Capítulo 18 - No mar (+18)

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Acordei antes dos outros no dia seguinte. Estava me sentindo todo quebrado, cheio de dores musculares, mas era por uma boa causa. Esforcei-me pra me levantar e tomar um banho. Debaixo do chuveiro a sensação da água caindo foi reconfortante, em especial porque cada detalhe do lugar me fazia lembrar da noite anterior. Questionando-me como coubemos naquele cubículo, soltei uma risada descompensada. Aquele tipo de felicidade de rir a toa e lembrar do Guilherme em cada detalhe estava presente dentro de mim. Terminei o banho, me enxuguei, me vesti e deixei o banheiro. O silêncio pós noitada perdurava pelos corredores, exceto por um barulho da porta de um dos quartos. Esperei para ver e respirei aliviado quando o Sargento Leonardo Correia veio na direção do banheiro.

"Bom dia, Sargento", bati continência e ele assentiu com a cabeça aparentemente desinteressado em falar de manhã.

De repente, num estalo, me veio um pensamento preocupante e libertador. Antes de alcançar a maçaneta da porta do quarto, girei nos calcanhares e, notando minha reação, Leonardo parou na porta me encarando.

"Sargento... Nós estamos, de certa, forma, de férias... Correto?", questionei e ele assentiu com a cabeça. "Isso quer dizer que não devemos satisfação... No sentido de, podermos aproveitar bastante os dias aqui, correto?"

"De certa forma...", respondeu-me após ponderar as palavras. "Vá se divertir, Soldado".

"Obrigado, Sargento", novamente a mão foi até a testa enquanto bati a outra na lateral do corpo acompanhando com um movimento dos pés por mero costume e respeito. Ele assentiu e fechou a porta do banheiro para ocupá-lo.

Entrei no quarto e decidi despertar Guilherme antes dos demais. O mais silencioso possível, separei algumas roupas minhas e umas dele, alguns itens de uso pessoal e coloquei tudo nas nossas mochilas menores. Em seguida, subi em sua cama pela lateral abraçando-o por trás enquanto ele estava deitado de lado na cama, todo preguiçoso, com os pés quase para fora de tão grande que era.

"Bom dia, Guilherme Carvalho", murmurei em seu ouvido dando uns beijos em seu pescoço enquanto ele se mexia, preguiçoso e adormecido, por debaixo do meu toque.

A sensação de abraçá-lo assim era muito poderosa, porque ele era musculoso, forte e todo bruto. Me dava um puta tesão, uma vontade enlouquecida de apoderar-me dele, de domar sua masculinidade. Esses pensamentos mexeram comigo tanto quanto observá-lo adormecido, com aqueles braços fortes e tatuados inertes sob a cama.

"Vamos fazer uma loucura hoje?", sussurrei, mordiscando o lóbulo de sua orelha e brincando com a língua por trás dela.

"Hmmm... Tu é mesmo um puto safado", diz com uma voz bem rouca, mais do que o usual, ainda sem abrir os olhos.

"Ah, então o senhor está acordado?"

"Como não acordaria com essa arma apontada pra mim aqui atrás?", sua indagação me fez baixar o olhar para o meu pau duro por baixo do tecido. Pra sorte dele eu estava vestindo jeans.

"Tá gostando?", perguntei-lhe em um tom bem malicioso, sem parar de passear com a língua em seu ouvido.

"Quase nada", provocou-me com um sorriso trocista.

"Você é um cretino".

"Eu sei. Mas cê gosta".

"Convencidão. Já sabe o que eu faço quando você vem cheio de marra, né?", provocando-o de volta, passei os braços por ele prendendo os dele por trás de suas costas para provar o meu ponto. O desgraçado riu.

"E tu já sabe que eu não preciso de muito pra te deixar fora de si, né?", sua nova indagação me provocou um arrepio na espinha. Ele realmente tinha um ponto muito mais pertinente do que o meu.

Por Trás da Farda (Romance Gay)Where stories live. Discover now