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[leiam as notas finas, ok? Boa leitura xx]


   

Se pararmos para pensar no conceito de vida, percebemos que qualquer coisa que venhamos a falar, ouvir ou fazer se torna inútil e uma grande perda de tempo, afinal, nada do que fazemos, dizemos ou ouvimos irá importar no juízo final; e a morte simplesmente passa por nós sem que percebamos, ignora nossos atos e nossas palavras e apenas nos leva dessa para melhor. A vida é passageira, e a morte é permanente; porém as pessoas tem de achar o que fazer enquanto esperam pela morte. Algumas levam tudo à sério demais, outras nem sequer ligam para o conceito de viver bem; simplesmente vivem; há aquelas que tem seu objetivos de uma vida perfeita em mente, sendo que toda essa perfeição irá embora junto aos nossos corpos e nossas almas, já que a morte e o tempo não perdoam ninguém, nem mesmo os que mais alcançaram o limite da vida perfeita. 



Há ainda certas pessoas que simplesmente vivem. Sem tabus, sem objetivos para vida perfeita e sem ultrapassar os limites que as dariam uma passagem só de ida ao encontro com a morte. Essas pessoas são as que verdadeiramente apreciam a vida como ela é, da mesma forma como apreciam a forma que a morte passa por nós e acaba com tudo, ou simplesmente põe um ponto final em uma história que não teria mais como ser escrita. Afinal, para essas pessoas, a morte pode ser tão bonita e curiosa quanto a vida. E, no momento, eu me sinto totalmente como uma dessas pessoas, e percebi que todas elas se encontram nesse lugar; e eu não poderia estar mais grata e feliz por ele ter me dado a chance de viver depois do meu quase encontro com o fim de minha vida. A morte pode tirar tudo o que temos, mas a vida sempre recupera algo melhor, que se compare ao perdido. Viver e morrer é um grande jogo de achados e perdidos; na maioria das vezes acabamos por perder tudo de vez, em outras conseguimos ter a sorte de encontrar aquilo que nem imaginaríamos estar procurando.


Eu parei para pensar em cada uma dessas coisas enquanto observava as estrelas graças ao observatório do planetário; deitada ao lado de Luke enquanto dividia meu toque e diversas garrafinhas de bebida com ele. Ambos ainda estávamos livres de nossas roupas jogadas para qualquer lado, aproveitando o calor do corpo um do outro da mesma forma como aproveitávamos das pequenas quantidades de vodca que logo se transformaram no suficiente para nos embriagarmos e ficarmos a rir e transar feito dois idiotas ninfomaníacas. Apesar da minha grande resistência ao álcool, eu sentia um calor fora do normal e sabia que aquela altura deveria estar toda vermelha; além de estar com o corpo mole e com a mente à mil.


"Luke, como é possível que dois adolescentes fracassados possam se dar tão bem mesmo se conhecendo a pouco tempo?" Comentei algo aleatório que surgiu em minha mente em um momento qualquer, virando meu corpo deitado de lado para encarar o rapaz em quem eu estava apoiada no momento. Ele encarou as estrelas por mais alguns segundos e se levantou um pouco, visto que também estava deitado, apoiando-se em seus cotovelos e passando os dedos de forma espontânea pelo meu cabelo e beijando meu nariz antes de finalmente me dar alguma resposta para a questão no ar.


"Acho que é dessa maneira que duas almas gêmeas deveriam se entender, não é?" Questionou de volta, me deixando surpresa e ao mesmo tempo alegre com o que havia acabado de escutar da parte dele.


"Me considera sua alma gêmea, Hemmings?" Perguntei sentindo um enorme ardor nas minhas bochechas, pensando que poderia estar ainda mais vermelha do que parecia estar naquela situação.


"Faith, eu te considero minha alma gêmea; além também do amor da minha vida, pessoa mais poética, com melhor gosto musical e também a melhor pessoa com quem transar em um planetário." Ele divagou, e de imediato eu pensei em uma resposta e não tardei em falar.


If I Die Young + lrhМесто, где живут истории. Откройте их для себя