1

2.3K 118 14
                                    



O aeroporto estava um caos com o fim do ano . 2014 chegando o fim, famílias se reencontrando ou viajando. E eu aqui, correndo para não perder minha viagem aos estados unidos.

Malas prontas, celular e passagem na mão. Quando você não tem ninguém pra ajudar nessas coisas acaba esquecendo algo mas era o de menos no momento. O mais importante era não perder o voo.

Meu nome é Denise Jones. Tenho 15 anos e meu pai me jogou em um avião para morar com minha mãe. Porquê? Bom ele está construindo uma nova família e eu não faço parte dela. Se eu estou triste? Nem um pouco, não era feliz morando com ele, espero pelo menos ter uma vida um pouco animada com minha mãe a quem não vejo a Quase 7 anos.

Paro um pouco em busca do portão de embarque, muita gente para todo lado confundindo minha cabeça e aquilo ali era uma zona de guerra.

Após ver que andei demais me virei puxando minha mala para voltar dois portões e dei um belo encontrão em um cara que estava logo atrás de mim.

- Desculpe - me apresso a dizer desconcertada.

- Sem problemas - diz ele com um sotaque forte me entregando minha mala de mão.

Não era alto, usava um terno chique e tinha cabelos loiros escuros e olhos castanhos, aparentava ter 18, 19 anos. Me olhava com curiosidade.

- Desculpa novamente - digo envergonhada e continuou andando até o portão.

Quando finalmente despacho a mala entro e acho meu acento. Aliviada mando a mensagem para meu pai:

"Já estou dentro do avião, tudo ok! "

''Boa viajem!"

Foi sua resposta e só. Suspiro e olho pela janela, agora só falarei com ele para o cheque de pensão.

Ponho meus fones e fecho os olhos enquanto os passageiros começam a se acomodar. Continuo olhando a janela quando alguém se acomoda do meu lado.

O avião começa a se mover e logo está nos céus. Estou ansiosa, começo a esfregar as mãos suadas na calça jeans.

- está nervosa? - o mesmo sotaque, o mesmo cara estava sentado ao meu lado.

Está calmo e relaxado, me avaliando com certo interesse, era de certo modo intimidado.

Olho surpresa e meio envergonhada e concordo com a cabeça.

- percebo - diz ele me avaliando. - me chamo Henri.

- Denise - falo um pouco nervosa com seu jeito estranho, mas a curiosidade falou mais alto. - desculpa, mas de onde você é?

Ele me dá um largo sorriso e diz:

- De muito longe, vim fazer uma viagem para melhorar meu inglês.

- você tem que viajar mais então - falo e fico rindo um pouco e ele me olha sem entender, quando finalmente entende a piada acaba rindo junto e eu não me aguento e começo a rir exageradamente.

Acontece por puro nervosismo.

A viagem se passou rapidamente a passo que a conversa foi se desenrolando. Henri falava sobre os lugares que ja foi e eu para os que queria ir. Logo o avião pousou.

- obrigada pela companhia Henri - falou lhe estendendo a mão mas ao invés de apertá la, ele a beija.

- o prazer foi meu Denise.. - diz ele me olhando nos olhos.

Um pouco encabulada com aquele flerte, pego minha mala e vou em busca da minha mãe. Antes de sair pelos portões olho para trás mas não há sinais do Henri.

- filha ! Aqui ! - chama minha mãe toda animada segurando uma placa com meu nome.

Era bem mais alta que eu, de olhos claros. A cor vermelha dos seus cabelos estava aos poucos sendo trocada pelo grisalho.

Eu lhe do um abraço rápido e ela me segura, me olhando.

- você está linda! E como cresceu - diz ela e me limito a dar um sorriso. - venha, vamos pra casa, você vai adorar lá..

Ela continua tagarelando sobre a casa e o meu novo quarto e de como era morar em um país novo e bla bla bla. Era uma cidade pequena a alguns quilômetros de Orlando onde eu estava animada pra ir.

Chegamos em casa e me surpreendi com o tamanho, minha mãe havia reformado o quarto de hóspedes e havia o que eu mais gostava: prateleiras.

- quando meus livros chegaram? - pergunto entrando no quarto.

- há uns 3 dias querida, você tem uma grande coleção! - disse minha mãe da porta do quarto.

- eu sei - falei tirando os sapatos e abrindo a mala.

- vou fazer algo para você comer, qualquer coisa é so chamar - disse e ainda parada com aquela expressão emocionada falou - estou tão feliz de ter você aqui Denise.

E desceu as escadas me deixando só no meu quarto novo.

Em duas horas o organizei do jeito que eu queria e após jantar com minha mãe fui me deitar pensando na vida nova que me aguardava, pensei em Henri e logo caí no sono, e em 3 anos foi a última vez que ele me veio a cabeça.

Até aquele dia.

My LordWhere stories live. Discover now