- Ótimo. Os dois estão ótimos. - Falei e minha mãe estacionou o carro em frente a casa da família Garcia, que estava cheia de pessoas em seu quintal. - Isso aqui nunca muda. - Sussurrei descendo do carro.

- Que bom que vieram Mitchell's. - A senhora Garcia nos comprimentou. - Ally, querida. Está tão linda. - Falou sorrindo, acariciando as pontas de meu cabelos. Sorri. - Entre, Max está lá dentro com alguns amigos. - Afaguei o braço direito da minha mãe e fui para a entrada da casa, cumprimentando algumas pessoas nesse curto percurso. Abri a porta e todos que estavam presentes na sala me olharam, avistei Max sentado na beira do sofá, no canto. Ele levantou sorridente e veio na minha direção.

- Olá. Eu estava a ponto de ter um ataque cardíaco toda vez que essa porta se abria, na esperança de ser você. - Ele sorriu. Ri. - Vamos. - Me guiou pelo meio da sala para o sofá onde estava sentado. Me sentei ao seu lado.

- Onde está Rebecca ? - Perguntei olhando ao redor.

- O nosso caso não durou muito, Ally. - Ele riu.

- Achei que estaria indo embora para se casar. - Confessei, me sentindo uma tola por imaginar tal coisa.

- Não, não... - Ele riu. - Estou indo para fazer faculdade.

- E para onde vai ?

- Londres.

- Vai sair do país, Max ? - Perguntei surpresa.

- Sim, será tão bom respirar novos ares. - Ele sorriu de canto. Ainda tinha os mesmos olhos brilhantes, pelo qual eu era encantada.

- E quando partirá ?

- Amanhã de manhã. E você ? Quando irá embora de novo ?

- Ainda hoje. - Falei brincando com o meu anel do dedo anelar.

- Por que tão cedo ? - Encarou meu anel e voltou a olhar nos meus olhos.

- Eu tenho que visitar uma amiga, amanhã. - Sorri.

- Que pena, esperava poder te ver a noite. - Ele disse me fazendo corar.  - Só pra conversar, Ally. - Ele disse notando o rosa em minhas bochechas e riu. Ri sem jeito.

- Infelizmente não vai ser dessa vez. - Falei com o olhar fixo na minha mão. - Ah, me lembrei. Hoje cedo, eu fui ao banco. Eu acho que te devo alguma coisa. - Falei tirando um envelope branco de dentro da minha bolsa e o entregando.

- Alison ? O que é isso ? - Ele me perguntou, confuso.

- O seu dinheiro, espero que seja o suficiente. - Eu o encarei. Ele ainda parecia confuso.

- Por que está me dando dinheiro ? - Ele gesticulou com as mãos.

- Max, quando você pagou a fiança para mim, eu disse que iria pagar você. Aí está. - Apontei para o envelope em suas mãos.

- Oh, isso. - Ele pareceu se lembrar. - Eu já havia me esquecido, Ally isso é coisa boba, não precisa me devolver. - Ele disse esticando o dinheiro para mim.

- Não, não. Esse dinheiro é seu. - Falei empurrando sua mão. - Obrigada, por não contar a ninguém. - Lhe agradeci.

Depois de mais três horas naquele churrasco, fui até a mãe de Max, me despedir.

- Senhora Garcia, eu já estou indo. - Sorri.

- Mas já ? Fique mais um pouco. - Ela pediu sorridente.

- Eu realmente preciso ir, tenho que voltar para Los Angeles ainda hoje.

- Você deveria voltar na sua velha cidade mais vezes minha querida. - Ela afagou meu ombro. - Tudo bem, fico feliz que tenha vindo. Sua presença é sempre uma alegria,  pequena sunshine. - Sorri com o jeito carinhoso de falar.

- Obrigada, por tudo. - Sorri.

- Até mais ver, Martha. - Minha mãe sorriu para ela.

- Vamos, eu acompanho vocês até o carro. - Max se pronunciou.

Seguimos em direção ao carro, parando as vezes só para nos despedir e dizer como a cidade de Los Angeles é bonita.

- Obrigada por ter vindo. - Max me abraçou.

- Boa sorte. - Sorri.

- Ei, espera. Por favor, Alison. Eu preciso falar com você. - Max me seguiu pelo corredor da escola.

- Oi ? - Me virei desconfiada.

- Eu tenho uma coisa para te pedir. - Ele tirou um pequeno buquê com flores vermelhas de trás de si. - Eu queria ser a única pessoa mais sortuda no mundo e ser o seu namorado, você aceitaria tal coisa ? - Pediu aproximando seu rosto do meu, olhei para minhas mãos antes de responder qualquer coisa.

- Sim. - Olhei para cima e então coloquei fim a distância que nos separava.

...

- Ally me desculpa, eu não quero perder você, eu te amo. - Max falou, me encarando pasmo.

- VOCÊ ME AMA E TRANSA COM A REBECCA ?- Gritei ...

Chega.
Pisquei os olhos para afastar o pensamento e engoli em seco.

- Espero que tudo dê certo para você, Max. - Terminei a frase que comecei antes de olhar em seus olhos e me lembrar dos tempos antigos. - Tchau. - Afaquei seus cabelos negros.

- Obrigada, Ally. - Se despediu e eu entrei no carro.

- Tchau, Max. - Minha mãe acenou e entrou no carro também.

- Filha, como vai o Jason ? - Minha mãe me perguntou quando já estava na estrada.

- Ótimo, já te falei isso. - Falei olhando para frente.

- Não, Ally. Eu estou te perguntando sobre o relacionamento de vocês. - Minha mãe gesticulou com a mão que estava livre.

- Estamos bem, com um relacionamento ótimo. - Eu odiava a ideia de mentir para a minha mãe. Odiava. Mas era tudo o que eu podia dizer agora.

- Fico feliz por você, meu amor. Vamos, precisa se despedir do seu pai. - Estacionou o carro, o destravando logo em seguida.

Abri a porta e e vi meu pai, ainda no mesmo lugar, mas agora assistindo à algum programa que eu não conhecia.

- Já voltaram ? Como foi ? - Meu pai perguntou curioso.

- Foi ótimo. - O abracei. - Pai, eu preciso ir agora. - O abracei mais forte. Quanta saudades eu tinha do meu herói.

- Venha aqui mais vezes, querida. Você faz muita falta. - Ele disse afagando meus cabelos.

Fui em direção à porta e vi que a minha mãe não entrou em casa, peguei meu casaco que estava pendurado na parede.

- Alison ? - Meu pai chamou. Me virei para ele. - Eu te amo, SunShine.

- Eu também te amo, pai. - Sorri. Me lembrei das nossas conversas sem noção no café da manhã, SunShine era meu apelido secreto, até a Martha escutar. Abri a porta com uma sensação de perda. Eu já podia sentir a saudade deles invadir meu peito de novo. Acenei mais uma vez para ele e fechei a porta atrás de mim. Vi minha mãe encostada no carro, se esforçando para não chorar. Falha na missão.

- Ah, mãe não chora. - Pedi com as mãos juntas, como as de anjinhos, enquanto caminhava em sua direção.

- Querida, eu não estou com um pingo de vontade de te deixar ir. - Ela disse repousando suas mãos em meu rosto. - Mas, eu quero te dizer que você é a coisa mais importante, para mim e para o seu pai. E não importa o que aconteça, nós sempre vamos nos orgulhar de você. - Minha mãe me puxou e deu um beijo em minha testa, logo após deu me um abraço. Enxugou uma lágrima que caia de meus olhos e sorriu.

- Eu te amo, mãe. - Sorri.

- Eu também te amo. - Ela acenou.

Dei partida no carro, chorando um pouco e odiando o sentimento de vazio que estava se expandindo em meu peito.

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