— Está vendo? Até te fazer dar uma leve risada. Acho que posso dominar o mundo, só me falta um pequeno exército. No entanto, acho que vou deixar essa tarefa para outra pessoa.
Charles balançou a cabeça e limitou-se a observá-la. Ela estava linda, mas o som da porta batendo chamou a atenção de ambos. Eles se viraram para verificar quem era e viram Suzanne acenando para eles com um leve sorriso. Evelyn e Charles retribuíram o gesto, enquanto a jovem esperava que sua tia desaparecesse para confidenciar algo a ele.
— Neste momento, ela deve ter contado para todos que fizemos sexo, pois o Byron contou para o meu padrasto que o dispensei ontem — sussurrou Evelyn, deixando Charles pálido.
A expressão facial dele se tornou tão pálida que Evelyn não conseguiu conter a risada.
— Não tem graça — repreendeu-o.
Evelyn levantou as duas mãos e segurou a risada que ameaçava escapar. Com um brilho nos olhos, ela exibiu seu lado mais inventivo, encantando-o.
— Relaxa, está apenas começando a conhecer os Collins. Agora, disfarça, pois ela está ali atrás do último pilar da varanda, nos observando.
Charles coçou a nuca e disfarçadamente virou-se para o lado. Ficou surpreso ao vê-la exatamente onde Evelyn havia dito.
— Céus! — exclamou, surpreso.
Evelyn, com um sorriso malicioso nos lábios, sacudiu a cabeça de um lado para o outro e se ergueu da cadeira. Antes de se retirar do local, ela não pôde resistir à tentação de beijar a bochecha de Charles, como uma pequena amostra da sua vingança para satisfazer a curiosidade insaciável de sua tia.
— Te vejo no almoço — murmurou ao pé do ouvido dele.
Charles assentiu, concordando com as palavras de Evelyn. Ela se endireitou e começou a caminhar em direção à porta, mas antes de sair, decidiu encarar Suzanne, que estava sentada próximo ao pilar, fingindo estar ocupada com o celular. A jovem não conseguiu conter uma risada de deboche e continuou seu caminho.
No momento em que Evelyn abriu a porta de entrada, uma surpresa desagradável a aguardava. Michael Bolton estava parado ali, com os braços cruzados, encarando-a. Evelyn lançou um olhar analítico em sua direção e percebeu o quão patético ele parecia. Era tão ridículo que até chegava a ser engraçado. Revirando os olhos, a jovem deu continuidade a seus passos em direção à escadaria, mas foi impedida pela mão de Michael.
— O que você pensa que está fazendo? — Rosnou, virando-se para encará-lo.
A expressão de Michael era rancorosa, não havia nem um único traço de sorriso ácido, que ele adorava usar para perturbar Evelyn.
— O que você quer provar com toda essa encenação? — Questionou, encarando-a.
Evelyn tentou soltar seu braço da mão dele, que apertava cada vez mais.
— Me solta, está me machucando — disse, tentando se desvencilhar.
— Você realmente acha que vou permitir que você saia por aí transando com um desconhecido? Está zombando de mim, Evelyn? — Questionou, apertando ainda mais sua mão.
— Minha vida é minha e faço o que bem entender, não tenho que dar satisfações a você. Agora me solta! — Disse, elevando a voz.
Michael apertou ainda mais a mão contra o braço de Evelyn e a puxou, aproximando-a mais dele. Encarando-a nos olhos, ela pôde perceber que ele não estava brincando.
— Seria melhor você parar com essa palhaçada, ou serei obrigado a revelar para o tal Charles sobre nossa noite depois da despedida de solteira, e como você está o enganando só para me deixar com ciúmes — sussurrou.
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Amor Por Acaso
RomanceA mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lembranças dolorosas que insistiam em assombrar seus dias. No entanto, a vida tinha uma maneira irônica de tecer caminhos inesperados. O convit...
23. A Confusão
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