Wilmer.

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Tudo estava um inferno. Eu devia ter escutado a minha irmã e ter contado a verdade para a Demi. Ela nunca me perdoaria. Eu havia acabado de com a nossa família e eu realmente sentia muito por isso. Mas creio que não suportaria criar um filho que não tivesse o meu sangue, pra falar a verdade, um filho que fosse do Joe.

Abracei o Christian e ele dormia. O levaria para casa e iria em casa enfrentar uma Demi furiosa.

Quando cheguei a casa da minha irmã, ela estava apavorada e correu ate Christian e o abraçou.

- Céus...como está anjo? Onde estava? Está tudo bem?

Christian lhe explicou tudo e ela o levou para tomar um banho e pediu que eu a esperasse. Vinte minutos depois ela desceu e sentou ao meu lado.

- Vou denunciar a Demi.

- Ste...

- Não vou te escutar. Ela não vai se livrar de nada, Wilmer. Essa mulher passou de todos os limites.

- Eu sei. Você tem toda razão, mas quero pedir que não faça isso. Demi está grávida e isso vai prejudica-los.

- Eu sinto muito, Wilmer...mas dessa vez eu vou fazer o que acho certo. Fique a vontade!

Ela saiu dali sem me deixar falar algo. Ela era bem orgulhosa e não mudaria de opinião. Suspirei, eu estava sem saber o que fazer. Por mais que estivesse com raiva da Demi, eu não queria prejudicá-la. Subi e fui descansar um pouco.

Demi.

A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi ir ao banheiro e revirar as gavetas. Eu sei que devia ter algo ali, as coisas de Wilmer ainda estavam espalhadas pela casa, mas eu ainda não tinha mexido no banheiro e sei que ele guardou suas coisas nas gavetas também.

Estava lá no fim, embaixo de uma caixa de cotonetes, e eu tive a certeza que ele queria manter aquilo escondido de mim. Uma lâmina, pequena, mas perfeita.

Me sentei, apoiada contra a parede, e pressionei o pequeno pedaço de metal contra meu antebraço, mas congelei antes que ele pudesse causar algum dano. Respirei fundo, tentando me controlar, tentando achar outra solução, mas não tinha.

Estava escuro lá fora, a casa estava uma bagunça de coisas quebradas e jogadas e estranhamente silenciosa. E a culpa me consumia.

Conversar não havia me ajudado em nada e era disso que eu precisava. A culpa era toda dele, porém, culpa dele por ter me enganado, por ter mentido. Nunca houve um relacionamento real, porque eram tudo mentiras.

Mas lá estava eu, com a lâmina presa firmemente entre meus dedos trêmulos, sentindo todas as emoções do dia me batendo com força suficiente para me derrubar. Desespero, era a única coisa que eu continuava sentindo.

RaptadaWhere stories live. Discover now