Susto-Por Artur

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Artur

Sou acordado aos chutes e resmungos da Clarie.Meio desorientado, me viro vagamente para olhar pra ela e perguntar o porquê dela estar me chutando.

-Não suporto mais a dor.Vamos para o hospital-ela consegue falar com sua respiração rala.Ferrou.Era possível ver o desespero no seu rosto e a dor insuportável.Suas pernas estavam cruzadas e suas mãos estavam acariciando de forma acelerada a barriga.Não, o bebê não pode nascer.Enzo não pode nascer com trinta e duas semanas.

-O que houve? O que está acontecendo?Doi muito?Tem certeza?-quem ficou desesperado agora fui eu.Me perdoe,sociedade,mas eu não consigo trabalhar sob pressão.Eu me levanto e começo a correr pelo quarto atrás das malas,feito uma gazela saltitante.O que eu faço? Eu preciso de ajuda!

-Eu não fiz nenhuma mala-ela fala e volta para os exercícios de respiração.

Eu olho pra o seu rosto com uma expressão surpresa.Caramba,estávamos definitivamente ferrados.

-Por que não fez logo essas malas, Clarie? Qualquer imprevisto poderia acontecer.

-Você acha que eu ia adivinhar que uma coisa dessas iria acontecer mesmo?-ela grita-Eu tô morrendo!

Eu não conseguia pensar direito naquela momento.Um emaranhado de pensamentos estava na minha cabeça e eu não agia nessas horas.Minha mulher estava na minha frente gemendo de dor, enquanto eu estava em vários nadas.Enzo não poderia nascer agora, de jeito nenhum.Não é para ele nascer agora.A Clarie estava bem, estávamos fazendo os exames direitinho, a saúde do bebê estava ótima e por que ele nasceria agora? Ele não pode.Ele precisa ficar aí dentro.

-Artur,me ajuda!-ela fala com os dentes cerrados.Seu rosto estava vermelho e ela transpirava.

É agora.

-Vamos-eu consigo ajudá-la a se levantar e  caminhamos vagamente até as escadas.Parece que tem bebê apressadinho e quer logo sair da barriga.

-Há duas coisas para serem ditas:Sofia e Miguel estão aqui em casa.E você está só de cueca-ela fala, de forma ofegante.Levo meus olhos para a minha parte de baixo e percebo que é apenas uma cueca que eu uso.

Bufo, com raiva.

Coloco-a sentada numa poltrona e vou correndo vestir alguma roupa digna.E posteriormente ligo para minha mãe, pedindo para que vinhesse às pressas ficar com os gêmeos.Estava fazendo tudo no automático,não conseguia organizar os meus pensamentos.

-Vamos,vamos-ajudo Clarie a descer as escadas, coisa que foi necessário muita paciência e cuidado para não tombarmos e sairmos rolando até o chão.Em menos de dois minutos, minha mãe chega em casa ainda de camisola e com os cabelos para o alto.

-Vai nascer?-pergunta.

-Rezemos que não-Clarie diz e faz uma careta de dor.Eu pego as chaves do carro que estava em cima da mesa de jantar e vamos rapidamente até o meu carro.É exatamente nesses momentos que não desejaria ter um carro grande.Pra que diacho comprei um carro grande?

Depois de muita dificuldade,eu ajudo a Clarie se sentar no banco da frente e corro para o banco do motorista.Entro na carro e dou partida, indo em direção ao hospital.

Caraca, o inesperado sempre acontece.Em poucas horas, eu posso virar pai novamente.

-Está tudo bem, meus queridos.Alarme falso-Dra.Amanda diz após uma breve ultrassom no hospital.Neste instante, quero socar a primeira coisa que vejo pela frente, mas apenas solto um suspiro de alívio, que estava preso-Isso são as chamadas contrações falsas.É normal demais,principalmente agora nesse último trimestre e pode acontecer várias vezes até o nascimento do bebê.Para diferenciar as contrações falsas e as de trabalho de parto,observem o intervalo de tempo  entre cada uma.Se esse intervalo for em tempos iguais,é sinal que o bebê vai nascer, mas caso não seja, é apenas um alarme falso e é só manter a calma nessas horas.

O idiota do meu primo 2[Concluída]Where stories live. Discover now