Capítulo VII

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​Vampiros. Não, eu não estou falando sobre a saga Crepúsculo. Não acredito em gnomos ou duendes, mas acredito em vampiros. Veja bem, não é para levar isso no sentido literal. Quase tudo na minha vida é uma metáfora. Os vampiros que acredito ganham formas de sentimentos. O amor, por exemplo, é um vampiro. Ele dorme nos momentos que você espera por ele, onde tudo é claro e visível e aparece quando você esquece da sua existência, quando tudo é escuro e tranquilo. Ele suga tudo àquilo que te mantém vivo, mas, diferentemente de um vampiro, ele lhe devolve. Ora na mesma intensidade, ora imperceptível de tão pouco. Tudo aquilo que envolve um sentimento intenso acaba nos sugando; para o céu ou para o inferno. Historinhas de terror como essa acontecem dia após dia, década após década. Sempre foi assim. Relações vampirescas: aonde sempre vão lhe pedir mais do que você pode dar e talvez nem retribuam. Mas, você ainda vai dar. Vai se o sangue e fica a carne. Vão se os amores e ficam as dores.

​Dias haviam passado e com isso o fim do outono se aproximava. Em outra época, isso me deixaria meio depressiva, mas eu definitivamente tinha outras coisas para me ocupar agora. Camila ia ao meu apartamento todos os dias após as aulas. Não tínhamos um relacionamento oficial, mas eu adorava a companhia dela e as sensações que a sua presença me causava. Quando não trocávamos informações sobre biologia, trocávamos amassos. Como eu poderia reclamar?

​Hoje, por alguma razão desconhecida, eu resolvi estudar em casa. Talvez tantas mudanças ocorrendo na minha vida estivessem afetando os meus hábitos acadêmicos. Chequei todas a minha pesquisas, embora todas elas parecessem estar nos conformes. Comecei a atualizar alguns dados até que uma janela no meu laptop me fez arregalar os olhos e ficar tensa. Ligar para Brianna era aúnica coisa que eu conseguia pensar.

​- Brianna, você tinha razão!

​- Como? Eu tinha razão sobre alguma coisa? Onde está a Lauren? Ela foi abduzida? Porque essa com certeza não é ela. - escuto o seu riso do outro lado da linha.

​- Sem brincadeiras. Escute, eles podem nos identificar pelo DNA. Foi assim que nos descobriram e todo esse caos começou.

​- Mas você disse que não era possível! Somos geneticamente idênticas, Lauren!

​- Era o que eu pensava, mas temos uma sequência sintética. Não sei explicar, na verdade, nem mesmo sei o que é... Talvez um código de barras, se quisermossimplificar isso. É tipo um jeito de nos diferenciar, entende?

​- Nossa, que ótimo! Que maravilha! Pelo menos isso explica como Dylan sabia que eu não era a Hendly.

​- Ele sabe que você não é ela? Como se não bastasse o Ethan, você ainda tem que ficar despistando esse cara?

​- Sim e sim. E para tornar tudo ainda mais maravilhoso, ele sabe que temos contato. Você contou algo para alguém?

​- Não. Claro que não, Brianna! - surpreendo-me com sua pergunta.

​- Pois eles estão quase encontrando a Charlotte! - ela grita.

​- Calma! Eu jamais diria algo sobre vocês duas. Você é a primeira de nós a ter uma filha. Não existe taxonomia para a descência disso.

​Toda essa merda estava me fazendo rever todos os meus conceitos sobre tudo. Inclusive sobre algumas pessoas. Eu podia sentir meus neurônios fritando.

​- Tudo bem. Você conhece algum cientista chamado Thomas Baker?

​- Sim, já fui em uma palestra dele. Ele tem umas teorias sobre Neolução. Por que?

​- Por que ele tem algum vínculo com Dylan, também.

​- O quê? - certo. Agora meus olhos estavam praticamente saltando das órbitas.

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