Ponta de sentimento

49 2 0
                                    

Eu olho para o Rosto de Thomas ainda desconfiada, Ele passa o cinto de segurança sobre a minha cintura. Que tipo de carro é esse que estou.
- Gosta de velocidade?
Eu balanço a cabeça negativamente e ele dá um sorriso de lado com um duplo sentido que não compreendi.
- Comprei esta beleza ontem.
Olho ao meu redor todo tempo em silêncio, isso serve de lição de vida para mim, nunca faça apostas com uma pessoa que você não conhece, ela pode ser expert em matemática.
- É um Bugatti Veyron. - Eu não entendo nada de carros, então essa palavra entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Quando ele pisou no acelerador, meu coração acelerou junto,
Se eu não morri na escada, então é agora que eu não escapo.
Fecho os olhos quando ele arranca, a rua tinha poucas pessoas o que facilitou tudo aquilo. Porque eu só me meto em confusão?
A velocidade era imensa.
- Você é louco?! Eu até cheguei a pensar que você fosse diferente! - Grito. - Para esse carro agora!!
- Você me disse que era fiel as apostas.
- Por favor! - Eu retiro o cinto de segurança . - Eu faço tudo o que você quiser por uma semana mas por favor para esse carro. - Choraminguei. Ele fez isso de mal, lançou essa segunda opção só para eu desistir e aceitar a primeira. Esse cara não é bom só em estratégias matemáticas.
Ele para de vez, o que faz eu sacar a mil para a frente, em uma velocidade incrível o seu braço me sustenta, ele me puxa para o lado e eu me deparo sentada em seu colo de frente para aqueles lindos olhos.
- Luanna, você sosimou o cinto? Você soltou o cinto de segurança?! Oh meu Deus, o que eu faço com você. - Ele retira os fios de cabelo que pairavam sobre meu rosto e me abraça forte, aproximando meu corpo ao dele mais ainda do que já estava. A minha posição fazia com que meu rosto ficasse bem próximo ao seu .
- Você quer me matar de susto minha Princesa. - Ele sussurra ainda me abraçando.
Eu Fico observando o seu rosto sossegada, e ele retribui, os seus olhos escureceram, tornaram-se intensos, eu toco os seus cabelos por mera curiosidade, eram tão macios. Eu estava ali, inocentemente como um mosquito atraído por luz. Tinham inúmeras palavras furiosas para soltar mas me acalmei. O seu olhar baixou dos meus até a minha boca, ele ficou ali parado, como quem estivesse lutando por uma vontade enlouquecedora. Meus joelhos batiam um de cada lado no assento do motorista, eu tentei me afastar com o rosto mais vermelho que um pimentão mas com uma força irreconhecível ele me puxa para perto novamente, e faz com que minha testa encostasse na sua, meu coração acelera novamente e uma corrente dentro de mim cria forças. Suas mãos passam de minha cintura para meus quadris mas então ele me solta repentinamente e me olha de forma como se estivesse de frente a algum tipo de feiticeira.
- Nunca-mais-faça-isso-de-novo. -Ele fala quase em sussurro. -Se a primeira passou, a segunda também, a terceira eu não irei me controlar. - Do que ele está falando? Foi ele que me puxou, se bem que quebrar a cara no vidro do carro não iria ser legal.
- A culpa novamente foi sua. - Franzo as sobrancelhas e volto para meu assento.
- Minha? - Ele sorri. - Se toda vez que eu te salvar e acontecer algo assim eu sairei por culpado?
- Foi você que quis nos matar. Lembra?
-Luanna, eu poderia morrer mas não deixaria que NADA te acontecesse, isso foi um teste de confiança com você.
- Do que voce está falando? - Pergunto.
- Ontem você não me disse nada. Está acontecendo alguma coisa e você não me diz nada! Lembra o que eu te Falei? Você não confia nas pessoas! Não confia em mim.
- E porque eu confiaria? - Pergunto. - Nem te conheço!
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, como se tivesse levado uma flechada no meio do peito. Como se aquilo que eu disse, o tivesse acertado em cheio.
Ele fechou o rosto e pisou novamente no acelerador, mas dessa vez mantendo uma velocidade normal.
- Você ainda tem uma aposta para pagar. - Ele falou sério , pegou um ray ban escuro e colocou sobre os olhos que ficaram o tempo todo firme na estrada.
Eu fiquei pensando no que ele disse, como "nunca deixaria nada te acontecer" "teste de confiança". Pensei em minhas palavras, talvez duras demais. Ai que droga! Agora eu me sinto uma idiota. Por que não posso ser como uma pessoa normal? Eu olho para seu rosto e meu coração ficou enlatado, mas porque? Porque? Preferia estar brigando com ele, ouvir os jeitos malucos dele de me fazer sorrir do que vê- lo assim. Poderia ter falado " Foi mal, eu confio em você por algum motivo que não sei bem o porque, só não quero que se afaste por me achar uma louca depois de ouvir tudo que tenho a dizer" .
Mas escolhi o silêncio, novamente o silêncio.

ProtegidosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora