17. Noite Das Garotas

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Evelyn olhava impacientemente para a tela do celular. Finalmente, havia conseguido convencer Anna a ir para uma boate exclusivamente para mulheres. Pelo menos lá ela poderia se distrair um pouco dos problemas e encher a cara novamente. O celular de Evelyn começou a tocar, e ela gesticulou para que a irmã se apressasse, girando sobre os calcanhares e seguindo em direção à porta.

Anna terminou de aplicar o blush, ajeitou novamente os cabelos curtos e se levantou. Caminhou em direção à porta e saiu. Evelyn estava encostada na parede, distraída olhando para a tela do celular.

— Pronto — anunciou Anna, pegando-a de surpresa.

Evelyn ergueu ambas as mãos para o alto e fez uma leve careta. Anna balançou a cabeça e virou-se para fechar a porta, e ambas caminharam em direção ao hall de entrada, onde as outras damas deveriam estar esperando.

Ao chegarem ao topo da escadaria, Evelyn e Anna se depararam apenas com duas das três outras damas, Luce e Louise.

— Espera, onde está a Chloe? — perguntou Anna curiosa, notando a ausência da jovem.

Louise e Luce trocaram olhares, mas foi Louise quem tomou a frente e respondeu:

— Ela não está se sentindo bem depois do almoço e preferiu descansar. Pediu desculpas, mas não virá mesmo — justificou a moça.

Uma expressão de descontentamento surgiu no rosto de Anna, mas ela não disse nada, apenas terminou de descer os degraus. Não podia obrigar ninguém a fazer algo, mas odiava quando alguém quebrava seus planos. Ao terminar de descer os degraus, ela colocou a mão esquerda no ombro da irmã e olhou para as outras duas damas.

— Sem problema, iremos nos divertir de qualquer jeito — anunciou Eve com um largo sorriso. — Aliás, já mandei que providenciasse três quartos para nos hospedar depois da festa, iremos encher a cara e nada de ficar atormentando o pobre do Byron.

Anna virou seu rosto na direção da irmã e a encarou por um segundo. Evelyn continuou:

— Agora vamos, pois, o jipe está na entrada, e eu serei a guia de vocês.

Anna mordeu os lábios. Que Deus nos proteja. Pensou consigo mesma enquanto seguia na direção da saída com as demais.

A boate Rouge ficava bem no coração pulsante de Boston, para ser mais exata, ficava no subsolo do belo edifício de hospedagem "Tre Mont Royal". O chofer, Byron, estava esperando-as do lado de fora do Jipe; havia estranhado o pedido de Evelyn, mas obedeceu e trouxe o Jipe em vez do belo e confortável sedã executivo.

Evelyn parou a alguns centímetros de Byron e estendeu a mão.

— Byron, está dispensado de hoje.

O motorista encarou-a um tanto confuso, mas Evelyn continuava com a mão estendida esperando a chave do Jipe.

— Não será um incômodo, senhorita Collins — respondeu apreensivo.

Evelyn moveu a cabeça de um lado para o outro suavemente. — Estou te dando uma ordem; agora me dê a chave do jipe e vá jogar Pôquer com o Sullivan como sempre faz todas as noites de quarta. Já deixei avisado que iremos pernoitar no hotel depois da despedida, fique descansado.

Byron desviou seus olhos para um canto; não iria desobedecer a uma ordem de um dos patrões. Não era de seu feitio, assentiu e entregou a chave do Jipe para Evelyn. Ao menos abriu a porta para que as moças entrassem no veículo.

O trajeto até o centro de Boston era um pouco estendido, mas Evelyn ligou o rádio do veículo para descontrair um pouco. Passados quase quinze minutos, Anna virou-se para trás e começou a papear com suas amigas, enquanto Evelyn mantinha os olhos bem abertos pelo trajeto escuro.

Amor  Por AcasoWhere stories live. Discover now