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[N/A; eu sei que NUNCA indico fanfics, maaaas eu preciso, necessito, me sinto obrigada a indicar as fanfics da HeyHeyNialler_, ela é uma fofa e as fics dela também, então leiam porque vale super à pena :) boa leitura xx]


As estradas da Califórnia poderiam ser consideradas as melhores de todo o país, apesar de ter tirado essas conclusões sem ter viajado por outras estradas ou rodovias. A caminhonete andava em uma velocidade suave, e todos os aspectos da viagem pareciam combinar perfeitamente com a trilha sonora escolhida por mim e por Luke, com as paisagens por onde passávamos e por cada pessoa que observamos nas pequenas cidades entre Los Angeles e San Francisco. Já estávamos há mais de duas horas na estrada, e eu não poderia estar me sentindo melhor em relação à toda essa ideia de viajar.

Luke, mais uma vez, insistiu em dirigir a caminhonete, e eu não me arrependi por ter permitido tal coisa, já que a forma como ele segura o volante e troca das marchas são cenas maravilhosas de observar, é como ver uma criança correndo livremente por um campo de futebol, sem obstáculos e sem ninguém impedindo sua liberdade. O rapaz de olhos azuis batucava no volante ao mesmo ritmo das músicas de David Bowie e de The Smiths, que combinavam e se encaixavam por perfeição às cópias de músicas dos Beatles que meu irmão gravou para mim.

O loiro cantarolava o início de Heroes, e fez questão de abrir as janelas do carro e colocar seus braços para fora, e sua animação aumentava a cada verso que saía pela sua boca, e seu humor foi às alturas durante o refrão, e acabou elevando também o meu humor da mesma forma. Ele cantou enquanto fazia ondas imaginaria no vento, que entrava no carro e bagunçava os nossos cabelos, e toda aquela mistura de sentimentos com música e vento parecia estar deixando as coisas cada vez melhores.

À medida que a música acabava o sorriso de Luke se expandia em seu rosto, e foi como se toda a alegria dele estivesse sendo contagiada para a minha pessoa, e eu não pude deixar de sorrir também, aproveitando a voz de Bowie enquanto sentia a brisa em meu rosto, e isso parecia estar levando toda a tristeza que abriga o meu corpo desde que perdi toda a minha família e fiquei sozinha.

"Sabe, Garota da Morte," Ele me chamou, ainda extremamente alegre. "Somos definitivamente infinitos." Divagou, e eu não pude deixar de rir com o seu comentário.

"Isso não soa muito clichê para você?" Questionei, voltado arrumar os meus cabelos, agora que os vidros estavam erguidos e a brisa no carro diminuiu.

"Faith, eu gosto do clichê. As pessoas, mesmo que neguem, gostam de histórias clichês, de frases clichês e de momentos clichês. O Clichê é bom." Revogou ele, encostando sua cabeça no apoio de seu banco e passando a dirigir de forma mais calma, agora que as músicas estavam se tornando mais lentas.

"Tudo bem, o clichê é bom." Afirmei, vendo o sorriso de Luke ficar ainda maior, como se estivesse satisfeito com a minha concordância. "Mas, mesmo que você esteja com essa sessão, como pode ter tanta certeza de que eu também estou me sentindo infinita?"

"Só de olhar para você dá para saber isso. Eu te conheço, Faith, sei o que está sentindo." Respondeu ele, mas eu ainda não me convenci com as palavras dele.

"Você está errado. Você não me conhece da forma certa." Retruquei, vendo Luke me lançar um olhar desdém, como se não estivesse concordando comigo, ou apenas negando à si mesmo que não me conhece da forma certa.

"Certo, então me conte sobre você. Não se esqueça que você também não me conhece, então é uma boa forma de nos conhecermos melhor, não acha?" Ele acabou me surpreendendo com suas palavras, e no final concordei com a proposta dele.

"Tudo bem. Pode me perguntar qualquer coisa." Dei os ombros, esperando que ele continuasse a falar.

"Vamos começar do básico. Cor preferida?"

"Azul."

"Eu gosto de azul, também. E de branco." Luke respondeu, limpando a garganta antes de continuar a falar. "Filme preferido?"

"Um Homem de Sorte."

"Eu gosto de Mean Girls." Não deixei de rir com a reposta dele, mas ele pareceu não perceber e continuou com as perguntas. "Sua banda preferida?"

"The Smiths e Fall Out Boy. Gosto bastante de The 1975, também."

"Bandas incríveis, mas nada supera Good Charlotte e Green Day. Oh, e claro, All Time Low."

"Você tem um gosto musical incrível." Comentei a sorrir. "Isso eu sei perfeitamente bem sobre você."

"E isso é uma coisa que temos em comum." Completou o loiro. "Um hobbie?"

"Ler e pensar. Chorar, talvez." Dei os ombros.

"Chorar é um hobbie terrível, talvez você devesse mudar isso. Eu gosto de ouvir música, compor e tocar. Dormir, talvez." Mais uma vez eu ri, e dessa vez consegui tirar sorrisos sinceros de Luke. "Quais são seus sonhos?" Perguntou, e por um momento eu fiquei em ter o que responder.

Depois de tudo o que passei, sonhos se tornaram coisas inúteis para mim, principalmente depois de me apegar demais com a ideia de que posso morrer à qualquer instante. Luke pode bater o carro a qualquer segundo, um caminhão pode partir em nossa direção e todos os nossos sonhos não irão importar, tal como todos os bons e mal momentos de nossa vida, que irão partir junto com a mesma.

No final de tudo, nada mais importa, e tudo o resta são apenas nossos retratos nas memórias daqueles que realmente se importam por um tempo, até que elas sumam por completo e nos condene ao esquecimento.

"Faith?" Luke me chamou preocupado, fazendo-me despertar dos meus pensamentos aleatórios e sombrios, que me continuam voltado a minha mente mesmo que eu tentasse evitar. "Está tudo bem?"

"Luke, eu não tenho sonhos." Respondi, não acreditando nas minhas próprias palavras. "Eu não consigo pensar em algo que eu queira conquistar, simplesmente espero o momento de partir, sem pensar em o que fazer no futuro."

"Isso é horrível, Garota da Morte, horrível. Sonhos são parte do que as pessoas são e do que elas se tornam, e ninguém pode ser completo o suficiente para si mesmo sem sonhar. Você precisa de um sonho, mesmo que ele não dure muito. Afinal, não é toda noite que temos sonhos bons, e é necessário que eles estejam presentes quando estamos acordados."

"Eu não tenho nenhuma vocação ou algum desejo. Não consigo criar algum, posso morrer à qualquer momento, então evito me planejar e esperar por coisas à toa." Disse eu, mordendo meu lábio inferior.

"Faith, eu tenho muitos sonhos, e acabei de pensar em mais um. Meu novo sonho é fazer com que você sonhe também. Muito mais que isso, quero que você sonhe e realize o que quiser, sem pensar na morte ou em imprevistos. Apenas sonhar." Eu sorri, percebendo que havia alguém que realmente se importava comigo. Há dois anos, eu deixei de ser importante para muitas pessoas, e me tornar importante para alguém é ter uma sensação ótima percorrendo o meu corpo.

"E eu estou torcendo para que esse sonho se realize." Falei, começando a pensar em quais sonhos poderiam surgir, agora que os meus medos sobre a vida e a ansiedade sobre a morte estavam desaparecendo aos poucos.

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meu deus eu to amando muito escrever essa fic!!!!! talvez eu publique mais um capítulo hoje :) OBRIGADA POR 10K DE LEITURAS EU AMOOO VOCÊS!!

leiam as fics que eu indiquei, a débora é incrível, podem confiar <3

ily all - Mari xx




If I Die Young + lrhWhere stories live. Discover now