3-Festa Da Mafia

8.8K 569 6
                                    

Estou no meu quarto me arrumando, depois que fui ao shopping comprar algumas coisas andei um pouco pela cidade até anoitecer, na verdade estava procurando pontos estratégicos para quando precisar fugir ou matar.
Não pretendo ficar casada muito tempo, e tenho que investigar a fundo o assassinato de meus pais.
Quando cheguei na mansão de Octávio quase todos os convidados já haviam chegado e tive que entrar sem ser notada.
Me olho no espelho para ver se não falta nada. O vestido que estou usando é preto com vários brilhantes, ele é estilo sereia longo com uma fenda na perna, aberto na costa e um decote que deixaram muitos babando. O salto é preto discreto porém perfeito. Meu cabelo está solto devido à falta de tempo para arruma-lo, agradeço por ele ser liso. Minha maquiagem é clara, apenas o batom vermelho fosco e meus cílios grandes se destacam com a sombra dourada e o delineador preto. Não posso me esquecer das joias que estou usando, estou usando um par de brinco e uma pulseira de joias pretas e um colar de joias pretas também.
Respiro fundo pronta para enfrentar todos que se encontram lá embaixo. Saio do quarto e meus seguranças Robson e Murilo já se encontram me esperando. Os dois estão arrumados e perfumados.
-Hoje se quiserem se divertir com algumas mulheres. -Sugiro e vejo os dois sorrir afinal de conta eles são homens, o sorriso deles se desfaz voltando a pose de sério.
-Você está linda madame. -Me elogia Murilo.
-Incrível madame. -Elogia Robson.
-Obrigada, vocês também estão agradáveis. -Falo e me viro indo para a festa.
Assim que chego nos degraus escuto várias pessoas conversando, começo a descer os degraus e vejo varias pessoas, alguns me olham com surpresa, algumas mulheres me invejam e outras me admiram, os homens babam por mim e meus olhos se direciona para Octávio me esperando no final da escada.
Termino de descer as escadas e pego a mão de Octávio que está estendida para mim. Robson e Murilo se afastam pois sabe que estou segura no momento. Octávio se aproxima de meu ouvido.
-Atue bem. -Fala ele sussurrando no meu ouvido e se afasta, sorrio forçadamente. Ele me guia até o meio das pessoas. Ele está usando um smoking preto sobre medida marcando seus músculos e sua barba a fazer o deixa mais impecável. Decido manter o foco para não atrapalhar minha vingança. Não seria inteligente me deixar levar por momentos e esquecer minha vingança.
Ele chama a atenção de todos para anunciar algo, mantenho firme minha pose ao seu lado.
-Meus amigos e irmãos. -Começa ele a dizer, amigos são todos em geral e irmãos os que são da máfia. -Gostaria de lhes apresentar minha esposa Clary Fox Bernardi. -Fala ele meu nome completo de casada. Sorrio por aparências e vejo algumas mulheres com um ódio e inveja no olhar, elas tentam disfarçar, mas sou ótima em ler expressões e sou uma das melhores. Ele se dirige segurando minha mão até o meio do salão e o olho questionando pois não havia combinado de dançar. Há mais ele me paga. Penso.
Ele me puxa para si fazendo nossos corpos colarem e vejo em seu olhar frio algo confuso, ele coloca a mão na minha cintura e a outra pega minha mão direta, pouso minha mão esquerda sobre seu ombro.
Começa a tocar uma música clássica, apenas um senhor já um pouco velho toca o piano, e seus dedos trêmulos deslizam perfeitamente.
Octávio me guia e o olho sem demonstra nada assim como ele faz.
A dança acaba e minha vontade é de esganar Octávio, quando penso que a tormenta acabou ele pega minha mão e me leva a contrá gosto até uns senhores da máfia. Logo reconheço seus rostos, um dos mais perigosos, se eu fosse a garotinha de antes certamente correria um calafrio pelo meu corpo. Enquanto estive no internato rakeava algumas contas escondido só para saber tudo sobre eles.
-Irmãos. -Fala Octávio os cumprimentando.
-Caro Octávio sua esposa é muito bela. -Fala um homem na faixa dos cinquenta anos, ele é baixinho e gordinho e sua cicatriz no queixo o deixa mais feio.
-Homem de sorte, seus herdeiros serão lindos assim como a mãe. -Fala outro por volta dos quarenta anos, ele é o mais jovem pelo que percebi.
-Muito linda, ainda bem que não morreu com os pais pois certamente seria um desperdício. -Fala um velho me chamando a atenção, ele tem por volta dos sessenta anos e algo nele me diz que ele tem algo com o assassinato dos meus pais. Vejo o olhar de Octávio sobre ele e vejo que não sou a única que não foi com a cara dele.
Octávio começa a conversar com eles e decido ficar em silêncio e não prestar atenção para ver se o tédio passa mais rápido. Faço uma lista de suspeitos da morte de meus pais e decido que irei ter que investigar o homem que falou da morte dos meus pais.
Após um tempo Octávio pede licença aos senhores e me leva até outro canto da festa.
-Desnecessário. -Falo tentando não mostrar o tão irritada estou. Ele me olha e sorri como se gostasse de me irritar. Vejo duas mulheres se aproximarem quase nua com seus vestidos minúsculos.
-Nossa você é mesmo mais linda do que imaginava. -Fala uma loira com voz de puta na pura falsidade, forço um sorriso para ela com vontade de arrancar os olhos dela.
-Se me derem licença irei deixá-la com as meninas querida. -Fala Octávio e sai sei lá para onde. Minha vontade é de matá-lo.
-Onde se conheceram? -Pergunta uma morena mais falsa ainda com seus peitos siliconado quase saltando do vestido.
-Já faz tanto tempo que nem lembro. -Minto e sorrio forçadamente para elas. Olho para as pessoas e vejo meus seguranças e meu olhar para eles já diz tudo. Eles vem até mim para me tirar dessa conversa antes que eu mate essas criaturas fúteis que certamente são o lanche de meu maridinho.
-Madame por favor nos acompanhe. -Mente Robson para me tirar dessa fria. Sorrio para as garotas.
-Desculpem meninas, mas tenho que ir. -Falo e sigo Robson e Murilo que estão na minha frente.
-Nossa queria arrancar os olhos delas, preferia ficar escutando aqueles velhos falando de mulheres. -Desabafo com eles e eles se seguram para não riem. Volto a pose de seria e pego uma taça de champanhe. Bebo aos poucos e a governanta que ainda não conheci anuncia o jantar. Sigo até o jardim onde tem varias mesas postas, Octávio me surpreende aparecendo atrás de mim, mas ignoro enquanto ele coloca a mão na minha costa.
-Gostou da conversa? -Fala ele com certo sarcasmo. Cretino!
-Claro, mas fala para suas putas que você come pararem de serem tão insuportáveis. -Falo o surpreendendo. Eu sei ler olhares e o jeito que elas olharam para mim e para Octávio as denunciaram.
Octávio aperta minha cintura num gesto possessivo, mas quando olho seu olhar ele não demonstra nada. Olho para o lugar onde ele olha e algo me diz que tem algo errado.
Um homem na faixa dos 30 anos se aproxima. Ele é loiro com olhos verdes, alto e lindo devo admiti, mas seu olhar sombrio e seu sorriso no rosto me deixa desconfortável, deve ser minha intuição. Decido colocar ele na minha lista mentalmente de suspeitos sobre a morte de meus pais.
-Fernando. -Fala Octávio e percebo desprezo no tom de sua voz. Sua mão continua na minha cintura no gesto possessivo. Me lembro do Fernando que quase me casei, mas seria impossível tantas coincidências. Vou resumir, enquanto rakeava algumas conversas privadas de meu pai descobri que ele queria me casar ou com o Octávio ou um tal de Fernando. Me repreendo mentalmente por não ter investigado esse Fernando.
-Octávio. -Fala o homem que pelo o jeito Octávio não gosta. -Sua esposa é linda. -Fala ele e olha para mim, ele me analisa eu dos pés me deixando desconfortável. Esses homens pensam que sou apenas um troféu, mal eles sabem a vontade que tenho de arrancar suas bolas com um alicate.
-Amor. -Chamo Octávio, olho para ele e apesar de ele estar surpreso por chamá-lo de amor. Vejo o olhar tenso louco por uma briga entre Octávio e o tal Fernando. -Vamos. -O chamo e ele me olha.
Ele sai andando comigo sem se despedir do tal Fernando.
-Que falta de educação, nem me deixou me despedir. -Sussurro para ele e vejo seu olhar raivoso sobre mim. Sorrio sabendo que estou o deixando com raiva.
Seguimos até uma mesa e ele puxa a cadeira para me sentar e após ele se senta ao meu lado.
O jantar é servido e começamos a comer em silêncio, nada é dito e o silêncio me deixa entediada. Termino de comer a sobremesa e o olho, vejo o olhar dele frio sobre o Fernando na mesa em nossa frente e o mesmo responde com o mesmo olhar frio. Em breves momentos Fernando me devora pelo olhar e minha vontade é de arrancar suas bolas com um alicate novamente. Sorrio com o tal pensamento e Octávio me olha como se eu sorrir naturalmente fosse coisa de outro mundo. Ele volta a sua pose de frio e calculista em instante. Se ele soubesse o que penso.
-E a atuação? -Pergunto atraindo o olhar de Octávio. Ele me olha e sorri e vejo que o lembrei que estamos rodeados de pessoas e as aparências são as que importam. Ele me olha estranho e antes que eu me afaste ele se aproxima e coloca sua mão em minha bochecha e me rouba um beijo.
Retribuo o beijo rápido, me separo dele e se não estivéssemos em frente de tantas pessoas certamente limparia a boca num gesto de ódio e socaria seu rosto. Ele me olha como se ganhasse um prêmio e minha vontade é de matá-lo.
-Calma querida, eu sei que você quer mais um beijo. -Fala ele voltando a sua pose com certo sarcasmo na voz. Ele pega a taça de champanhe e a leva até a boca. Decido ignora-lo. -Esqueceu que dormiremos juntos? -Pergunta ele e finjo que não escutei essa parte.

MafiaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang