ILLUMINATUS: O Touro de Bronze (amostra)

Livro 1: Capítulo VIII

Maria chegou em casa e logo bateu na porta do quarto de sua filha aguardando uma resposta. Nada se ouviu. Ela respirou fundo, e bateu de novo. E bateu mais uma vez. Decidiu então abrir.

O quarto estava escuro, cheirava mal e as roupas estavam espalhadas pelo chão. Ela foi direto até a janela e a abriu apenas para que a luz do sol revelasse uma garota de pele extremamente branca que era ressaltada pelos seus cabelos escuros que dormia num amontoado de roupas, cadernos, livros e outros objetos que faziam a cama parecer um ninho de rato.

— Ai, que saco! — A adolescente puxou o travesseiro para cima do rosto.

— Gisele, você sabe que horas são? Daqui a pouco vai ter que ir pro colégio! Já estamos quase na hora do almoço e — Começou Maria.

— Não quero saber.

— Filha. Eu não sei mais o que fazer com você — Maria arrancou o travesseiro de cima da cabeça da garota.

— Vou te dar uma dica: me deixa em paz! — Gisele puxou o cobertor pra cima da cabeça.

— Filha, o teu pai tá começando a ficar irritado com esse seu comportamento. Eu não sei até quando eu vou conseguir aliviar a sua situação com ele. Você tem que tomar juízo, garota!

— Eu quero mais é que os dois vão se foder.

Gisele ouviu o estalo e sentiu o solavanco na cabeça, mas só se deu conta que havia levado um tapa no rosto quando sua bochecha começou a arder.

— Agora, garota, você passou dos limites! Você está bem encrencada. Eu vou falar com o seu pai e....

— É, vai lá com seu rabinho abanando. Você não tem vida, Maria, você é uma sombra que fica se arrastando de um lado pro outro nessa casa como um fantasma. Resolve a sua vida antes de querer cuidar da dos outros!

— Olha aqui garota, você não tá falando com suas amigas! Você está falando com a sua mãe!

— Tanto faz — Gisele se levantou e vestiu um Jeans surrado e em seguida um tênis all star.

— Onde você pensa que vai?

— Não te interessa. Meu pai não tá aqui, não tem ninguém pra me segurar nessa bosta de casa. Afinal é só ele que manda aqui.

E ela passou pela porta, bem ao lado de Maria, que não reagiu.