Capítulo 19 - Noitada (+18)

9.4K 556 580
                                    

Guilherme e eu exploramos cada pedaço daquela lancha em uma sequência de fodas incríveis. Foram quatro dias vivendo do mar. Foram dias felizes que guardarei pra sempre na memória. Melhorei um pouco minhas habilidades culinárias graças a ele, além de que nos viramos como se fossemos um casal convivendo junto. Tomamos muito banho de mar e até que eu peguei uma corzinha legal, mas nem se compara ao bronzeado dele. Até pescamos! E descobri que o apetite sexual dele é infinito, o que me fez gastar tantas energias que passei o nosso último dia praticamente dormindo enquanto pegava sol.

Entregamos a lancha cientes de que faltavam apenas dez dias pra embarcamos de volta pro Brasil e a idéia ainda estava me dando calafrios. Não porque eu não queria voltar e ver minha família, mas porque o medo de que isso alterasse em algo nas nossas vidas, na nossa nova etapa de vida, estava me consumindo.

Pedi informações no balcão pra um hotel bacana e nos instalamos lá. Ficava na orla, a beira-mar. Tinha piscina, muitos turistas e era bastante movimentado, tudo o que eu queria. Retornar a terra firme me fez relembrar dos perigos que estávamos enfrentando e de toda a situação com o Pedro.

Enquanto o Guilherme tomava um banho depois de deixarmos as mochilas no quarto, liguei pro Sargento pra dar alguma satisfação. Aparentemente o Joaquim tinha comentado superficialmente com o Leonardo Correia, justificando o porquê de nosso desapego do grupo durante esses últimos dias. Com medo de que Guilherme descobrisse o que vinha escondendo dele, estava fazendo tudo escondido.

Quando finalmente deixou o banheiro, de modo a permitir que seu aroma se espalhasse pelo quarto, percebi o quanto ele ficava ainda mais bonito com aquela barba grossa no rosto lhe dando um ar ainda mais másculo do que ele já era! Seu peitoral também preenchido por pêlos, o que reforçava cada traço masculino que nele continha. Seu pomo-de-adão avantajado, seu abdômen trincado, seus bíceps grandes e desenvolvidos, seu trapézio, sua expressão séria e mal-encarada, e aquele cabelo que já estava até grandinho, com alguns fios caindo no rosto enquanto ele enxugava com uma toalha. Precisei me lembrar de como respirar.

"Vamos, Gui. Eu descobri que tem um lugar muito legal pra gente comprar umas coisas", comentei com empolgação, já pronto pra ir. Fui até a porta e a abri, colocando o óculos de sol no rosto.

"Tem algum lugar lá nesse lugar legal aí pra mim poder sentar, fumar um cigarro e tomar uma cerveja enquanto a donzela faz as compras?", brincou comigo de um jeito que me irritou.

"Cala a boca e anda, seu cretino", reclamei, e ele saiu rindo atrás de mim.

[...]

A quantidade de pessoas naquela rua era realmente muito grande. Vestidos feito civis, agindo feito civis. Transitamos em meio a toda aquela gente animada vislumbrando do comércio local. Ainda estranhava a sensação de não estar fardado, nem enfrentando nenhum perigo.

"Veja isso, que tal, ô chatinho", Guilherme se apodera de uma peruca loira e põe em sua cabeça, além de vários colares havaianos, e começa a rir feito um idiota.

Explodo em gargalhadas, rindo da cara de imbecil dele.

"Tô parecendo um havaiano?", me questiona, quase sem conseguir falar de tanto rir.

"Nós não estamos no Havai, ô esperto", entro na brincadeira, bagunçando os cabelos loiros da peruca enquanto ria.

Dando uma boa olhada em vários produtos bacanas, fizemos umas compras entre notebooks, câmeras fotográficas de alta qualidade, até mesmo equipamento pra mergulho.

Quando estávamos deixando a rua movimentada, olhei para trás e tive a impressão de ter visto de relance um daqueles caras com quem discuti há alguns dias atrás. A adrenalina jorrou em minha corrente sanguínea, mas continuei andando, dessa vez olhando pra frente, sem saber o que pensar ou esperar dessa situação depois desses dias de fuga.

Por Trás da Farda (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora