4.8

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Micaela Satyro.

— Micaela acorde! Acorde!

Eu não conseguia abrir os olhos.

— Sua cretina! — a mesma pessoa continuava gritando. — Por quê? Por que não consegue deixar as coisas quietas?

— Draco, Draco. Vejo que mudou de lado.

Ainda no escuro, as vozes deturpadas começavam a ficar cada vez mais distantes.

— Estupefaça! — ouvi, e então gemidos. Estavam lutando ali?

Abri os olhos, mas as imagens distorcidas me obrigaram a fechar novamente. Tudo girava.

— CRUCIO! — ouvi uma voz desafinada gritar, e então um urro de dor.

Esse urro era tão familiar que abri os olhos. Era Draco. Draco, meu Draco no chão, sendo torturado, enquanto Harry tentava afastá-lo. E, ao ver Draco com dor no chão, não pude fazer nada a não ser levantar rapidamente, mesmo que tonta, e ir atrás daquela vadia.

— Harry — sussurrei, quando estava perto. — Chame os Dementadores.

Ele não perguntou, mas me obedeceu. Olhei nos olhos malignos de Beatriz – os mesmo que usou quando torturou Laysa do meu lado lá em casa, um passado tão distante... – e então, sem mais delongas, sussurrei.

— Tchau, bitch. Nos vemos no inferno.

Nesse mesmo momento, a sala ficou gelada. Tão gelada, que parecia que toda a felicidade do mundo ia ser retirada à força de mim, me deixando parada e sem ninguém. Sozinha. Aí que entendei.

— Dementadores... — sussurrou Beatriz com a compreensão.

— Sim, gata — sussurrei, ainda meio tonta. — Pronta?

Finalmente, os Dementadores adentraram a sala, procurando por rastros de prisioneiros... E meio que acharam. Um deles bateu os olhos vazios e desprovidos de alegria em Beatriz. Soltou um urro, e então começou a correr atrás dela, e foi imitado pelos outros Dementadores.

Quando Beatriz percebeu o que ia acontecer, virou-se para trás rapidamente. Afinal, quem iria querer o beijo do Dementador? Porém, tarde demais, eles a puxaram para muito longe. Na verdade, para Deus sabe onde! Ela berrava muito, e começou a debater-se.

— Azkaban — sussurrou Draco ao meu lado.

Não pude fazer nada a não ser chorar. Afinal, olha minha situação: Uma Horcrux destruída, Beatriz longe de minha vida, Laysa morta, eu com simplesmente o garoto mais bonito do mundo ali mo consolando, em Hogwarts... Finalmente, tudo estava bem. Mas ainda havia algo em meu coração que apertava... E forte. Seria Laysa? Talvez.

E foi aí que Hermione resolveu acordar. Sem demora, fomos para o salão comunal - que milagrosamente estava intacto - e a deitamos numa cama. Rony logo assumiu o controle, a cuidou dela.

— Ron, me desculpe por assustar você. Por ter fugido de você, é que eu... — ela disse.

Shhh... — ele pediu, tapando uma boca com a mão dele.

— Hm... — sussurrei enquanto virava o rosto, para os dar privacidade. — Está tudo acabado? — perguntei para Harry.

— Acho que sim.

— Onde estão todos?

Neville entrou correndo na sala.

— Todos estão nas masmorras! Quer dizer, aqueles que sobraram!

Corremos para as masmorras - bom, menos Rony e Hermione que estavam ocupados demais - e encontramos quase todos ali. Gina, Simas, e muitos mais estavam ali. Parece que os comensais da morte foram todos mortos. Alguns, fugiram. Eu estava tão... desnorteada.

Mais que um peixe no deserto.

— Tudo isso não pode simplesmente acabar assim! — eu disse, atraindo a atenção de todos ali.

Foi aí que Draco segurou minha mão e me puxou para longe de tudo. Fui, sem contestar, andando atrás dele. Ele me puxou para bem longe, aonde não tinha ninguém, e podíamos nos esconder a vontade, sem ninguém para protestar.

— Fuja comigo. — ele disse assim que paramos. Pareci considerar a ideia, mas primeiro precisava saber porquê.

— Porque não aguento mais essa escola — ele explicou. — Meus pais nunca vão gostar de eu ficar com uma nascida trouxa. Foi mal. — ele disse, quando pigarreei.

— E o que pretenda que eu faça?

— Fuja, e mude seu nome.

— Mudar meu NOME? — gritei, e então ele fez menção para abaixar a voz. — Mudar? — sussurrei.

— Sim Micaela, é que você não entende. — ele disse, se aproximando até me envolver com seus braços, e puxar meu cabelo com suas mãos, para fazer com que eu ficasse cada vez mais perto. Ele beijou meu pescoço, depois minha bochecha até achar o caminho para os meus lábios. Depois de um beijo demorado e de tirar o fôlego, ele me encarou nos olhos. — Eu te amo demais.

𝐁𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐋𝐈𝐅𝐄,  draco malfoy.Where stories live. Discover now