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Harry Potter.

O chão, o teto e as janelas do castelo tremiam. Harry também. Porém, caminhava freneticamente diante de tudo isso, correndo para longe da multidão. Será que aguentaria viver aquilo uma segunda vez? Sentia um bolo de lágrimas se formar em seus olhos, mas inspirou para que eles sumissem. Que nada. Sua visão continuava embaçada, e mesmo assim ele continuava andando. Correndo, na verdade. Correndo para longe de tudo.

— Harry Potter! — um grito.

Harry olhou para o lado. O grito viera da direita. Não havia ninguém. Mas Harry sabia quem gritara.

— Sai daqui! — ele gritou, mas sua voz saiu esganiçada.

Então olhou para cima. Os Dementadores circundavam Hogwarts de forma tão precária. Será que Beatrice havia conseguido entrar? E seus capangas?

— Eu te vejo...

— Mente, para de me atormentar — disse Harry, precipitando-se e fechando os olhos.

— Mente? Então acha que eu não sou real?

Harry abriu os olhos.

— O quê...?

— É, eu sei. Você não achava que seria eu, né? Achava que seria Beatrice? Se enganou legal, meu amigo.

— Mas, como assim?

— Você sabia que eu fui para Azkaban. Você sabe. Eu preciso me vingar.

— Se vingar?! De mim?! Nós nunca nem nos falamos direito.

— Mas você é importante para Micaela e é dela que eu preciso me vingar. Ela é a culpada.

— Culpada?! Micaela não fez nada! Deixe-nos em paz! — Harry berrou.

— Não caí na Sonserina por nada. Não mesmo. Tive motivos...

Harry logo a cortou.

— Você sabe onde está a Horcrux!

— Sei — ela concordou, sorrindo. — Mas se acha que eu vou te entregar, está muito enganado.

— Idiota! Me diga onde está!

— Não direi! — ela gritou. — Mas, para deixar mais interessante... CRUCIO!

Harry agonizou-se no chão. Não conseguia dizer mais nenhuma palavra. A dor era insuportável. Fazia-o rever tudo o que fizera. Era como a morte - coisa que ele já presenciara - só que pior. Pois doía.

— Pare com isso, Laysa. — disse uma voz masculina, subitamente. Mas Harry estava com tanta dor que não conseguia abrir os olhos para ver quem era.

— Por quê? Vai me dizer que não gosta de fazê-lo sofrer.

— Pare. Agora. — sua voz virara severa, o que fez Laysa recuar com a varinha. Harry sentiu um alívio, porém seu corpo estava muito dolorido.

— Qual o seu problema? — ela perguntou com uma voz tão fina e aguda que o lembrava de Bellatrix Lestrange. — É ótimo fazê-los sofrer!

— Cale a boca, sua idiota — continuou a segunda voz. — Você estava prestes a entregá-lo!

— Entregá-lo? O que quer dizer com isso?

— A entregar qual é a Horcrux.

— Tolo! Não estava nem a um fio de contá-lo!

— Ele não pode descobrir.

— Eu sei.

Harry fingia-se de adormecido. Nunca se sabe quando descobrirá algo picante. Lembra-se de quando Micaela descobrira que havia uma Horcrux. Fora acidental. Mas picante.

— Não sei se vamos conseguir enganar os Dementadores por muito tempo.

— Tempo suficiente — respondeu Laysa, com um ar superior. — Tempo suficiente para fazer com que Beatrice entre no castelo. Disso eu sei.

Ainda calado, Harry protestava por dentro.

— Draco, amor, você não pode usar sua varinha.

O coração de Harry congelou. Draco? Draco Malfoy? Era a pessoa que ele mais odiava naquele mundo bruxo, e simplesmente não suportaria que ele... Peraí. A varinha? Por que Draco não poderia usar a varinha?
Harry abriu os olhos e levantou em um salto.

Com uma dor no coração, gritou:

— CRUCIO! — em Laysa.

Ao ver que a menina caíra no chão, e a expressão pasma de Draco, fez menção de lançá-lo também. Aquilo era um teste. E Draco passara: ele não usara a varinha para ajudá-la.

— Por que ele não pode usar a varinha?

Mesmo em meio à dor, Laysa gargalhou ironicamente.

— Não! — gritou Draco para ela.

— Eu não vou parar até você dizer! — Harry gritou, ignorando os gritos de todos ali.

— Você não pode fazer isso!

— Mas eu estou! Não estou? — Harry disse, sarcasticamente.

— Eu digo! — Laysa gritou, assustando os dois meninos.

— Não! Não! — Draco gritou, encarando-a.

— É que... — ela continuou, ignorando os protestos desesperados de Draco.

𝐁𝐑𝐈𝐍𝐆 𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐋𝐈𝐅𝐄,  draco malfoy.Where stories live. Discover now