•Loki•
Acordei cedo, como já era de costume, e vi que Cath não tinha despertado ainda (normal). Então levantei, coloquei roupas apropriadas, e me encaminhei para a cozinha. Não antes de dar um beijo em sua testa.
A senhora Bastos já estava no aposento.
-Bom dia, senhora Bastos.- cumprimentei-a
-Que isso. Me chama de Patricia só.
-Tudo bem então, Patricia.
Ela deu um longo sorriso como resposta, deixando suas simpáticas rugas mais à mostra, sua pele fina dando cara de cinquenta anos midgardianos, e provavelmente, três mil anos asgardianos.
-Como foi a noite?- perguntou- Dormiu bem?
-Claro. Obrigado por perguntar.
-Pode sentar que eu fiz um chocolate quente que tá uma delícia!
Lembrei o que era o tal do chocolate quente. Lembrei-me também daquela cena. Cath limpando minha boca depois de eu provar a bebida. Sua pele se encontrava gélida. Me assustei no primeiro momento. E depois, me vem à cabeça um dos momentos mais horríveis de toda a minha existência. Cathrina, perdida em Jotunheim. Não conseguia esquecer o que eu havia sentido naquele momento. Pânico. Frustração. A ideia de perder a única pessoa com que eu verdadeiramente me apaixonei era retumbante. Minha cabeça não parava de latejar.
-Loki? Alô? Tem alguém aí? Estou falando com você.
A senhora Bastos me chama, livrando-me desse pesadelo.
-Ah, desculpe-me. O que disse?
-Eu e Cathrina iremos dar uma passadinha no hospital daqui a pouco. Você se importaria de ficar sozinho aqui enquanto estivermos fora?
Arregalei os olhos no mesmo segundo.
-Espera... c-como assim? Hospital..?
-É... ela sempre vai de dois em dois meses... é coisa de menina.
-Ah...
Isso tirou grande parte do peso que minha mente ganhou com suas palavras.
-Aqui seu chocolate. Cuidado que tá muito quente.
-Tudo bem senh... Patricia.- me corrigi, enquanto pegava a caneca branca, com o conteúdo marrom em seu interior.
Experimentei.
-Huummmm! Que gostoso. Como você conseguiu fazer está bebida tão... deliciosa?
-Não há o que saquinhos de chocolate em pó e leite não resolvam.
Nós rimos.
-Tudo bem. Agora eu vou acordar a Bela Adormecida lá e já volto.
Acenei com a cabeça, não sabendo de quem se tratava.
Passou algum tempo cujo não consegui determinar, e eu já tinha terminado o chocolate quente. Logo em seguida, Cath aparece, com sua mãe ao seu lado. Ela não mais vestia seu pijama, e sim uma camiseta colada e um short, que realçavam suas curvas bem definidas. Curvas que me deixavam louco, abobado.
-Bom dia, amor.- cumprimentei minha namorada.
-Bom... - bocejou- bom dia...
-Você parece exausta. Dormiu bem?
-Ham... mais ou menos...
Se sentou ao meu lado e pegou uma faca para cortar o pedaço de pão à sua frente.
-O que aconteceu?- perguntei.
-Ah... Nada... Só não... consegui pegar no sono muito rápido dessa vez.
-Ah.
Que alívio.
Ao terminarmos o café da manhã, levantamos da mesa retangular e fomos todos para a sala. Eu me sentei no sofá alaranjado, vendo as duas mulheres saírem pela porta de madeira.
-Tchau, meu amor! Vê se não arranja nenhuma confusão. Ah, e o Thiago é o nosso vizinho. Qualquer coisa, é só bater na porta dele, tá?
-Tudo bem. Adeus, Cath.
-Até mais tarde, futuro genro!- Patricia diz, dando uma piscadela e fechando a porta. Sorri.
Assim espero, futura sogra...
Observo o aposento aonde me encontro e meus olhos repousam em uma invenção curiosa: uma caixa grande, fina e preta, suspensa na parede, sobre uma estante cheia de livros e mais caixas pretas, do mesmo estilo, mas menores, misturadas aos objetos de papel. Que forma estranha de enfeitar um aposento...
Levantei e me agachei em frente da estante, começando a vasculhar os livros dali. Nada interessante. Então, lembrei do livro que lia ontem à noite. Fiquei tentado a procurar a fonte da infelicidade de Cathrina ao me conhecer.
Levantei do chão e caminhei a passos largos em direção do cômodo de minha namorada. Minha. Gostaria muito de chamá-la de minha. Só minha. Minha rosa. Minha Cathrina.
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A Viagem do Destino- A história vira real
RomanceCathrina é uma garota normal e que sonha alto. E, além destas mesmisses, é uma arqueóloga e estuda fatos extraordinários, deuses fantásticos, e mundos improváveis dentro da mitologia nórdica. Um dia, algo estranho lhe aconteceu e ela teve que fazer...