Jumberto quer churros (Bônus)

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Artur

—Artur,acorda—alguém me balança de um lado para o outro freneticamente.

—Só mais cinco minutinhos—eu fico de bruços,mas ganho uma travesseirada na cabeça—Ai!

—Acorda!—era a voz de Clarie.

Eu me levanto rapidamente.

—Você tá bem?—para me acordarem com uma travesseirada só pode estar morrendo,porque tudo mundo sabe que quando eu sou obrigado a acordar fico de mau humor por séculos.

—Eu tô ótima,meu filho—ela bufa—Mas Jumberto tá com fome.

Eu reviro os olhos.

—Para de se referir ao garoto como Jumberto—eu digo e me deito de volta—Ainda vamos pensar em um nome pra ele.

—Jumberto quer churros—ela diz,pouco se importando com minha opinião sobre esse nome e... ela disse churros?

—Amor,são...—olho o horário pelo visor do celular—Três e meia da manhã.Onde eu vou arranjar churros?

—Diz isso para Jumbertinho.

—Agora lascou.Jumbertinho,jura?—ela assente.Eu solto um grunhido e me aproximo da barriga dela.Não sei ao certo se ele vai me escutar,mas não custa nada tentar—Oi filho,são três e meia da manhã e não tem como eu comprar churros nessa hora,tá?Aguenta até amanhã,meu bem.Durma com os anjos e amanhã eu te dou todos os churros que quiser—eu encosto o meu ouvido na barriga,como se estivesse escutando algo—Ele concordou,agora volta a dormir.

—Artur,Jumberto não concorda com você de jeito nenhum—ela se levanta e pega o notebook na mesinha do quarto—Vou ver se tem algum lugar que vende churros aberto.

—Você acha mesmo que vai achar?—eu questiono e mesmo assim ela insiste em pesquisar.

—A esperança é a última que morre—ela digita algumas coisas no Google e vai procurar por algum bendito lugar que se tenha churros.

—Não dá pra deixar para amanhã de manhã?—eu pergunto e ela me olha como se fosse óbvio.Claro que não.O pior de tudo é que não se tem nada aberto a essa hora e a criatura continua persistindo em procurar lugares que venda churros.

—Não tem nenhum!—ela disse como se isso fosse uma tragédia—Meu Deus,como vou sobreviver?

—Calma,não é o fim do mundo.

Ela me encara.

—Se Jumbertinho nascer com cara de churros,vai ser culpa sua—eu levanto minhas mãos em forma de redenção e seus olhos se voltam para a tela do computador —Olha só que divertido!

—O quê?—me aproximo do notebook.

—Tutorial de como fazer churros em casa—Clarie me olha com cara de cachorrinho pidão.

—De jeito nenhum—eu nego.Nem que me paguem eu vou conseguir cozinhar isso.

—Vai,Artur,por favor!—ela implora —Eu nunca te pedi nadinha.

—Não,não—eu viro meu corpo para o outro lado da cama,fechando os meus olhos para tentar voltar a dormir.

—Vai,lindo—ela persiste—Eu te amo tanto.Você é lindo,maravilhoso,altruísta,carinhoso,meigo,simpático, um pai incrível,um marido sensacional ,um profissional competente,uma pessoa humilde.Eu tenho certeza que quando você morrer vai direto para o céu.Você,com toda certeza do mundo,tem um lugar reservado no céu,porém...—tudo nessa vida tem essa droga de “porém”—você só vai ser aceito se satisfazer o simples desejo da sua mulher que está grávida esperando ansiosamente pelo nascimento do Jumberto.

O idiota do meu primo 2[Concluída]Where stories live. Discover now