Evelyn olhava impacientemente para a tela do celular. Finalmente, havia conseguido convencer Anna a ir para uma boate exclusivamente para mulheres. Pelo menos lá ela poderia se distrair um pouco dos problemas e encher a cara novamente. O celular de Evelyn começou a tocar, e ela gesticulou para que a irmã se apressasse, girando sobre os calcanhares e seguindo em direção à porta.
Anna terminou de aplicar o blush, ajeitou novamente os cabelos curtos e se levantou. Caminhou em direção à porta e saiu. Evelyn estava encostada na parede, distraída olhando para a tela do celular.
— Pronto — anunciou Anna, pegando-a de surpresa.
Evelyn ergueu ambas as mãos para o alto e fez uma leve careta. Anna balançou a cabeça e virou-se para fechar a porta, e ambas caminharam em direção ao hall de entrada, onde as outras damas deveriam estar esperando.
Ao chegarem ao topo da escadaria, Evelyn e Anna se depararam apenas com duas das três outras damas, Luce e Louise.
— Espera, onde está a Chloe? — perguntou Anna curiosa, notando a ausência da jovem.
Louise e Luce trocaram olhares, mas foi Louise quem tomou a frente e respondeu:
— Ela não está se sentindo bem depois do almoço e preferiu descansar. Pediu desculpas, mas não virá mesmo — justificou a moça.
Uma expressão de descontentamento surgiu no rosto de Anna, mas ela não disse nada, apenas terminou de descer os degraus. Não podia obrigar ninguém a fazer algo, mas odiava quando alguém quebrava seus planos. Ao terminar de descer os degraus, ela colocou a mão esquerda no ombro da irmã e olhou para as outras duas damas.
— Sem problema, iremos nos divertir de qualquer jeito — anunciou Eve com um largo sorriso. — Aliás, já mandei que providenciasse três quartos para nos hospedar depois da festa, iremos encher a cara e nada de ficar atormentando o pobre do Byron.
Anna virou seu rosto na direção da irmã e a encarou por um segundo. Evelyn continuou:
— Agora vamos, pois, o jipe está na entrada, e eu serei a guia de vocês.
Anna mordeu os lábios. Que Deus nos proteja. Pensou consigo mesma enquanto seguia na direção da saída com as demais.
A boate Rouge ficava bem no coração pulsante de Boston, para ser mais exata, ficava no subsolo do belo edifício de hospedagem "Tre Mont Royal". O chofer, Byron, estava esperando-as do lado de fora do Jipe; havia estranhado o pedido de Evelyn, mas obedeceu e trouxe o Jipe em vez do belo e confortável sedã executivo.
Evelyn parou a alguns centímetros de Byron e estendeu a mão.
— Byron, está dispensado de hoje.
O motorista encarou-a um tanto confuso, mas Evelyn continuava com a mão estendida esperando a chave do Jipe.
— Não será um incômodo, senhorita Collins — respondeu apreensivo.
Evelyn moveu a cabeça de um lado para o outro suavemente. — Estou te dando uma ordem; agora me dê a chave do jipe e vá jogar Pôquer com o Sullivan como sempre faz todas as noites de quarta. Já deixei avisado que iremos pernoitar no hotel depois da despedida, fique descansado.
Byron desviou seus olhos para um canto; não iria desobedecer a uma ordem de um dos patrões. Não era de seu feitio, assentiu e entregou a chave do Jipe para Evelyn. Ao menos abriu a porta para que as moças entrassem no veículo.
O trajeto até o centro de Boston era um pouco estendido, mas Evelyn ligou o rádio do veículo para descontrair um pouco. Passados quase quinze minutos, Anna virou-se para trás e começou a papear com suas amigas, enquanto Evelyn mantinha os olhos bem abertos pelo trajeto escuro.
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Amor Por Acaso
RomanceA mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lembranças dolorosas que insistiam em assombrar seus dias. No entanto, a vida tinha uma maneira irônica de tecer caminhos inesperados. O convit...
17. Noite Das Garotas
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