Mudança

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Clary Narrando
Aquele momento em que você olha o que já fez e pensa; -Porque raios eu perdi tanto tempo em uma vingança sem sentido na qual eu nem sequer consegui o que queria.
Novamente passo a mão na minha barriga que está um pouco grandinha. Estou de 6 meses, mas parece que estou de 8 meses.
Mudei radicalmente, mas por bons motivos.
Robson e Murilo me ajudaram de uma maneira surpreendente. Eu deixei os negócios nas mãos deles por um tempo e só irei retomar ao controle quando eu já tiver ganho o bebê.
Mas não é porque que estou grávida que me tornei uma sedentária, faço exercícios e minha alimentação anda bem saudável.
Sinto falta de treinar box, e treinar tiro ao alvo, mas agora não é momento para isso.
Me levanto do sofá e sigo até a cozinha para beber um copo d'água. Encontro Robson e Murilo mexendo em seus MacBook em cima da mesa.
Sim eles estão morando comigo, e parece que os dois vão ser pais de tão ansiosos que estão. Nunca contei a eles sobre o que realmente aconteceu quando fui sequestrada, mas por estar grávida eles devem saber o que aconteceu de certo modo.
Fernando nunca me encontrou, acho que ele até desistiu de me procurar. Eu o odeio de uma certa forma, mas em nenhum momento pensei em abortar.
Às vezes penso em desistir da vingança, mas às vezes penso que não tem mais vingança.
Só quero paz, mesmo que seja momentânea.

•••

Um meses depois.

Estava jantando com Robson e Murilo quando sinto umas dores estanhas. Me levanto para ir pegar um remédio, mas fico parada no lugar assim que sinto um líquido escorrendo em minhas pernas.
-Tá na hora, na verdade eles querem vir antes da hora. -Digo alegre e um pouco assustada.
Terei gêmeos e minha barriga está enorme. Robson e Murilo param de comer e levantam rapidamente.
-Fica parada! -Fala Robson e corre até o quarto do bebê desesperado.
Murilo se aproxima.
-Lembra daquela médica sua? -Pergunta Murilo e concordo com a cabeça. A médica que ele andou ficando inclusive. -Faz igual ela falou, respira e tenha calma. -Pede ele desesperado. Faço o que ele falou.
Rapidamente Robson volta com duas malinha dos bebês.
Ainda não sei o sexo de ambos, prefiro assim. Comprei apenas roupas com cores claras, inclusive objetos como mamadeira, chupetas e essas coisas.
Os dois me ajudam a ir até a garagem e se eu não estivesse com tanta dor até iria rir da cara deles. Coitada dessa criança, não terá o pai biológico, mas terá dois tios de consideração que se derretem e nem parece mafiosos frios e calculistas.
Uma pontada dentro de mim se angústia.
Será que vou querer que essas crianças cresçam da mesma forma em que cresci?
Respiro fundo novamente preocupada.
Não quero que meus filhos passem pelo o que eu passei.
  Mas quem nasce na máfia vive na máfia.

MafiaWhere stories live. Discover now