Capítulo 21 - A realidade nua e crua!

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Narrado por Lucas

De repente a porta da sala de aula se abre e por ela passa ele, sim, o Edson. Nesse dia ele não estava de camisa e calça social, o gatão estava usando uma bermuda jeans que ficava um pouco acima do joelho e uma camisa cinza um pouco apertada, me fazendo perceber que ele estava em forma, e para fechar o pacote, sem trocadilhos, usava um par de sandálias havaianas.

— Oh tentação! - Suspirei - Isso não pode ser de Deus - Sussurrei baixinho de cabeça baixa.

— O que não pode ser de Deus, menino? - Izabel escutou me deixando assustado.

De repente a mesma para de se acabar com a sua empada e fica congelada me olhando com seus olhos bem abertos.

— Ai meu Deus - colocou uma das suas mãos na boca - Eu não acredito!

— O que foi? - Carol e eu falamos em uníssono.

— Você é Gay, Lucas?

— Ga-gay? Você está lo-louca? – Falei gaguejando.

— Por que eu estaria louca? – Estranhou — Só porque você seria... Gay? – Falou.

— Mas eu não sou gay! – Fui firme.

Não estou dizendo que ser homossexual, seria o fim dos tempos. Não! Mas eu não estava preparado para dizer simplesmente "Sim, eu sou gay!". Eu não estou preparado para me assumir. Eu tenho medo dessa sociedade preconceituosa me apedrejarem com palavras desagradáveis.

— Deixa o menino, Bel! – Carol a repreendeu.

Bel revirou os olhos.

— E se eu fosse? Qual o problema? – Irritei-me, mas tentei disfarçar.

— Huuuuuuuum! – Exprimiram me deixando incomodado.

— Problema nenhum, queridinho! – Bel falou retocando o batom — Pelo contrário, adoraria ter um amigo gay, não que eles sejam diferentes de todo mundo, porque as pessoas rotulam o "ter um amigo gay" – Fez aspas com as mãos — Como se fossem uma coisa de outro mundo. Mas eu gosto porque muitos gays tem cada Basfond (Leia-se báfon) bombásticos e eu adoro! – Riu.

— Bom, eu não sou gay e não tenho nenhum bafão para te contar – Falei revirando os olhos.

— Então por que você só faltou subir pelas paredes quando o Edson chegou? Chamou até de tentação – Riu.

— Eu estava falando da empada, sua maluca! – Menti sorrindo.

Carol sorriu também.

— Empada, é? Sei. – Me olhou desconfiada.

— Gente, vamos para aquele festival sertanejo que vai ter aqui no final do mês? – Carol perguntou.

— Eu estava querendo ir também. Vamos, Lucas? Sai da toca! – Bel zombou.

— É! Eu acho que dá para me divertir um pouco – Falei empolgado — Eu vou!

— E vai ter Jorge e Mateus. Existe coisa melhor que um show de Jorge e Mateus? – Bel tietou.

— Existe! – Falei — Dormir.

— Comer – Carol também concordou.

— E cagar – Falei lembrando da Dercy.

— OBRIGADA, DERCY GONÇALVES! – Bel riu olhando para cima.

Por Amor (Livro 1)Where stories live. Discover now