Capítulo 37

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Comecei a acordar e me mexer e uma dor de cabeça muito forte me dominou por inteira, olhei pros lados e vi um vulto se aproximando de mim: era o Vitor com uma faca nas mãos e me olhando como um psicopata de filmes e seriados americanos.

- Vitor o que eu to fazendo aqui? - eu estava deitada num chão duro e insalubre, acho que não vejo um lugar tão sujo desde que dormi no chiqueiro dos porcos. - E por que estou amarrada?

Ele passou a mão no meu rosto de forma rude e puxou o meu cabelo com muita força, me deu um cheiro no pescoço e por mais incrível que parece eu me arrepiei.

- Que bom que acordou bela adormecida. - disse o Vitor com uma expressão diferente, mas diferente do que antes. - Tem uma visita pra você.

- Que visita? - nesse lugar nojento quem se atreveria a vir me visitar.

- Eu. - disse Gabriel entrando no casebre que eu estava amarrada com um revólver nas mãos e mastigando um chiclete. Também usava uma calça preta e uma camisa roxa e os cabelos desgrenhados e barba moto-boy rude.

- Gabriel você não estava preso?

- Tava... Mas não tô mais. - o sarcasmo dele continuava o mesmo.

- E o que você quer comigo?

- Paula minha florzinha você e eu temos umas contas pendentes pra resolver e que não pode demorar mais.

- Eu e você não temos nada Gabriel.-eu posso estar amarrada mas não posso mostrar que estou abaixo das ofensas dele. - E afinal como você fugiu daquele presídio de segurança máxima?

- Eu paguei propina ao direitor do presídio mas isso não vem ao caso nesse momento. - ele se aproximou e me levantou pelos cabelos, me arrastando até uma porta cheia de cupins. - Eu e você temos que resolver tudo sobre a nossa fuga pra fora do país.

- O quê?... Eu não vou com você nem na esquina quem dirás fora do país.

- Vai sim lindinha. - senti aquela boca imunda me beijando. - Temos que liberar sua conta na Suíça e só com sua assinatura eu consigo a liberação do dinheiro.

Agora eu estou entendendo.

- Então você me sequestrou pra mim roubar? - as coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça e se ele me sequestrou é porque tenho que assinar esses papéis no banco lá na Suíça.

Que baixo.

- Gata se eu te chamasse você não ia querer vir. - eu cuspi na cara dele mas o maníaco não demonstrou reação.

- Olha aqui seu ***** me deixe em paz. - fiz força pra me soltar da corda mas estava muito apertado. - Como um dia eu gostei de você Gabriel?

- Você se apaixonou pelos meus lindos olhos verdes. - percebi que o humor ácido continuava igual.

- Você se acha né seu cafajeste.

Enquanto o Gabriel me provocava e tentava umas coisas as mais o Vitor entrou no quarto comendo biscoitos e tomando café com leite, o Vitor parecia aquelas mafiosos italianos de filmes com uma beleza europeia de dar inveja. Quando ele chegou mais perto de mim eu senti um frio na coluna vertebral e um medo terrível.

- Paula você está com medo de mim? - Vitor questionou quando percebeu o meu desconforto.

Um rápido raciocínio me passou pela cabeça: Eu tenho uma carta na manga contra o Gabriel e este momento é o correto pra usá-lo.

- Será que eu deveria ter medo de um ex-presidiário?

- Como você sabe do meu passado? - Vitor parecia surpreso com tudo que eu sabia e jogou o copo de café pra longe.

Essa era a hora de plantar a discórdia entre o Gabriel e o Vitor, vai que eles pegam uma brigam e se matam daí eu posso pedir ajuda e fugir desse lugar podre.

- Ontem eu encontrei uma mala do Gabriel no meu escritório com um dossiê sobre suas idas pra cadeia e pelo visto seu passado foi bem sujo.

- Você ta blefando o Gabriel nunca ne trairia. - ele demonstrou desespero.

- Vitor para de ser otário, seu amigo do peito tem provas que podem colocar você na cadeia e você vai se ferrar. - instiguei a desconfiança entre eles e o nível de testosterona exalava no ar.

- Isso é mentira dela, ela quer jogar você contra mim. - disse Gabriel se aproximando do Vitor.

- Você não ache que eu adivinhei tudo isso?

- Gabriel como ela descobriu que eu já fui preso?

Obaaaa... Treta.

- Ela deve ter feito uma investigação sobre você e descobriu tudo sobre seu passado e está usando essa informação pra nos causar discórdia. - Gabriel insistiu já que o Vitor estava com o revólver nas mãos.

Os dois sairam discutindo do casebre e eu fiquei caída no chão e amarrada era um lugar úmido e nojento.

- Bem que o Vitor e o Gabriel poderiam dar uma boa faxina nesse lugar, mesmo sabendo que uma dama viria. - pensei internamente.

Olhei pro canto do casebre e vi uma faca enferrujada e suja, com muita dificuldades rastejei até faca que os sequestradores deixou no canto do casebre... Depois de uns longos minutos eu chegue até a faca. Peguei o objeto com dificuldades e comecei a cortar as cordas da mão e me soltei, em seguida cortei as cordas dos pés e me salvei.

- Pensei que isso só acontecia nos filmes. - me levantei do chão e fui pra porta.

Na porta eu vi o Vitor e o Gabriel discutido seriamente a menos de um metro do casebre, eu não poderia sair já que ele iriam me vê. Voltei pro casebre e fiquei maquinando um jeito de sair daquele lugar sem os bandidos me verem, perto do local onde estava a faca eu pude ver um isqueiro na mesa e um litro de cachaça ao meio.

Não pensei duas vezes joguei o líquido inflamável no chão e toquei fogo no casebre, as chamas começaram a se espalharem pelas madeiras velhas. Pulei por uma janela e me meti num matagal e comecei a correr, atrás de uma árvore eu fiquei observado os dois canalhas... Quando eles viram o casebre em chamas, os dois entraram no fogo provavelmente pra me tirar de lá e eu sair correndo sem olhar para trás.

Depois de muito tempo correndo eu já estava exausta e me sentei numa pedra enorme que encontrei no meio do caminho, observei meu corpo e vi que estava cheia de ferimentos, arranhões e dores no corpo inteiro andei mais uns vinte minutos e vi um riozinho límpido e corri para beber água, me banhei e sair não tinha mais força pra andar me deitei na areia e passei a noite por lá.

Quando acordei eu senti o sol por cima dos meus olhos, não pude ficar de bobeira por ali apenas me levantei e comecei a correr e encontrei uma estrada de chão, que não parava de passar veículos... Comecei a pedir carona mas ninguém parava, depois de um tempo um carro parou.

- Quanto cobra pelo programa? - questionou o motorista do carro me confundindo com uma garota de programa.

- Eu não sou prostituta. - me afastei da porta do carro. - Eu fui assaltada e estou fugindo.

- Pensa que me engana?

- Eu não quero atrapalhar. - sair de perto dele e comecei a correr e o carro veio me seguindo.

Eu corri mais ainda e parei em frente à um caminhão que parou no acostamento e o carro parou de me seguir, sem pensar eu entro no caminhão e peguei a carona de um simpático senhor.

História de Amor e ÓdioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora