Fight and what?

652 30 4
                                    

Eu estava tão nervosa que nem enxergava o transito na minha frente, apenas buzinava como uma louca cortando os carros que eram como borrões em minha visão periférica. Eu só conseguia pensar o quanto eu queria matar meu irmão e eu estava indo até a merda do trabalho dele, para executá-lo. Filho de uma grande puta. Logo que cheguei no estacionamento do CT do estádio, aonde os jogadores e funcionários tinham acesso, estacionei meu MiniCooper vermelho de qualquer jeito e feroz adentrei as portas que me levavam ao corredor que abrigava o consultório do meu irmão. Foram longas passadas e rápidas que em questão de segundos eu já encarava uma grande porta de madeira clara com maçaneta prata que prendia verticalmente quase toda a superfície e uma plaquinha que indicava que meu querido irmão ali atendia. Apertei uma caderneta maldita que era motivo de eu, Hanna, sair da faculdade nervosa atrás do babaca do Zorn.
Sem mais delongas respirei fundo e abri a porta com força.
Matthew tinha Reus sentado na maca apenas de cueca preta enquanto examinava o tornozelo do mesmo. Ambos me encararam assustados e eu caguei para Reus. Eu queria matar o meu irmão com as minhas unhas e ele sabia disso, temia por isso também.

- Você não tinha e nem tem o direito Zorn e não precisa se vestir, logo saio daqui, Reus. - Cuspi as palavras ríspidas em um tom baixo e tenebroso ao meu irmão e a Marco que estava com suas roupas em mãos já se vestindo assustado.

- Do que você está falando, Zorn? - Matt frisou o sobrenome, voltando a examinar Reus que me olhava um pouco brincalhão, já sentado de volta na maca. Revirei os olhos e puxei o ombro do meu irmão jogando os papeis que eu tinha em mãos junto com uma certa livreta em seu peito.

- Você sabe exatamente do que eu estou falando seu imbecil, seu animal de tetas, seu corno manso! Eu já sou maior de idade e tu acha que deve me mandar? Tu andou cheirando meia seu palhaço? Se tu acha que vai me mandar pro papai e pra aquela vadia da mulher dele, tu tá enganado e saiba que farei da tua vida um inferno. - Tomei o papel de suas mãos e fiz pedacinhos dele o tacando no chão.

- Sua louca! Eu gastei uma nota com tua passagem pra Suíça. - Zorn se irritou gritando comigo.

- Louca? Eu? Ha-ha pega esses papeis e a grana que tu gastou e enfia no olho do seu cu! - Girei em meus calcanhares e sai pisando duro e batendo a porta com muita força. Fui infantil? Sim, mas não mais do que o babaca do meu irmão. Claro que ele fez isso pelo o ocorrido da festa de Auba, ele já havia ido em casa brigar comigo, alegando que me mandaria para a casa do papai e da lambisgóia da mulher dele.
Ainda irritada caminhei pelos corredores e não sei por quanto tempo, mas dei de cara com o técnico do time que me convidou para ir ver o treino e espairecer.
Tuchel é quase como um pai pra mim, sempre me ajudando no que é possível e ele nunca possuiu um afeto pelo meu irmão, principalmente porque ele namorou a sua filha e digamos que acabou a traindo com a "atual" que mete o chifre nele, o que particularmente eu acho mais que merecido. É como diz o ditado, né? Chifre trocado não dói.
Já no campo junto com Thomas, eu observava alguns dos jogadores se alongando junto com os fisioterapeutas, rindo de piadas e fazendo brincadeiras típicas de homens.

- Certo, chega de alongamento! Corrida em volta do campo, vai! - Gritou Thomas sentado ao banco do meu lado e me encarou em seguida. - Ele te ama e quer o seu bem, mas ele é um moleque - Claro que ele falava do meu ilustríssimo irmão.

- Eu sei, mas ele tem que aprender que apenas vivemos perto um do outro... Não vivemos juntos e ele não me manda, entende? Se eu quiser dar pro primeiro cara que me aparecer, eu vou fazer isso. Eu me banco, tio Thomas. - Revidei chateada.

- Querida, não haja como uma qualquer que você não é. Saiba que muitos daqui do time te cobiçam mas nem tentam nada por saber que você é areia demais pro caminhãozinho deles. Você é independente, linda, inteligente e tem atitude. Vá ser feliz independente do que o seu irmão pense ou queira. - Ele disse com sua mão em meu joelho enquanto olhava em meus olhos, porém desviando em seguida e mudando a aparência de amável pra irritado - REUS! Venha cá! - Gritou e eu dei um pulo assustada vendo um Marco com uma cara nada boa vindo em nossa direção.

Liebe BetrunkenWhere stories live. Discover now