Capítulo 21 - A realidade nua e crua!

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Após as aulas...

— Da licença, senhora! Dá licença, por favor! – Pedi educadamente para poder descer.

— VAI DESCER, MOTÔ! – Gritei com medo que o motorista do ônibus arrancasse o veículo.

— Aff! – Bufei — Odeio esse povo que fica na frente da gente com cara de paisagem – Falei só.

Andei mais um pouco e dei de cara com a praça que ficava no "pé" do morro. Aquele cheiro de óleo queimado fez minha barriga roncar, e como eu sei que corre sangue de gordo nas minhas veias, fui direto a barraquinha de onde vinha o cheiro e já pedi aquela batatinha frita. Quem nunca?

— Eu não sei como você não engorda, do tanto que você come – Juninho me abordou.

— Vai para o inferno e me deixa comer em paz – Reclamei.

— Que revolta é essa, jovem? – Zombou.

Foi ai que notei a presença de Hugo no recinto, mas o mesmo não estava só, e sim acompanhado por uma morena que não tinha muita cara de moça decente, se é que vocês me entendam. Continue observando colocando os meus dedos dentro do saco plástico da batata-frita e as trazendo até a minha boca. Mas algo me fez parar, os dois começaram a se beijar, Hugo desviou o rosto dos lábios da biscate, mas a mesma conseguiu alcança-lo, e com seus braços, apertou ainda mais o corpo do meu amigo contra o seu.

— Obrigado!

Agradeci a mulher da barraquinha e saí. Mas antes de andar, meus olhos se encontraram com os olhos assombrados do meu melhor amigo. Logo tratei de desviar meu olhar e andei em direção a minha casa.

— O que aconteceu com você, menino? – Juninho estranhou seguindo meus passos.

— Nada – Disfarcei sem olhar para trás — Só estou indo para casa.

— Eu hein? Até parece que você está fugindo de alguém com essa pressa – Falou.

— Só estou cansado. Só desejo neste momento a minha linda cama – Falei.

— Então eu vou voltar para praça. Tchau! – Deu duas tapinhas no meu ombro.

...

— Eu já disse para você evitar comer essas frituras – Brigou.

Bufei.

— Você já passou mal comendo essas batatas fritas, lembra? Por causa desses óleos velhos – Falou.

— Além de ser filho de uma hipertensa e tem vários na nossa família – Disse me olhando.

— Ai mãe, mas eu não sou hipertenso – Lembrei — E eu sou louco por essas batatinhas.

— Não é hipertenso, mas continua comendo para ver se você não fica. E eu vou até parar de te dar meus quitutes, por mais que sejam menos agressivos que os salgados que são fritados em óleo, eles também podem te fazer mal. Lembra quando Berenice aferiu sua pressão e estava quase em 13?

— Lembro! – Respondi.

— Então todo cuidado é pouco! – Me alertou — Ah! Até me lembrei – Falou colocando a mão na testa.

— O que foi? – Perguntei.

— Rose está bastante triste. Uma amiga dela faleceu agora pouco.

— Foi mesmo? – Falei espantado — De quê? – Perguntei comendo o resto das batatas.

— Mataram! – Minha mãe disse de uma vez.

— Sangue de cristo! – Coloquei a mão na boca — E cadê a Rose?

Por Amor (Livro 1)Where stories live. Discover now