Quando a Ta levantou correndo e foi pro banheiro, eu me desesperei. Corri atrás dela, mas como a porta estava trancada tive que ficar esperando ela abrir. Por mim nós iríamos ao médico agora mesmo, mas ela não quis, então seguimos para o quarto, preciso descobrir o que está acontecendo com ela.
Quando ela começou a chorar a primeira coisa que passou na minha cabeça era que ela estava doente, e graças a Deus ela negou. Insisti pra ela me contar o que estava acontecendo, foi quando ela me falou a desconfiança da minha irmã.
GRÁVIDA??? Será que eu escutei certo? Não sabia o que falar, a única coisa que eu fiz foi abraça-la, fazendo ela voltar a chorar. Ficamos ali naquele momento só nosso por um bom tempo em silêncio, quando escutei baterem na porta e eu fui abrir.
- Ela está bem? - A Ju perguntou.
- Agora está sim Ju, mas preciso ficar a sós com ela.
- Tudo bem Rafa. Não sei o que ela te falou, mas por favor fique sempre ao lado dela.
- Pode ter certeza que sim. - Eu falei abraçando minha irmã e voltando pro quarto.
Deitei ao seu lado e nos abraçamos novamente mantendo o mesmo silêncio.
- Desculpa Rafa. - Ela falou chorando e quando foi continuar falando eu à interrompi.
- Amor, não tenho que desculpar nada. Se essa desconfiança for verdade, nós fizemos isso juntos.
- Eu sei amor, mas...
- Não tem mas Talita. Eu sei que não planejamos nada disso, só que agora não podemos fazer mais nada.
- Somos tão novos amor. Tem seus pais, minha mãe, eles vão se decepcionar com a gente. - Ela falou chorando.
- Vamos deixar pra pensar nisso depois que confirmar. Quer fazer aquele teste de farmácia? Eu vou lá comprar.
- Deixa pra amanhã, já está tarde.
- Tudo bem, você que sabe. Amanhã eu compro e acabamos logo com essa dúvida.
- E se der positivo?
- Se der positivo, vamos ser pais Talita.
- Isso não te assusta?
- Um pouco, só que se isso for verdade, vamos ter que nos acostumar.
Voltamos a ficar em silêncio e senti um tempo depois que ela tinha dormido. Me levantei bem devagar pra não acorda-la e fui até a cozinha, encontrei só minha vó e a Ju.
- Já foram embora?
- Tem um tempinho. - Minha irmã falou. - Cadê a Talita?
- Dormiu.
- Ela melhorou? - Minha avó perguntou.
- Melhorou sim vó e ela me contou da conversa que vocês tiveram mais cedo.
- E ai? - A Ju perguntou.
- E ai que amanhã eu vou comprar o teste de farmácia pra ela fazer e se der positivo eu vou ser pai.
- Nossa e você está calmo assim?
- Ju eu não posso fazer mais nada, tínhamos que ter prevenido antes, agora não resolve. Lógico que não queríamos que fosse assim, mas se ela tiver eu vou amar essa criança da mesma forma se tivesse sido planejada.
- Você não faz idéia de como eu fico feliz meu filho de ouvir você falando isso. Se ela tiver vai ser uma criança linda e amada por todos tenho certeza. - Minha avó falou emocionada me deixando emocionado também.
Depois de conversar com elas eu voltei pro quarto, me deitei bem agarradinho no meu amor e dormimos assim.
Acordei e ela ainda estava nos meus braços. Distribuí vários beijos em seu rosto até ela acordar.
- Bom dia meu amor. - Ela falou assim que abriu os olhos.
- Bom dia minha princesa. Está mais calma hoje?
- Só vou ficar tranquila depois que fizer o teste. - Ela respondeu um pouco triste e escondendo o rosto no meu pescoço.
- Amor olha aqui pra mim. - Eu falei ajeitando nossos corpos ficando um de frente pro outro. - Não quero você triste por conta disso. Se você realmente tiver grávida nós vamos juntos cuidar dessa criança e ama-la muito. Não era uma coisa que estava nos nossos planos, mas se aconteceu não podemos fazer mais nada.
- Eu sei disso Rafa. Se por um acaso de positivo eu penso no que seus pais vão falar, tem minha mãe.
- Já falei pra pensar nisso depois de ver o resultado. Vamos levantar pra tomar café, por que a senhorita não comeu praticamente nada ontem e depois eu vou lá na farmácia.
