você não sabe disfarçar, sei que está brava, já que você não quer falar, me escuta então. Antes de sair conversei com o Gabriel e pedi pra eles não voltarem mais no restaurante se for pra te provocar.
- A minha vontade era de dar na cara daquele menino. - Ela disse. - Quando você cozinhou pra eles?
- Como assim?
- Rafael não se faça de desentendido, sabe o que eu estou falando. Ele perguntou se não iriam comer a sua comida dessa vez e que aquelas piranhas iam ficar tristes por isso. Então eles já foram lá e você que cozinhou.
- Eles foram semana passada la e eu estava na cozinha, mas não era cozinhando pra eles e sim pra todos que foram no restaurante amor.
- Ele é insuportável.
- Te garanto que ele não vai voltar lá, ficou bravo por eu ter ido conversar com eles.
- Espero mesmo que não volte. Ele faz de tudo pra gente brigar.
- Mas hoje ele não conseguiu né? - Eu perguntei querendo encerrar esse assunto.
- Estava querendo te matar.
- Que bom que não quer mais.
Depois de um tempinho chegamos em em casa e quando paramos na garagem ela foi sair do carro, mas eu à segurei pelo braço e nos beijamos.
Estávamos a um tempo já no carro e estava louco de tesão, comecei a passar a mão pelo seu corpo e quando coloquei minha mão dentro da calça dela escutamos o seu celular tocar. Era a Ju perguntando se iríamos demorar, por que o Davi estava chorando de fome e ela avisou que já estava subindo.
- Perdeu a vez. - Ela disse me dando um selinho e saindo do carro.
- Mais tarde vai ter que compensar por me deixar assim.
E foi o que ela fez, tivemos uma noite maravilhosa, nos amando muito.