Capítulo 32 - "Gosto de fruta silvestre"

764 54 2
                                    

com: JulianaRamosAzevedo


Os dias se passaram voando, correria, trabalho e muitos problemas, como era comum a rotina de Heriberto e Victória. Depois de retornarem da casa refúgio no dia da chuva, os dois estranhavam-se com mais frequência que o normal a ponto de Rafael e Virgínia ficarem preocupados.

Naquela manhã, lá estava Victória, acordando de modo estranho. A cabeça doía, estava nua na cama, os travesseiros em volta do corpo. Abriu os olhos de modo lento. Fazia calor e o quarto estava claro demais.

Lembrava-se de beber umas doses de tequila na noite anterior. Quando tentou mover o corpo, se sentia cansada e dolorida. Moveu-se tendo certeza de que tinham feito amor pois suas pernas doíam. Sentou-se na cama, olhou em volta, tudo revirado e vestiu a camisola que estava no assento duplo no quarto.

Foi ao banheiro e de lá saiu para tomar café. Já na escada podia ouvir as gargalhadas de Heriberto com os filhos a mesa. Qual era o motivo de tanta felicidade? Desceu sentindo dor no corpo, especialmente entre suas pernas.

VICTÓRIA – Bom dia!– sorriu, beijou a filha, depois beijou o filho com carinho.

Heriberto a olhou, sorriu e a puxou para seu colo.

VICTÓRIA – Bom dia, meu amor! – sorriu para ele o acariciando.

Heriberto deu um beijo curto nela e Victória o beijou mais. Adorava ficar assim juntinho dele. Os filhos se entreolharam, mas não disseram nada, os dois não ficavam assim há tempos.

HERIBERTO – Bom dia! – sorriu.

Victória acomodou-se no colo dele e pegou um café.

VICTÓRIA – Minha cabeça dói. –tomou um gole de café e tocou a cabeça.

HERIBERTO – Só a cabeça? – riu dela e beijou seu braço com carinho.

VICTÓRIA – Heriberto, os meninos aqui...– moveu-se no colo dele e sentiu-se incomoda, estava com dor.

RAFAEL – Pô Sandoval, ontem teve festinha e gritaria... a gente teve até que sair pra tomar um ar. – ele comeu sua fruta e sorriu olhando a mãe.

VICTÓRIA – Deixe disso, Rafael! – o olhou com o canto dos olhos.

VIRGÍNIA – Mãe você mexeu no meu suco ontem? Estava dentro da geladeira e hoje não o encontrei. – olhou a mãe, sabia que Victória era impertinente, de certo tinha jogado fora. – Nem era meu, era de um amigo.– falou comendo seu pão.

VICTÓRIA – Suco? Que suco? O de laranja? – olhou a filha e tomou seu café de modo calmo.– Eu e sei pai apenas bebemos um pouco... – falou sem preocupar-se.

Virgínia mudou de expressão no mesmo momento e sentiu pavor.

VIRGÍNIA – Mãeeeee. – gritou levantando da mesa.– Um pouco? E quem tomou o resto? – passou a mão pelos longos cabelos pretos.

VICTÓRIA – Não sei, minha filha, mas eu, eu e seu pai tomamos. – tomou mais café sem entender o desespero da filha. – Estava uma delícia, não foi, Heriberto? Eu até estranhei porque parecia que tinha uma outra coisa junto. Um gosto de fruta silvestre.

Rafael gargalhou e olhou a irmã que estava consternada.

VIRGÍNIA – Tinha, mãe, tinha uma coisa lá dentro e vocês pelos gritos e risadas tomaram demais, meu Deus! – ela suspirou. – Vocês estão bem mesmo? Não se machucaram?

Você e Eu, Eu e VocêWhere stories live. Discover now