Isa.

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Adormeci. Acordei só quando ouvi a voz do meu pai, o abracei e pedi que  fossemos embora. Ele negou, conversou comigo e pediu que eu pedisse desculpas a Dianna.

Droga! Se eu não o fizesse...nós não iriamos embora tão cedo.

Assenti. Descemos e pedi desculpas e dei-lhe um abraço. Ela beijou o topo da minha cabeça e também me pediu desculpas. Nos despedimos e seguimos o rumo de casa. Noah pediu que papai colocasse o DVD da "Marsha e o Urso". Revirei os olhos, esse desenho era idiota.

Assim que chegamos, meu pai pediu ajuda para fazer um lanche e sugeriu que fossemos assistir algo, alegando que estava com saudades e assim o fizemos. Assistiamos pokemón, Noah era viciado nisso e mamãe pelo jogo.

- Eu escolho você, Picachu! - Noah repetiu a fala do desenho.

Rimos. Logo senti alguém sentar ao meu lado e me abraçar. Sorri ao ver a mamãe.

- OMG! POKEMÓN. EM FALAR NISSO, PRECISO DO MEU CELULAR. - rimos.

- Assiste com eu, ela e ele, mamãe.

- Nós.

- Isso.

- Vem aqui, meu príncipe. - ela desfez o abraço e Noah levantou e sentou no seu colo.

Ficou o mimando e me senti meu triste. Resolvi que era hora de me retirar, desejei boa noite e subi para o meu quarto. Tranquei a porta e peguei tudo o que era necessário para tomar meu banho. Entrei no banheiro e foi impossível resistir a vontade de me cortar.

O dia fora horrível e eu precisava me sentir bem.

Peguei a lâmina que tinha escodida e fiz três cortes. Ardia, e choraminguei um pouco, ainda não estava acostumada, mas iria. Guardei a lâmina e lavei os cortes, cantei um pouco para esquecer a dor. Limpei tudo e por fim, fui tomar banho.

Quando saí do banho, já vestida com minhas roupas de moleton, destranquei a porta, meu pai sempre vinha aqui para : desejar boa noite.

Sentei na cama e peguei o livro que estava na cabeceira sa cama. Eu não tinha celular, ele não me serveria de nada : não tenho amigos. Todos me odiavam e me chamavam de " Filha da gileteira" ou me perguntavam " Quer um gilete?". Eu não entendia porque eles eram tão maus comigo. Eu não tinha culpa de ter uma mãe assim, ela era doente e não eu.

Larguei o livro, não conseguia me concentrar. Deitei e segurei o choro ao ouvir passos. Fechei os olhos e fingi dormir, me cobrindo e deixando somente a cabeça descoberta. A porta se abriu e logo senti a cama afundar, por incrível que pareça meu coração estava agitado. Me surpreendi ao ouvir a voz da minha mãe.

- Sei que está acordada.

Suspirei e abri os olhos. Ela sorria e sorri mesmo sem querer.

- Vim desejar boa noite.

- Pra você também.

- Te amo! Durma bem. - ela beijou o topo da minha cabeça.

Se levantou e saiu. Fechei os olhos e adormeci.

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