Capítulo 37

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Capítulo 37

- Bom-dia, Matt, - Acordei-o enquanto fechava a porta. - Fui buscar dois chocolates quentes para nós ao Starbucks.

- Mmm... - Matt ignorou-me e escondeu a cabeça debaixo do lençol.

- Matthew Jones, levanta-te imediatamente, - Disse a rir e puxei o lençol.

- Ei! - Ele reclamou e ficou pasmado a olhar para mim. - Isto requer vingança... - Ele saltou da cama, agarrou-me, e começou a fazer-me cócegas. - A vingança das cócegas! Muahaha!

Consegui separar-me e corri para o outro lado da porta. - Eu sou invencível e trouxe chocolate quente, o que faz de mim a pessoa mais fixe neste quarto!

- Tens razão. Chocolate quente no inverno ganha sempre, - Matt disse e agarrou no copo dele.

- Agora que estás mais calmo, o que pretendes fazer hoje? - Perguntei e ele apontou para a fotografia que estava na mesa de cabeceira dele.

- Vou visitar os meus amigos a Liverpool. Tu vais falar com o Harry? - Ontem à noite, depois de vestir o pijama, contei tudo ao Matt sobre o Harry. Ele acha que eu estou a ser demasiado impulsiva, que devia esperar e ouvir a explicação dele. Mas e se a explicação do Harry não passar de mais uma mentira? Seria apenas mais uma para a coleção.

- Não, eu pensava que ia passar o dia contigo, - Respondi e ele sorriu.

- Mas tu podes vir comigo. Eu vou de comboio até lá.

- Se calhar vou contigo de comboio, mas depois continuo para Leeds.

- Vais visitar os teus pais? - Acenei com a cabeça e ele disse, - Pensava que vocês não se davam muito bem.

- E não, mas agora eles já não discutem tanto e lembram-se que têm uma filha.

- Então, está combinado!

- Eu vou só ao meu quarto arrumar umas coisas, - Disse e saí do quarto.

O corredor está silencioso, pois quase ninguém voltou para o campus apesar de faltar apenas três dias para a escola começar.

Entrei no meu quarto e sentei-me na minha cama. Olhei em redor e tudo estava exactamente como eu deixei. Vi a carta que o Harry me enviou com as flores e li-a outra vez. Cada vez que a leio sinto um sentimento novo. Amor, felicidade, dúvida, raiva...tudo resultado das palavras escritas na perfeição pelo Harry. Depois de descobrir que o plano dele consistia em usar-me, não consigo ler esta carta sem sentir que fui burra por ter confiado nele. Mas aqueles olhos, aquele sorriso, o seu charme, eu não consigo resistir.

Decidi tirar o telemóvel do bolso e marquei o número dele. Ele atendeu rapidamente e perguntou, - Jane, porque é que foste embora? - Permaneci em silêncio enquanto procurava uma resposta para justificar a minha fuga, mas nada me veio à cabeça. Todas as palavras que eu me lembro fazem sentido para mim, mas eu não sei como dizê-las. - Jane, diz-me que não voltamos à estaca zero... - Harry suspirou e eu senti uma dor no peito. Eu sinto-me culpada por fazer o Harry sentir-se mal, mas ele também me fez ficar triste com as suas mentiras. Ele podia ter-me contado sobre o plano logo no início. Assim evitava partir o meu pobre coração. - Eu sei que estás a ouvir, por isso só te peço que me oiças e me deixes explicar o que aconteceu. Tudo o que o Niall te contou é verdade. No início era uma brincadeira, mas agora é a sério. Eu am- -Ele começou mas eu desliguei a chamada. Não quero ouvir palavras doces, só quero a verdade.

* * *

Depois da paragem em Liverpool, o resto da viagem foi rápida e quando olhei para a rua já estava em Leeds. Eu sempre gostei desta cidade e a minha segunda opção era vir estudar para a Universidade de Leeds. Mas Londres é diferente e eu adoro viver lá.

The boy I used to knowWhere stories live. Discover now