Capítulo 04 - Que desastre!

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— Meu Deus, eu vou levar um tiro – Disse desesperado.

Corri em direção a uma ruela que ficava de lado e que dava em outra escadaria, fui por ele e resolvi ficar num beco sem saída entre duas casas até o tiroteio cessar, mas para o meu azar, um dos bandidos parou e olhou na minha direção, apesar do beco escuro, dava para ver que eu estava ali, então ele apontou a arma em minha direção. Mas para a minha surpresa, não era alguém desconhecido, vi pela silhueta do corpo, apesar de estar um pouco escuro, já que uma das lâmpadas na proximidade estava queimada, que era o Hugo, quando eu fui me levantar para gritar, o mesmo disparou dois tiros em minha direção.

— FILHA DA PUTA, SOU EU! – Gritei me jogando no chão.

— LUCAS? – Gritou desesperando vindo como um furacão me acudir – NÃO!

— LUCAS? AI MEU DEUS! PORQUE VOCÊ NÃO AVISOU, PORRA! – Gritou.

— EU AVISEI! VOCÊ QUE SAIU ATIRANDO, SEU MERDA! – Falei irritado.

— EU PENSEI QUE ERA DA TURMA DE BOMBINHA.

Ele se referia ao traficante rival que queria tomar conta do Morro da Conceição.

— Você tá ferido? – Perguntou com a voz tremula.

— Não! Abaixei-me a tempo.

Ouvi o que seria um suspiro de alívio.

— Só que meti a porra do meu cotovelo no chão – Falei gemendo.

— Vem! – Me ajudou a levantar.

— Sai, vai atrás desses merdas! Eu vou para casa.

— Já devia estar lá há muito tempo! Evitava esse estresse todo – Falou.

— Pois é! Não corria o risco de eu ser assassinado por você – Me irritei.

— Vai, anda! – Me empurrou – Eu te dou cobertura, e vê se...

De repente um bandido passa pela viela correndo, depois volta e aponta a arma em nossa direção e atira várias vezes.

— SE ABAIXA! – Hugo gritou.

O braço direito do Paulão atira quatro vezes contra o rival, fazendo o mesmo cair no chão já morto. Lucas, apesar de já ter presenciado vários tiroteios e já ter visto pessoas mortas ali na comunidade, ele não tinha visto uma pessoa ser morta na sua frente. O filho de dona Josefa ficou apavorado.

— Vem, anda! – Hugo puxou pelo braço.

— Calma, pode ter alguém aí! – Falei me tremendo.

— Eu te protejo! – Falou com convicção, me surpreendendo.

Quando estávamos quase saindo do beco sem saída (Literalmente), uma pessoa aponta a arma nos assustando, mas Hugo logo se identifica;

— Sou eu, mago! – Gritou.

— Os "cara" se mandaram! "a gente" matou um "bocado" – O magro mal encarado da pele negra me olhava de cima a baixo.

— Novo! – Falou – Dá mais uma vasculhada que eu vou levar ele – Me apontou – para casa.

O mulato esquelético me olhou estranhamente e foi cumprir a ordem do chefe. Sem me olhar, Hugo segurou no meu braço e me fez andar até a minha casa, com ele ao meu lado. Foi aí que pensei como a vida é engraçada, nós éramos praticamente amigos de infância, tínhamos uma ligação que nem eu mesmo explicava, até que ele se bandeou para o lado obscuro da vida, se tornou o que é hoje.

Por Amor (Livro 1)Where stories live. Discover now