A festa

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Deito em minha cama, ligo a televisão e assisto a uma série comum, pego minha mochila e o papelzinho da festa cai, o endereço. Eu nunca fui fã de festas, mas como o doutor disse, viver a adolescência, se encher de amigos, evitar preocupações. Por que não tentar? De qualquer forma, talvez estar com meus colegas me ajudaria.
Pego meu celular, olho o número de Thomas e mando uma mensagem para ele pelo Whatsapp.
"Olá, sou eu, Lua, Vai na festa de amanhã, se for, que tal irmos juntos?"
Segundos depois ele me responde.
"Não, ainda tenho umas coisas para fazer".
Eu olho incrédula para meu celular, será que mandei essa mensagem para o número errado? Abri a bela foto do perfil e lá estava ele com um lindo sorriso com Ravenna e aquela Loira da fila do refeitório. Então eles se conhecem?
Tudo bem então. Ele devia estar ocupado.
Espero ver Raven, Jheny ou Oliver por lá, por que seriam as únicas pessoas que eu conhecia. Mas como sou do conselho (Uma coisa que agora por esse lado agradeço por ter aceitado) Irei me enturmar mais.
Durmo completamente bem, nada de números por hoje.

O dia amanhece, noto pela cor brilhante do sol, um dia perfeito para fazer uma caminhada. Depois de ter feito toda a minha higene matinal, eu me visto esportivamente, pego uma garrafa de água e desço dessa vez pelo elevador, sem medo, e nada realmente me aconteceu.
Seu Steely colocava uma plaquinha de trânsito na frente da recepção, algo como " proibido vandalismo, não vou me acabar de pintar a droga desse prédio ".
Eu passei por ele me aquecendo e fazendo alguns alongamentos, ele nem percebeu, e se percebeu não deu a mínima importância.
-Bom dia Sr Steely! Aonde fica a praça mais próxima? - Ele olhou para mim e enxugou um suor que descia de sua testa.
- É fácil, é ali no outro quarteirão.  -Ele aponta.
Sem direitas e esquerdas dessa vez.
Fui andando rapidamnete e me já me vi correndo como uma atleta (Mentira).
A pracinha era maravilhosa, mesmo sendo um pouco pequena. Havia uma quadra de basquete aonde alguns meninos jogavam, também uma rampa de skate. Muitas flores. Árvores.
Fiquei correndo em círculo durante quase meia hora, logo então paro e tomo o restante de minha água.
Volto para casa, senhor Steely estava com sinaleiras no canto principal ajudando na passagem dos carros. Senhor Steely já era magro e alto, agora mesmo parecia um semáforo.
Eu entrei no prédio sorrindo de meu próprio pensamento e me deparei com algumas psssoas no predio, parece que haviam chegado moradores novos, eles ficaram lá tocando o sininho.
-Moça, você sabe quem pode nos atender? - Um homem de terno fala, ele estava com sua esposa que por sinal era linda e segurava um Bebezinho. -Viemos passar as férias aqui. -A mullher sorriu.
-Esperem só um segundinho.-Eu os deixo na recepção e vou até a porta.
-Senhor Steeeeeeeeely!!!!!!! - Eu Grito e o casal me olha assustado.
Se eles estão me achando uma louca então precisam conhecer o senhor bigodudo.
Eu sorri para eles.
-Já está vindo. - Falo e logo pego o elevador, mas desço segundos depois porque me lembro que não havia nada em minha geladeira.
Sorrio novamente para o casal que já deviam estar ao ponto de desistir de morar ali.
-Eu esqueci de comer.
Senhor Steely aparece vestido de verde, amarelo e vermelho.
-Senhor Steely, aonde fica o restaurante mais próximo? - Pergunto.
-Pega a direita, depois a direita, depois a direita, e de novo direita, vira a direita e sobe a esquerda. - Ele vira para o casal e fala preguiçosamente. -Oi.
Eu errro a porta, em vez de passar pela normal, passo pela giratória e dou duas voltas completas para sair do outro lado.

Ao voltar do restaurante, Me sinto feliz, tinha esquecido como era comer uma carne com arroz, alguma coisa feita em uma cozinha, comida de verdade.
Ao passar pelas ruas, fiquei hipnotizada nas vitrines das lojas, um vestido mais lindo que o outro. Até parei em uma para ver o preço, quase sai correndo, disse para moça que ia ali e voltava, mas nunca mais na vida ela vai ver meu rosto de novo.
Chegando no meu apartamento, respiro fundo e dou uma vista geral em meu guarda roupa, nenhuma roupa se quer! Que horror!
Vou no YouTube e procuro alguns jeitos de corte em camisas, pego um short azul, desfio em algumas partes e troco as cores do cadarço de meu Allstar. De branco para verde. A cor de minha camisa.
Perfeito.
Olho para o espelho, estava na hora de soltar o cabelo, penteio e prendo alguns cachos.
Depois de um longo banho, hidratação de pele, Fico enrolada no roupão e acabo dormindo.
Quando acordo, me olho no espelho novamente e começo a soltar os cachinhos presos que fiz com os dedos, passo um baton vermelho e coloco meu óculos, depois de totalmente arrumada, me olho no espelho e Dou um sorriso. Pego o endereço e Saio.
Chegando na recepção do prédio, lá estava senhor Steely engraxando os sapatos do novo morador que usava um terno preto e tinha compridos cabelos negros.
-Sr Steely, meu motorista, me leve até esse endereço. - Dou o papel para ele que me me analiza e passa os olhos pelo papel.
-Terei que busca-la que horas?
-Eu ligo. -Respondo ainda feliz pelo fato de não ser mais a única !moradora aqui, e feliz pelo fato de não ser a única a lidar com as loucuras desse funcionário.
Ele solta os sapatos do homem de vez no chão.
-Sr Lois, Espere 5 minutinhos.
Sr Steely pega as chaves de dentro de uma gavetinha do balcão e sai na frente. Logo o acompanho.
Nós viajamos em silêncio. Na verdade, não era nem muito longe. A noite do lado de fora que me dava calafrios.
Avisto jogos de luzes a distância. Sabendo que a parada era ali, eu desço.
Na entrada, haviam algumas garotas que ficaram me encarando, mas entrei sem da a mínima, lá dentro muitas pessoas dançavam loucamente, acho que esse lugar estava reservado só para esse pessoal da minha turma mesmo. O jogo de luz me deixava meio tonta, enquanto tentava passar pelo meio da multidão até chegar na bancada, a minha cabeça girava 360°.
Avisto Ravenna que dá um pulo ao me ver, ela e Jheny se aproximam de mim.
-Iai guria? -Jheny fala alto por ci!má do som.
Oliver vem do outro lado com umas garrafas de alguma coisa na mão, estava de bermuda e não Pude deixar de olhar seu par de pernas cabeludas.
-Ei Luanna! Você está .. Uau! - o Álcool recendeu. Ele parecia estar bêbado quando me olhava de baixo para cima repetidas vezes. Jheny vem e dá um de seus famosos pedalas no  garoto.
Dou uma olhada geral e peço para que Raven me acompanhasse até o balcão de bebidas, queria me sentar.
Ela sai me conduzindo.
Congelei.
Thomas estava do outro lado sentado em um sofá de luxo com aquela ruiva, eles sorriam. E meu coração quase parou.
A ruiva estava muito mais que magnífica naquele vestido vermelho que mostrava todo o seu corpo curvilinio. Ele me disse que não viria por... Ter coisas para fazer. E se essas coisas forem aquelas mesmas que ele chamou de problemas quando faltou às aulas? Pelo menos era um problema que o fazia sorrir, ao contrário de mim que vivia dando broncas.
Raven começa a me puxar dali, mas eu não saí, via várias vezes aquela cena para ter a certeza de que desde o começo Eu estava certa. Garotos eram todos iguais. Tudo não passou de farça. Eu só não acredito que dessa vez caí. Mas a culpa não foi minha, como o doutor disse, minha mente estava fraca.
A ruiva me viu, sorriu sarcasticamente, passou as mãos por Thomas e o puxou para um beijo. Isso foi mais doloroso do que quando eu disse para Thomas que não confiava nele? Acho que sim. E bem, o que eu disse foi uma verdade. Se meu cérebro confundiu ele com aquele garotinho inoscente de minha visão, então o doutor estava mais uma vez certo, minha cabeça estava uma completa desordem. Confusão.
Uma lágrima caiu, por qual motivo? Eu não sabia responder. De repente foi uma lagrima prosseguida da outra.
O momento certo em que Thomas notou minha presença.

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