Capítulo 4

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- Júlia -

Depois que o Victor disse que sabia aonde e com quem estava minha filha fiquei mais tranquila, confesso. Que história é essa de custar a própria vida? Mas não vem o caso agora, só quero a Lívia aqui comigo, sã e salva de todo o perigo.

(...)

- Lívia -

Já estou a bastante dias aqui, não sei o exato mas já estou desanimada, parece que nunca vou sair daqui.

A minha rotina é sempre levantar, fazer minha higiene, espera o Gabriel com meu lanche e depois com as minhas outras refeições e só.

Gabriel é legal, sempre dá ele vem aqui para ficar conversando comigo mas nunca falar o porque de eu está aqui e quando eu vou poder sair. Antes achava que nasce em favela sempre ia virar marginal mas estava totalmente errada, nem sempre é bom generalizar a situação dos outros sem saber da sua história, do seu passado, dos seus motivos. Gabriel, por exemplo, tinha tudo em sua casa que queria quando criança, seu pai não queria ver o filho virá bandido por isso afastar ele de todas essas coisas mas sempre ensinando humildade e a respeitar as mulheres e crianças mas depois que seu pai morreu, alguém tinha que manter a casa, manter a necessidade do dia a dia. Depois de uma invasão na comunidade na onde ele morreu, junto com o pai do vagabundo, ele teve que entrar pro tráfico e como era melhor amigo de infância de Luan, virou braço direito do mesmo. Gabriel é uma boa pessoa, independente de ser um traficante. Diferente daquele vagabundo, arrogante, que se acha o dono do mundo, grosso, lindo, gostoso, do sorriso perfeito mas pera! Que diabos estou pensando isso? Ele te sequestrou Lívia. Ele não veio mais aqui e bom por um lado, porque eu quero ver ele, quero saber se ele está bem mas por outro quero que ela morra, por causa dele estou aqui.

(...)

- Luan -

O pai da princesinha está demorando para vim ao meu encontro e isso é até bom. Não consigo tirar aquela menina dos meus pensamentos. Tudo que eu faço tem sempre alguma coisa que lembre ela. O seu jeito atrevida, o jeito de me desafiar, o jeito que ela olha, o jeito tímido, o jeito que sorrir que desperta coisas em mim que nunca aconteceu antes. Nunca fui do tipo mulherengo que pega o morro e o mundo mas sempre selecionava bem as que eu pegava. Nunca tiver um relacionamento sério e não pretendo ter, ainda.

Sabe quando foi sente obrigação em cuidar, proteger de todo perigo alguém que você mesmo colocou em risco? Então, assim que eu sinto com ela.

Desperto dos meus pensamentos com uma louça entrando no meu quarto sem permissão. Qual é? Não sabe bater na porta?

- Bater na porta as vezes é bom - digo.
- Ah maninho, deixa isso. Quero falar uma coisa séria contigo. - Rafa fala.

- O que você aprontou agora? - falo.

- Eu não, você. Quero saber é a menina que tu sequestrou e está trancada la no barraco?

Mano como ela descobriu? Gabriel. Só pode. Não, não pode ter sido ele. Ele não faria isso.

- O que tu ta falando? Não sequestrei ninguém, quem te disse isso? - digo já alterando a voz.

- Ninguém. Eu escutei você e o GB conversando lá na boca.

- É feio escutar a conversa dos outros.

- Não quero saber. Quero que você tire a menina de lá ou -.

- Ou? - incentivo ela a continuar.

- Mamãe não vai ficar nada feliz em saber dessa história.

- Você não faria isso - digo já levantando nervoso.

- Faria sim. Quer vê?

- Não. Mas para onde eu vou levar a garota?

- Aqui para casa. Tem um quarto de hóspede ou ela pode dormir comigo.

- Aqui não.

- Não tem condição maninho. Mamãe vai saber, bye.

- Não, não. Eu trago ela para cá mas nada de você abrir o bico pra ninguém e deixa a menina doida com suas histórias.

- Segredo tá comigo, tá com Deus.- diz saindo do meu quarto.

Droga. Por que ela tinha que descobrir e agora?

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Como sou boazinha hahah, resolvi postar hoje e outro amanhã. Espero que gostem!
Deixa sua estrelinha pra titia ficar feliz em.

Capítulo sem revisão.
Até amanhã.

Pra DamaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora