Capítulo 1

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2000 – Flórida

Em um orfanato cujo nome não é importante agora, uma garotinha com poucos meses de idade é observada por três pessoas enquanto dorme tranquilamente em seu berço. Uma das pessoas observando a pequena bebê é a mulher responsável por gerir o orfanato, a sra. Owen. As outras duas pessoas são um casal, o sr. e a sra. Black.

— Como eu já disse antes, ela foi deixada em um cesto na nossa porta, somente com uma carta. — diz a diretora do orfanato.

— Nós podemos ler essa carta? — pergunta o sr. Black. — Já que agora todos os documentos estão de acordo e ela é legalmente nossa filha.

A senhora de cabelos brancos acena a cabeça em acordo e pede para que o casal espere no quarto enquanto ela vai até o escritório dela buscar a carta.

Quando a sra. Owen volta, ela entrega o envelope e o casal lê a carta:

"Sra. Owen, por favor, cuide de minha filha, porque não posso permitir que ela fique nessa confusão... É muito perigoso aqui. O nome dela é Emily e peço que não conte à ela sobre nós, para que ela não se envolva nisso tudo. É para o bem dela. Nós a amamos muito.

ass.: Scott."

— Quem é Scott? — pergunta a sra. Black.

— O pai de sangue dela, e peço a vocês que nunca mencionem sobre ele para Emily. — diz a senhora em um tom severo.

— Mas... — os futuros pais tentam protestar, mas são interrompidos.

— Por favor, só não o mencionem. É melhor assim. — a senhora de cabelos grisalhos diz com um olhar triste.

O casal hesitante concorda. A sra. Black, com o coração acelerado de alegria e nervosismo, pega a pequena menina no colo, acariciando seus curtos cabelos ruivos. O sr. Black sorri, já imaginando os primeiros passos, as primeiras palavras... Após um momento de contemplação, a nova família se despede da diretora do orfanato.

Mas antes que o casal entre no carro, a senhora os chama, tentando esconder o nervosismo em sua voz.

— Se algum dia ela se apresentar... Como posso dizer... — ela faz uma pausa para pensar nas melhores palavras — Se ela se apresentar de alguma forma anormal, me contatem. — ela entrega um cartão para os dois e dá uma última olhada na garotinha adormecida no colo da nova mãe, imaginando quando ela voltaria a vê-la.

A expressão de confusão nos rostos do casal faz com que a dona do orfanato entre na casa rapidamente, na esperança de não ter que responder a nenhuma pergunta, pelo menos não por enquanto. O casal — agora pais — lançam um último olhar confuso para o orfanato, mas logo sorriem ao escutar o som da filha deles acordando. A nova família entra no carro e segue para casa, nem imaginando todas as desventuras que a vida lhes proporcionaria.

O Sr. e Sra. Black poderiam ver isso como razão suficiente para repensar se estavam fazendo a escolha certa ao adotarem aquela bebê. Mas após anos tentando e tentando ter filhos, desesperados para compartilhar seu amor a uma criança, quando conheceram Emily não importava o quão misterioso fosse seu passado, ou os problemas que ele poderia um dia vir a trazer ao casal, eles a amavam intensamente para enfrentar o que fosse, contando que aquela linda bebezinha fizesse parte da vida deles.

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