Sim

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Clary Narrando
Robson me fita com seus olhos castanhos esperando minha resposta enquanto seus dedos batem na mesa deixando evidente seu nervosismo.
Um no se instala em minha garganta fazendo eu engolir em seco.
Raios! Nunca fui pedida em casamento.
Nesse momento estamos jantando em um restaurante a sos e os gêmeos estão com Miriam. Estou vestindo um vestido vermelho que vai até um palmo acima dos joelhos, de alças grossas e aberto na costa. E estou usando uma sandália de salto alto vermelha.
Robson está vestindo uma camisa social azul marcando seus músculos e uma calça jeans preta e um sapatênis.
Respiro fundo já com minha escolha em mente.
Talvez não seja tão ruim. Será bom essa reunião e me ajudará a esquecer Fernando de vez.
-Sim. -Digo mais rápido do que havia pensado.
-Você aceitou? -Pergunta ele parecendo não acreditar.
Dou um sorriso amarelo para ele.
-Parece que sim. -Brinco.
Ele sorri e me pergunto onde que foi parar o mafioso com olhar frio e calculista que um dia conheci.
-Clary, eu irei respeita-lá e nunca irei força-lá a nada e espero ser um exemplo paternal para seus filhos. -Começa ele a dizer e eu fico em silêncio sem entender a onde isso vai levar. Não me julguem, mas só com meus filhos que consigo dar amor e ser carinhosa. -Irei dar seu tempo sempre. -Fala ele de uma forma que deixa bem claro que não é de hoje que ele gosta de mim.
Merda! Eu deveria falar algo.
Novamente ele falou algo bonito e eu fico parecendo uma insensível?
Mas não sei o que falar.
Robson me fita em silêncio esperando eu falar algo.
-Robson eu... Eu... -Começo a falar e acabo gaguejando.
Estou enlouquecendo! Só pode! Sou uma mafiosa! Já matei, já torturei e por causa disso eu fico nervosa?
Respiro fundo tentando me recompor.
Olho no fundo dos olhos castanhos de Robson e pego uma de suas mãos já em mente o que falar.
-Robson eu sei que por muito tempo fomos parceiros e você sempre esteve comigo, mas quero que saiba que fico feliz por você tentar ser um exemplo paternal para Pedro e Heitor e acho que eles precisam de você assim como eu preciso de você. -Digo tudo de uma vez e me sinto aliviada por tirar tudo isso que estava entalado de uma certa forma na minha garganta.
Solto sua mão um pouco sem graça não acreditando no que disse.
-Vamos pedir a sobremesa? -Robson perguntando voltando a sua postura séria, mas um pouco relaxada.
Concordo com a cabeça. Robson levanta a mão e rapidamente o mesmo garçom que nos atendeu vem até nossa mesa.

•••

Estamos voltando para mansão. Robson dirige com a atenção voltada para o pouco trânsito devido à hora que são.
Provavelmente Pedro e Heitor já estão dormindo.
Olho para Robson. Os primeiros botões de sua camisa estão abertos pois o mesmo quando saiu do restaurante disse que estava com calor, mas acho que ele só fez isso para me provocar. Seus cabelos um pouco bagunçados o deixam mais lindo.
Vagueio os olhos por ele e tenho de admitir Robson é um pedaço de mau caminho.
Volto a olhar o trânsito.
Me pergunto se algum dia conseguirei corresponder os sentimentos dele.
Confesso que aceitei o pedido de Robson porque Pedro e Heitor precisam de um pai de uma certa forma e Robson sempre os tratou de um jeito como se ele fosse o pai deles.
Volto a atenção a Robson.
Pensamentos me vem à mente e acho que não seria ruim o provocar um pouco. Afinal de contas em breve casaremos.
Pouso minha mão sobre sua cocha e continuo olhando o trânsito à frente.
Percebo de canto de olho que o afetei só com minha mão em sua coxa. Vejo ele segurar o volante com mais força e trincar o maxilar.
Sorrio e subo mais a mão mais um pouco próximo de sua virilha.
Rapidamente uma de suas mãos segura minha mão antes que eu suba mais.
Um pouco desapontada retiro minha mão de sua coxa e volto o foco para o trânsito.
-Estamos chegando. -Informa ele fingindo que não aconteceu nada.
Continuo quieta o ignorando.
-Dormiremos no mesmo quarto a partir de hoje? -Pergunta ele e olho. Vejo o sorrir. Maldito sorriso lindo.
-Seremos marido e mulher em breve, não vejo o porquê de dividirmos o quarto tão rápido. -Digo soando um pouco fria. Na verdade bem que eu queria dividir o quarto com ele.
Merda Clary! Foco!
Volto a olhar o trânsito.
O resto do caminho ficamos em silêncio.
Assim que chegamos na mansão saio do carro rapidamente e Robson me segue.
Entro e escuto os passos de Robson me seguir.
Quando estou prestes a subir a escada para ir para meu quarto sinto uma mão em meu braço me puxar.
Robson me puxa para si e cola nossos corpos.
Engulo em seco um pouco nervosa devido a essa proximidade.
Olho em seus olhos castanhos e depois para sua boca que parece me seduzir para um beijo.
Antes que eu possa me afastar Robson cola nossas bocas com um selinho e quando percebo estou o beijando.
Não resistindo a ele jogo meus braços pelo seu pescoço o puxando mais para perto.
Suas mãos fortes me puxa mais para si colando ainda mais nossos corpos fazendo com que eu sinta seu membro duro em meu ventre.
Paramos o beijo por falta de ar.
Ainda abraçada a ele não acreditando no que acabei de fazer olho em seus olhos.
-Espero poder dormir com você essa noite. -Fala ele de um jeito malicioso com a voz um pouco rouca de um jeito sexy fazendo eu arrepiar e ter certos pensamentos.
Sorrio para ele tentando não demonstrar o tanto que suas palavras mexeram comigo.
Consigo sair de seus braços e sigo de volta a escada e começo a subir.
Paro no sexto degrau e me viro vendo Robson me olhando sem entender.
-Você está esperando eu te chamar ou vai me acompanhar? -Pergunto o olhando de um jeito que ele sabe como vai acabar esta noite.

MafiaWhere stories live. Discover now