Capítulo XIX

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BRAZEEEEEEL, I'M BAAAACK!! Olha, eu dei uma desaparecida, mas tava num mês complicado (provas, trabalhos, apresentações, mostra de projetos), então tava difícil me dedicar pra fic. Entretanto, agora tô em reta final de provas (rezem p eu não perder em nada) e terei mais tempo. Só peço, de coração, que vocês comentem o que estão achando. Eu escrevo o que penso e gosto, mas é fundamental uma relação leitor-autor, então, por favor, falem comigo pelo twitter ou ask, sou legal (sou mesmo)!
Ahhh, essa imagem é MERAMENTE ILUSTRATIVA (sentiram a pegada de marketing?), só pra vocês terem uma noção do presente.
NÃO ME MATEM PELO CAPÍTULO!
BOA LEITURA!
ATÉ MAIS, BRAZEL!!!!
Twitter: @heycincoaga
Ask: ask.fm/heycincoaga

***

POV Lauren.

Escuridão. Quando crianças, um dos nossos grandes medos é a escuridão. A sensação de poder ver, mas não enxergar nada. O quão desesperador pode ser esse paradoxo? O mais engraçado é que, quando crescemos, ainda tememos a escuridão: sempre procuramos a luz no fim do túnel. O escuro nos assusta, tira o nosso controle sobre as coisas, as nossas seguranças, anula um sentido, ainda que aguce os outros. Às vezes nos sentimos tão "apagados" no dia, que a ideia de alguém nos apontando uma lanterna e tendo a possibilidade de nos enxergar nitidamente parece até vulnerabilidade. Talvez seja mesmo, mas a verdade é que no meio de tantos apagões e vultos, qualquer resquício de luz é válido. Porque, no fim do dia, o que vale não é a luz nem a escuridão; não importa a circunstância: o que vale é a capacidade de enxergar além do visível.

Ally se espreguiçou no cobertor ao meu lado enquanto eu jogava migalhas aos patos na lagoa. Os jardins públicos ficavam a poucas quadras da casa de Kimberly e, em um dia lindo e relativamente quente como hoje, o parque ficava cheio de famílias, turistas e pessoas como nós. O inverno já estava chegando e nós sabíamos que um dia aconchegante como esse demoraria a acontecer. Após descobrir diversas informações ao invadir o sistema do IBCA, eu parei de investigar e decidimos que um pouco de ar livre seria uma ótima ideia.

​— Tinha me esquecido do quanto eu gostava de ficar ao ar livre — Ally interrompeu o nosso silêncio.

​Os olhos dela estavam vagos e melancólicos, como se seus pensamentos estivessem aqui, mas também em algum outro lugar.

​— Saudades de Minneapolis?

​— Acho que sim — ela se apoiou no cotovelo — Minnesota parece sugar você para o meio do turbilhão. Às vezes, eu tenho dificuldades em imaginar minha vida fora da cidade, mas preciso dizer que estou gostando dessa mudança de cenário. Eu precisava disso.

​Os últimos meses tinham sido complicados para nós duas. Após tantos anos de convívio, estar agora a 1.641milhas de distância tinha chacoalhado nossa amizade. Mas, lá no fundo, eu sabia que apenas a distância não poderia prejudicar tudo o que tínhamos.

​— Sem dúvidas — analiso-a por alguns segundos — Ok, vamos lá. Cada uma tem direito a uma pergunta indiscreta hoje. Posso começar? — vejo-a afirmar com a cabeça e sento ao seu lado — Por que você e Troy não deram certo? E nem adianta fazer essa cara de dúvida porque você não aceitaria um trabalho aqui, em Henderson, se não estivesse louca para fugir de lá.

​— Eu te odeio por me conhecer tanto — ela diz depois de piscar os olhos várias vezes e sorrir — É que ele precisava de um tempo e, francamente, eu também. Estávamos muito dependentes um do outro e o tempo era sempre escasso. Essa mudança foi estranhamente libertadora. Todos os dias eu me sentia como se estivesse esperando por ele. Agora, estou finalmente começando minha vida, sem que todos os momentos girem em torno dele e de nós.

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