Capítulo 20

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Nick

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?


Nick

A viagem de volta foi tranquila e eu acabei dormindo a maior parte do tempo, já que não queria pensar no rumo que a minha vida estava tomando, tentei não afogar as magoas numa bebida, mas quando entrei no avião a aeromoça foi logo me oferecendo um vinho, aceitei sem pensar duas vezes, eu precisava relaxar um pouco e esquecer a Mila, por isso tinha que me concentrar em outra coisa e nesse caso foi a bebida. Olhei pela janela, observei as nuvens e o céu azul que davam uma atmosfera tranquila e calma, totalmente o contrário dos meus sentimentos no momento, pois minha cabeça estava a ponto de explodir de tantas dúvidas que estavam dentro dela. Por que ela me deixou? Será que não me amava de verdade? Era tudo mentira? Uma farsa? Mas para quê?

Quando desembarquei no Rio eram 10 horas da noite, peguei o meu carro que estava no estacionamento e fui para o escritório da Policia Federal, devido ao horário estava tudo tranquilo, não tinha muitas pessoas trabalhando, era só quem estava de plantão mesmo. Portanto, reli alguns casos no qual eles estavam trabalhando, chequei algumas evidências e interroguei dois suspeitos que foram presos na madrugada, quando estava amanhecendo o Ramirez me ligou e pediu uma ajuda numa apreensão de drogas, fui para delegacia, ajudei na apreensão e mais tarde no interrogatório, virei duas noites e dois dias sem dormir e por isso estava um caco.

O Ramirez percebeu e me mandou para casa, ele não queria um zumbi interrogando os suspeitos, por isso eu fui para o apartamento, precisava dormir e nessa altura do campeonato eu nem lembrava o que comi na noite passada muito menos da Mila e era isso que eu precisava, trabalhar até não conseguir mais pensar em nada, muito menos na Mila.

Cheguei ao apartamento, mas nem entrei, estava dormindo no carro mesmo, eu nem conseguia pensar direito, até que um vizinho me chamou e eu acordei assustado e apontei o revólver para ele, ainda bem que na hora me lembrei de onde estava e pedi desculpas para o sujeito, não queria assustar ninguém. Entrei no elevador e apertei o número do apartamento, mas quando cheguei percebi algo diferente tinha mais alguém lá além da empregada, e qual não foi a minha surpresa ao encontrar a Patrícia deitada na minha cama e usando a minha camiseta, eu mereço ainda mais essa.

— Oi, Patrícia o que você está fazendo aqui?

— Olá, querido Nick! Eu vim para o Rio fazer o concurso e o seu pai me autorizou a ficar no apartamento dele. Tem algum problema? A Patrícia se levanta da cama e fica do meu lado esperando a minha resposta.

— Não tem problema, o apartamento nem é meu, eu só não quero você no meu quarto e usando as minhas roupas. — Argumento e fecho a cara esperando que ela entenda que não estou brincando.

— Já estou saindo do seu quarto e quanto à sua roupa. — Quando ela termina de falar, tira a minha camiseta que estava vestindo e sai nua do meu quarto.

Eu não entendo o que essa garota tem na cabeça, talvez se ela não fosse tão oferecida eu até pegaria, mas quando a esmola é demais todo santo desconfia, espero ela sair do quarto e tranco a porta, vai que ela resolve voltar e eu também não sou de ferro e pegar a Patrícia é a última coisa que pretendo fazer, talvez se existir só ela na face da terra eu não tenha outra opção quem sabe?

Entro no chuveiro e tomo um banho demorado, depois coloco uma cueca boxer preta e deito na cama, apago de um jeito que só acordo na manhã seguinte com o meu celular tocando.

— Oi, quem fala?

—Sou eu Nick, o Fernando.

— Ah, oi Fernando manda ver o que você quer? Lembrou que têm amigos? — Falo me deitando na cama.

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