Capítulo 20 - Fetiches (+18) (Guilherme)

7.3K 495 120
                                    

O bar estava pouco movimentado naquele fim de noite. Trajando meu uniforme de fuzileiro, retirei a boina da cabeça e recostei no balcão pedindo um suco com vodca. Não demoraram a me servir. Peguei o copo com a bebida e ergui até a boca, virando o tronco para observar o movimento. Já estava um pouco claro, e o trâmite de pessoas deixando o interior do bar era intenso. O ritmo caribenho entoava pelo interior do recinto, encorajando corpos mais ousados a se deliciar naqueles passos expressivos de maneira bastante sensual, mas o cansaço habitava as expressões que não negavam, passaram a noite dançando.

Agradeci, paguei, e fui abrindo caminho em meio aos que restavam, até vislumbrar uma loira alta e magra que usava uma roupa toda branca com um bordado que indicava que ela era enfermeira nas mangas curtas.

"Vi que estava me observando", comentei usando de um tom misterioso enquanto tomava minha bebida, encarando-a dos pés a cabeça. Ela se virou completamente fazendo ar de surpresa. Então, passou a mão pelos cabelos fazendo os fios deslizarem para trás.

"Como sabe, Soldado?", botou suas mãos em mim um pouco temerosa sobre minha reação. Como deve ter imaginado pela maneira como me olhava, baixei o olhar até suas mãos e as tirei de lá indelicadamente.

"Eu causo este efeito nas mulheres", inclinei a boca na direção de seu ouvido, afastando os fios de cabelo para lhe provocar. Um arrepio percorreu seu corpo provocando-lhe tremores irremediáveis. Aproveitei-me da situação e continuei. "Gostou do que viu?", contornei-a olhando como se fosse um predador e ela minha vítima. Um pouco sem graça com minha falta de modos, ela continuou passando as mãos pelos fios dourados tentando se reconfortar com alguma postura.

Seus olhos castanhos encararam meu rosto se prendendo aos meus olhos azuis, as pequenas cicatrizes esbranquiçadas que ostentava em meu rosto, depois seguiu pela barba, o pomo-de-adão, descendo pelo trapézio, braços, tronco e fixou-se no volume entre minhas pernas. Percebi que ela se prendia a cada detalhe que me compunha como homem.

Gostando desse jogo sujo, aproximei-me devagar e acariciei sua nuca até tomar o cabelo e puxar, prendendo-a a mim. Identifiquei os primeiros sinais de dor através das linhas de expressão que esconderam seu sorriso. Ela não precisava me responder; seu corpo fazia isso por ela.

"Pois não, enfermeira?", perguntei-lhe no meu tom arrogante e impaciente de sempre, findando minha bebida enquanto aguardava sua indecisão. "Estava me esperando?"

"Estou com um problema muito sério e só você pode me ajudar", mordeu o canto dos lábios fazendo cara de urgência. Seus braços foram erguidos e suas mãos tatearam meu pulso forte como quem tenta se desvencilhar da minha pegada.

"Que problema? Como eu poderia ajudá-la?", deixo o copo vazio em uma mesa qualquer ao nosso lado e questiono em seu ouvido, puxando seu cabelo com ainda mais força.

Um gemidinho manhoso escapa de seus lábios e percebo como ela continua a morder o canto dos lábios, me encarando.

"Eu já sei qual o teu problema", penteio seus cabelos por cima só pra liberar a visão de seu pescoço, expondo-o para mim, um predador perigoso. Finco os dentes com vontade e sugo a região lhe deixando um vergão duradouro na pele alva, sentindo seu corpo sofrer os reflexos de minhas ações e me devolver com uma onda poderosa de tesão.

Afasto-me de sua pele para lhe ajeitar de pé, mantendo-a em minha mão firme. Meu olhar se apodera do seu e lhe conduzo rumo ao hall de entrada, para o interior do elevador.

"Então, Soldado, o meu problema é que...", a loira começa a falar num tom carregado de malícia e sensualidade enquanto move o seu corpo devagar, passando as mãos pela roupa branca, exibindo os contornos de suas curvas, ainda que presa a mim. "Desde que te vi, não consigo te tirar da cabeça".

Por Trás da Farda (Romance Gay)Where stories live. Discover now