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Assim como os anjos podem voar, nós nunca morreremos. Essa era uma das frases mais marcantes para a minha pessoa depois de tudo o que li, letras de músicas e alguns textos pequenos, tudo anotado em um diário que tinha as minhas iniciais na capa, como se realmente estivesse sido feito diretamente para mim. O mais surpreendente é que o diário estava totalmente completo, até a última página, sem ultrapassar ou deixar sobrar folha alguma, e a última anotação parecia muito com algum tipo de despedida, como se ele já soubesse que iria partir de forma breve, e não quis me deixar sem um adeus correto.


"Ela é simplesmente maravilhosa, e tem o nome da única coisa que eu sempre precisei. Os cabelos loiros levemente encaracolados e os olhos verdes, que em alguns momentos parecem azuis. Ela é como um verdadeiro anjo, minha verdadeira fé. Eu a amo mais do que pensei que fosse capaz de amar alguém, e nada é mais gratificante do que saber que ela me ama da mesma forma, ou talvez mais intensamente, mas eu não tenho exatamente como saber. Só sei que estou pronto e capaz em passar o resto da minha vida ao lado da garota que me deu a fé em seu nome e em meu coração. Ela estará comigo hoje, amanhã e sempre; mesmo que o nosso 'para sempre' dure somente alguns segundos, ou uma imensidão dele."


Depois de ler aquela anotação pela décima vez seguida, percebi que já não tinha mais forças para sequer para continuar chorando. Eu já havia saído do hospital há alguns dias, e todos eles passaram como borrões rápidos compostos por lágrimas e por palavras que eu sabia que jamais ouviria vindo da boca dele, e odiava ter que admitir para mim mesma o quanto doía ficar sem a presença dele, e que não saberia como seguir em frente sem a única pessoa que me presenteou com a vida, mas que partiu da mesma antes que pudesse aproveitá-la da forma como gostaria.


Eu ainda estava muito confusa em relação à muitas coisas relacionadas ao meu come e todo o meu louco sonho, já que ainda ficava confusa em relação ao o que foi real e o que foi apenas um fruto da minha imaginação. Minhas maiores dúvidas estavam nos momentos mais íntimos e detalhados que passei com Luke, já que seria impossível de serem apenas fruto a minha imaginação, assim como fato do rapaz de olhos azuis ter me pedido em casamento poucos segundos antes que eu voltasse para a suposta realidade. Eu com certeza iria aceitar, era só uma questão de tempo; míseros segundos na realidade. Mas eu não tive esse tempo, e ao perder alguns segundos, acabei perdendo também o amor da minha vida. 


Quando me dei conta, estava segurando todas as folhas que continham as letras das músicas compostas por Luke e o diário enquanto me segurava para deitar sobre sua sepultura, visto que já estava sentada sobre a mesma há horas. As letras de Airplanes, San Francisco e Safety Pin passavam toda hora pelos meus olhos e pela minha mente, rodeadas dos pensamentos mais dolorosos para minha pessoa, como o fato de que eu jamais conseguiria retribuir ou agradecer por todas aquelas palavras maravilhosas que ele escreveu não só ao meu respeito, mas sim sobre nós. Afinal, depois que nos envolvemos, passamos a ser mais nós mesmo de uma forma que um fosse uma parte essencial do outro. 


"Faith? Você está bem?" Uma voz soou logo atrás de mim, me assustando um pouco visto que me tirou de forma brusca dos meus pensamentos. 


"Michael. Eu acho que nunca vou estar bem de novo." Respondi a pergunta do rapaz de olhos verdes, que estendeu a mão na minha direção como se quisesse me tirar da sepultura de Luke, e para o meu próprio bem, eu optei com aceitar a mão amiga. Além disso, Michael ainda me abraçou cuidadosamente, como se soubesse que eu já estava totalmente partida por dentro e que não seria difícil ficar assim também por fora. 


"Sei que está sendo difícil, para mim também está. Mas já pensou como deve estar sendo para ele? Luke era uma pessoa que não temia deixar de viver, mas simplesmente não esperava por isso. E aconteceu, sem que nem nós mesmos pudéssemos esperar. A vida não faz sentindo, Faith, nossos sonhos ou pesadelos podem se tornar realidade ou apenas ser algo da nossa mente incompreensível, mas talvez a morte venha ser mais certa do que o viver, em geral."


"Michael, eu não estou entendendo bem. Minha mente está tão confusa no momento, eu não estou bem para tentar entender tudo o que você está tentando dizer..."


"Feche seus olhos, Faith." Ele diminuiu o seu tom de voz de repente, e involuntariamente e sem pensar muito à respeito, eu acabei obedecendo, como se soubesse o que poderia acontecer a seguir. Os meus olhos foram fechados e aos poucos tudo ao meu redor parecia estar ficando mais distante, como se eu estivesse me afastando de tudo e entrando em algum lugar particular.


E então, eu tentei por fim voltar a abrir os meus olhos, com medo do que poderia acontecer ou do que poderia estar a minha frente, mesmo que fosse apenas o breu de algum lugar desconhecido. Para a minha surpresa, assim que abri os meus olhos, me encontrei em um lugar totalmente conhecido pela minha pessoa, o que me encheu de alívio e despistou todas as dúvidas que rodeavam a minha mente. Eu abri os olhos e percebi de imediato que estava no porão da minha casa, onde parte da minha vida aconteceu e ainda estava escondida; porém, o porão parecia diferente do que eu me lembrava, agora estava mais organizado e sem tantas coisas nas paredes e no chão, além disso eu estava deitada em uma cama grande e todo o ambiente ao meu redor parecia um tanto quanto mais adulto do que o normal. 


Desconfiada e montando todas as coisas em minha mente, eu olhei para a cama e notei que as letras das músicas de Luke ainda estavam ali, dessa vez misturada à outros papéis e algumas fotos, e assim que olhei para as mesmas, tudo passou a fazer sentindo em minha mente. Me levantei da cama e segui em direção às escadas, subindo-as e desviando de alguns brinquedos espalhados pelos degraus, e assim que alcancei a porta, pude escutar diversos sons por todos os lados; incluindo o som de passos correndo em minha direção.


Ao olhar para baixo, alguns segundos depois, eu me deparei com a garotinha de cabelos loiros e olhos azuis, que sorria para a minha pessoa. Eu a peguei no colo e segui com ela em direção à cozinha, onde eu tinha total certeza que uma certa pessoa estaria nos esperando, para a minha felicidade e grande alívio da minha parte. Tudo agora estava fazendo sentindo em minha mente, desde a imagem do loiro ajoelhado à minha frente até o momento em que descobri que estava grávida e, então, os dias de hoje, poucos anos depois. Abri a porta da cozinha e encontrei o rapaz focado no fogão, e não deixei de respirar aliviada e me sentir totalmente satisfeita em estar ali.


"Luke?"


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ACABOOOOOU :(((( SUPRISE BITCHES LUKEZINHO NÃO MORREEEEU, EU FIQUEI COM DÓ DE VOCÊEEES  E FIZ UM FINAL FELIZ <3 <3 <3 NEM SEI O QUE DIZER, EU AMEI ESCREVER ESSA FIC, AMEI AMEI AMEEEI!!!


ily all - Mari xx

If I Die Young + lrhKde žijí příběhy. Začni objevovat