Entrei no carro e liguei o som, preciso de um pouco de música.
- Oi. - Falei quando passei pela atendente.
- O chefe quer falar com você. - Ela Falou quase que imediatamente.
- Tá bom. - Falei.
Fui pra sala dele. Ele não está feliz.
- Com Licença. - Falei quando entrei.
- Sente - se. - Falou apontando pra cadeira.
- Então ? - Falei quando me sentei.
- Senhorita faz três meses que você vem intercalando em faltas e presenças no trabalho. As doenças que você vem inventando, tem um nome bem evidente. - Falou e fez uma pausa. - Drogas. Das fortes. Sua aparência entrega tudo Srta. Estamos próximos do fim do ano, tem muita gente querendo esse trabalho. Não posso deixar que uma drogada me faça perder clientes.
- Você está me demitindo ? - Perguntei.
- Sim, saia do meu estabelecimento. - Falou e apontou para a porta. - Depois acertamos o seu salário e as coisas que ainda faltam.
Eu queria gritar com ele, mas eu estou tão sem rumo... Ele está certo.
Sai da sala e todos os olhares eram direcionados pra mim.
A atendente estava me olhando com desprezo.
Mas eu sempre achei que... Eu não sabia que ela não gostava de mim.
- Ela não tem nem vergonha na cara de aparecer desse jeito aqui. É isso que os pobres aprendem. - Falou e riu. - Drogada. Sai. Está todo mundo com vergonha de você. - Falou rindo e apontando pra porta.
COMO É QUE É ? EM VOCÊ EU BATO.
- Está falando comigo querida ? - Falei me virando pra ela.
- Não sei se com você ou com as drogas que te tomaram conta. - Falou sarcasticamente.
Peguei o vaso de flor que estava no canto do meu lado e joguei nela, mas não acertei, o vaso bateu na parede.
- LOUCA. LOUCA. DROGADA. NÃO PASSA DE MAIS UMA VAGABUNDA. QUE SE VENDE PRA CONSEGUIR DROGA. EU VI ALISON. EU VI VOCÊ LÁ. - Gritou e riu.
- Me viu ? - Perguntei confusa.
- EU VI VOCÊ COMPRANDO POR ISSO FALEI PRO CHEFE. EU ATÉ GOSTAVA DE VOCÊ. MAS DEPOIS DE VER COMO VOCÊ É DEPRAVADA E PUTA .... - Falou
- CALA A BOCA. VOCÊ NÃO SABE DE NADA. - Falei com um nó na garganta. Ela acabou de divulgar isso pra todas as pessoas que estão aqui. - O QUE VOCÊ TAVA FAZENDO LÁ ? COMPRAS TAMBÉM ?
- Eu ? - Falou e riu. - Sabe, eu estava indo até a casa de uma das minhas amigas. Tive que passar por lá. E quem eu vejo pela janela do carro ? Isso mesmo você. Com o mendigo. Ele te apertou muito forte ? - Falou e riu.
Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu não Falei mais nada, só sai dali.
Cheguei em casa e usei mais do pó. Passei o resto do dia assim.
DOIS MESES DEPOIS...
Falta um mês pro Natal... Eu não tenho ninguém... Eu não consegui emprego ainda. Todos falam a mesma coisa " Não. Sua aparência não é agradável. " " Não trabalhamos com drogados. "
Eu tenho sido tão humilhada ultimamente...
Eu estou sem nada... Eu quase não tenho comida no armário... Eu só consegui continuar comprando a droga por que às vezes fiquei com o cara que me vende.
CZYTASZ
Segredos
RomansNós não controlamos o destino. Absolutamente não. Existe uma linha tênue entre o seu destino e você. Estão ligados e uma hora irão se encontrar. Acontecimentos geram mudanças, e mudanças geram escolhas, e escolhas geram consequências, Ei de que cada...
O abismo
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