Segurança

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Clary Narrando
-Acho que nunca fiquei tão alegre em estar em casa na minha vida igual hoje. -Falo para Robson assim que entro dentro de casa.
Após ficar seis dias naquele hospital convenci o médico a me dar alta pois não estava aguentando mais.
Olho para Robson que apenas sorri de minha confissão.
Os gêmeos devem estar dormindo pois agora é por volta da 1h da madrugada. O silêncio predomina.
Sigo até a escada para subir para meu quarto. Robson para ao meu lado e pega minha mão. O olho em silêncio e ele me ajuda a subir a escada.
Com certo sacrifício subo os degraus e sigo até meu quarto com Robson ao meu lado.
Nos ainda não falamos nada a respeito de eu estar grávida e nem sobre ele ter tido algo no passado com a atual esposa de Octávio.
Entro em meu quarto e Robson me acompanha.
-Você precisa de um banho. -Falo para Robson querendo cortar o silêncio enquanto o mesmo começa a desabotoar sua camisa revelando seu peitoral.
Jogo minha bolsa sobre uma poltrona e tiro as sapatilhas.
-Como se eu fosse o único aqui que precisasse. -Fala ele ficando a minha frente. Olho em seus olhos castanhos e me perco ali por um breve instante.
  Acho que o que ando sentindo pelo Robson deixou de ser apenas atração a partir do momento eu que vi ele e a mulher de Octávio conversando. De uma certa forma aquilo me incomodou, mas o passado de Robson não deveria me incomoda.
Raios! Devo estar enlouquecendo.
O que sinto pelo Robson é apenas atração, nada mais. Tento me convencer mentalmente.
-Acho que precisamos de um banho. -Afirmo para ele e sorrio. O mesmo me lança um famoso olhar que já conheço e se aproxima. -Apenas um banho Robson. -O repreendo já sabendo o que ele está pensando e caminho até o banheiro.

•••

  -Acho que devemos contar para Pedro e Heitor. -Falo para Robson me referindo sobre eu estar grávida.
Nesse momento estamos deitados na nossa cama e Robson está com a mão em minha barriga como um típico pai normal que está ansioso em saber que vai ser pai. Quem ver Robson agora de um jeito normal nem pensaria que ele é um mafioso.
-Acho que eles vão gostar da ideia de terem um irmão ou uma irmã. -Afirma Robson alegre.
Olho para ele e sorrio.
Me aproximo dele com cuidado e deixo um selinho em sua boca e me afasto o suficiente.
O mesmo me olha um pouco surpreso, mas logo se recompõe.
-O que houve depois que eu apaguei na festa? -Pergunto a Robson e ele tira a mão de minha barriga.
O olho ansiosa pela sua resposta enquanto ele olha o teto numa tentativa falha de tentar não demonstrar o que está sentindo.
-Matei o irmão de Fernando, logo depois de você ter desmaiado. -Confessa ele com uma certa amargura e me olha. -Pensei que fosse te perder. -Conta ele e passa a mão em seus cabelos um pouco sem jeito. -Seu pai me ensinou a ser um mafioso e se hoje ele me visse não sei se ficaria orgulhoso. -Robson fala e se senta na cama rapidamente deixando evidente que apesar de todos esses anos ele ainda se lembra de meu pai e muito de seus sermões.
Me sento na cama ao seu lado e pouso minha mão sobre seu ombro nu. O mesmo me olha e vejo um pouco de vários sentimentos em seu olhar.
-Robson ter sentimentos no mundo em que vivemos não é uma fraqueza, antes eu achava que sim, mas agora eu mudei. -Digo de forma mais sincera possível não acreditando em minhas palavras. -Eu sou mãe e estou casada com você, não se julgue ser um péssimo mafioso por ter sentimentos. -Falo e o mesmo da um sorriso amarelo.
Robson se aproxima e me puxa para um beijo e deitamos na cama juntos. 
Interrompo o beijo por falta de ar e o olho.
-Pedro e Heitor vão ter que seguir nossos passos e prosseguir com nossos negócios. -Robson me lembra.
Respiro fundo e fecho os olhos pensando em como seria levar uma vida normal sem tantos perigos para todos os lados.
Abro os olhos e encaro Robson.
-Quem nasce na máfia permanece na máfia, são as regras. -Digo parecendo calma, mas a verdade é que um desespero me domina toda vez que me lembro que Pedro e Heitor nasceram em uma vida rodeada por perigos e que terão que seguir esse rumo.
Pouso minha cabeça sobre o peitoral de Robson e o abraço enquanto o mesmo passa os dedos em meus cabelos.
-Eu te amo Clary, haja o que houver eu lutarei e morrerei por você e por nossos filhos. -Robson sussurra enquanto passa a mão em meus cabelos.
Fecho os olhos me rendendo ao sono, e sentindo uma segurança que nunca havia sentindo antes nos braços de Robson.



MafiaWhere stories live. Discover now