23. A Confusão

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— Está vendo? Até te fazer dar uma leve risada. Acho que posso dominar o mundo, só me falta um pequeno exército. No entanto, acho que vou deixar essa tarefa para outra pessoa.

Charles balançou a cabeça e limitou-se a observá-la. Ela estava linda, mas o som da porta batendo chamou a atenção de ambos. Eles se viraram para verificar quem era e viram Suzanne acenando para eles com um leve sorriso. Evelyn e Charles retribuíram o gesto, enquanto a jovem esperava que sua tia desaparecesse para confidenciar algo a ele.

— Neste momento, ela deve ter contado para todos que fizemos sexo, pois o Byron contou para o meu padrasto que o dispensei ontem — sussurrou Evelyn, deixando Charles pálido.

A expressão facial dele se tornou tão pálida que Evelyn não conseguiu conter a risada.

— Não tem graça — repreendeu-o.

Evelyn levantou as duas mãos e segurou a risada que ameaçava escapar. Com um brilho nos olhos, ela exibiu seu lado mais inventivo, encantando-o.

— Relaxa, está apenas começando a conhecer os Collins. Agora, disfarça, pois ela está ali atrás do último pilar da varanda, nos observando.

Charles coçou a nuca e disfarçadamente virou-se para o lado. Ficou surpreso ao vê-la exatamente onde Evelyn havia dito.

— Céus! — exclamou, surpreso.

Evelyn, com um sorriso malicioso nos lábios, sacudiu a cabeça de um lado para o outro e se ergueu da cadeira. Antes de se retirar do local, ela não pôde resistir à tentação de beijar a bochecha de Charles, como uma pequena amostra da sua vingança para satisfazer a curiosidade insaciável de sua tia.

— Te vejo no almoço — murmurou ao pé do ouvido dele.

Charles assentiu, concordando com as palavras de Evelyn. Ela se endireitou e começou a caminhar em direção à porta, mas antes de sair, decidiu encarar Suzanne, que estava sentada próximo ao pilar, fingindo estar ocupada com o celular. A jovem não conseguiu conter uma risada de deboche e continuou seu caminho.

No momento em que Evelyn abriu a porta de entrada, uma surpresa desagradável a aguardava. Michael Bolton estava parado ali, com os braços cruzados, encarando-a. Evelyn lançou um olhar analítico em sua direção e percebeu o quão patético ele parecia. Era tão ridículo que até chegava a ser engraçado. Revirando os olhos, a jovem deu continuidade a seus passos em direção à escadaria, mas foi impedida pela mão de Michael.

— O que você pensa que está fazendo? — Rosnou, virando-se para encará-lo.

A expressão de Michael era rancorosa, não havia nem um único traço de sorriso ácido, que ele adorava usar para perturbar Evelyn.

— O que você quer provar com toda essa encenação? — Questionou, encarando-a.

Evelyn tentou soltar seu braço da mão dele, que apertava cada vez mais.

— Me solta, está me machucando — disse, tentando se desvencilhar.

— Você realmente acha que vou permitir que você saia por aí transando com um desconhecido? Está zombando de mim, Evelyn? — Questionou, apertando ainda mais sua mão.

— Minha vida é minha e faço o que bem entender, não tenho que dar satisfações a você. Agora me solta! — Disse, elevando a voz.

Michael apertou ainda mais a mão contra o braço de Evelyn e a puxou, aproximando-a mais dele. Encarando-a nos olhos, ela pôde perceber que ele não estava brincando.

— Seria melhor você parar com essa palhaçada, ou serei obrigado a revelar para o tal Charles sobre nossa noite depois da despedida de solteira, e como você está o enganando só para me deixar com ciúmes — sussurrou.

Amor  Por AcasoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora