com: JulianaRamosAzevedo
Os dias se passaram voando, correria, trabalho e muitos problemas, como era comum a rotina de Heriberto e Victória. Depois de retornarem da casa refúgio no dia da chuva, os dois estranhavam-se com mais frequência que o normal a ponto de Rafael e Virgínia ficarem preocupados.
Naquela manhã, lá estava Victória, acordando de modo estranho. A cabeça doía, estava nua na cama, os travesseiros em volta do corpo. Abriu os olhos de modo lento. Fazia calor e o quarto estava claro demais.
Lembrava-se de beber umas doses de tequila na noite anterior. Quando tentou mover o corpo, se sentia cansada e dolorida. Moveu-se tendo certeza de que tinham feito amor pois suas pernas doíam. Sentou-se na cama, olhou em volta, tudo revirado e vestiu a camisola que estava no assento duplo no quarto.
Foi ao banheiro e de lá saiu para tomar café. Já na escada podia ouvir as gargalhadas de Heriberto com os filhos a mesa. Qual era o motivo de tanta felicidade? Desceu sentindo dor no corpo, especialmente entre suas pernas.
VICTÓRIA – Bom dia!– sorriu, beijou a filha, depois beijou o filho com carinho.
Heriberto a olhou, sorriu e a puxou para seu colo.
VICTÓRIA – Bom dia, meu amor! – sorriu para ele o acariciando.
Heriberto deu um beijo curto nela e Victória o beijou mais. Adorava ficar assim juntinho dele. Os filhos se entreolharam, mas não disseram nada, os dois não ficavam assim há tempos.
HERIBERTO – Bom dia! – sorriu.
Victória acomodou-se no colo dele e pegou um café.
VICTÓRIA – Minha cabeça dói. –tomou um gole de café e tocou a cabeça.
HERIBERTO – Só a cabeça? – riu dela e beijou seu braço com carinho.
VICTÓRIA – Heriberto, os meninos aqui...– moveu-se no colo dele e sentiu-se incomoda, estava com dor.
RAFAEL – Pô Sandoval, ontem teve festinha e gritaria... a gente teve até que sair pra tomar um ar. – ele comeu sua fruta e sorriu olhando a mãe.
VICTÓRIA – Deixe disso, Rafael! – o olhou com o canto dos olhos.
VIRGÍNIA – Mãe você mexeu no meu suco ontem? Estava dentro da geladeira e hoje não o encontrei. – olhou a mãe, sabia que Victória era impertinente, de certo tinha jogado fora. – Nem era meu, era de um amigo.– falou comendo seu pão.
VICTÓRIA – Suco? Que suco? O de laranja? – olhou a filha e tomou seu café de modo calmo.– Eu e sei pai apenas bebemos um pouco... – falou sem preocupar-se.
Virgínia mudou de expressão no mesmo momento e sentiu pavor.
VIRGÍNIA – Mãeeeee. – gritou levantando da mesa.– Um pouco? E quem tomou o resto? – passou a mão pelos longos cabelos pretos.
VICTÓRIA – Não sei, minha filha, mas eu, eu e seu pai tomamos. – tomou mais café sem entender o desespero da filha. – Estava uma delícia, não foi, Heriberto? Eu até estranhei porque parecia que tinha uma outra coisa junto. Um gosto de fruta silvestre.
Rafael gargalhou e olhou a irmã que estava consternada.
VIRGÍNIA – Tinha, mãe, tinha uma coisa lá dentro e vocês pelos gritos e risadas tomaram demais, meu Deus! – ela suspirou. – Vocês estão bem mesmo? Não se machucaram?
YOU ARE READING
Você e Eu, Eu e Você
RandomVictória (VICTÓRIA RUFFO) e Heriberto (CÉSAR ÉVORA) são casados há 24 anos. Se amam, tem uma família com dois filhos, Rafael de 23 anos e Virgínia de 19. Ele tem uma rotina desgastante de médico em sua clínica e também dando plantões no hospital. El...