Pai

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— Pelos céus, tinha que ser o Satoru. — Murmurou Suguru, contemplando Satoru.

Megumi, momentaneamente imóvel, permaneceu de costas para Satoru. Um arrepio percorreu seus pequenos braços, enquanto a voz um pouco atrás de si ecoava em sua mente.

—  De forma alguma. Ele não irá. — Declarou Suguru, indo na direção da criança.

— Certamente, pelo visto o senhor é uma grande figura, não é, Suguru? — Satoru foi sarcástico, com um sorriso nitidamente forçado em seus lábios. — Megumi, venha cá imediatamente. — Satoru revirou os olhos.

Suguru avançou decididamente em frente de Megumi, sua voz firme ecoando um "Não" convicto. Satoru se aproximou lentamente, suas palavras carregadas de uma tensão palpável.

— Eu não quero ter que brigar com você, Suguru. Então apenas me passe a criança. — Satoru disse, encarando Suguru com uma expressão séria.

Suguru não recuou, mantendo-se firme diante do olhar desafiador de Satoru.

—  O que foi? Vai me processar ou me bater? —  Ele falou, sem medo algum em sua voz. — Satoru, não sei se você sabe, mas acho que dois dias não é o suficiente para você esquecer como eu sou.

—  Tá dizendo que eu devo abaixar a cabeça pra você? Suguru, eu sei muito bem como você é, e é por isso mesmo que faço isso. Me dê a criança. — Sua voz firme e um pouco rouca passando pelos ouvidos de Suguru e saindo pelo outro.

—  Você é pai dele ou algo do tipo? — Suguru cruzou seus braços.

—  … Eu sou. Eu sou o pai dele, portanto, me dê a criança. — Satoru deixou desviar o olhar por um minuto, engolindo seco.

Megumi inclinou sua cabeça pro lado, tentando enxergar Satoru em frente ao Suguru. Suas sobrancelhas eram franzidas, e seu olhar confuso.

—  Meu pai??? — Megumi sussurrou.

—  … Oh. O pai dele…— Suguru travou por um segundo, viajando, enquanto murmurava. Ele estava tão confiante pra ouvir essa bomba… Até finalmente raciocinar a frase do homem por completo. — É… Desde quando você tem um filho?? — Suguru perguntou.

—  Pra que você quer saber? Se eu disse, é óbvio que é. — Satoru respondeu, franziu o cenho, cruzando seus braços.

—  … — Suguru pensou por um tempinho, até dar leves cutucadas no braço do pequeno menino, alertando para ir.

—  Hum. Pensei que iria perguntar o porquê eu não o chamo pelo nome. — Resmungou Satoru, observando cada passo de Megumi indo em sua direção.

Suguru não conseguia manter seu olhar em um lugar fixo, ele parecia bem confuso, para ser sincera. O moreno engoliu seco, apenas se afastando… Por um segundo.

—  Suguru. — Uma voz penetrante e firme um pouco atrás do homem ressoou por toda praça. Tudo pareceu ficar mudo quando Suguru ouviu. Esta voz soou com força e intensidade, mas ao mesmo tempo aparentava ser suave. Suguru lançou um olhar furtivo por cima do ombro, olhando Satoru, parado com Megumi ao seu lado.

—  ? — Suguru.

—  Não, deixa pra lá. Foi só a força do hábito. —  Satoru disse, por fim, se retirando, levando Megumi consigo.

Meimei caminhava pelos corredores de sua empresa, sua presença elegante destacando-se contra os tons neutros do ambiente corporativo. Seu vestido branco, adornado com botões dourados reluzentes, envolvia-a com um toque de sofisticação. As longas mangas, quase como as de um casaco, adicionavam um ar de mistério enquanto ela se movia com graça. Não podemos esquecer do decote clássico um pouco acima de seus seios. Seu cabelo, solto como sempre, caía em ondas suaves sobre os ombros, enquanto seus brincos novos adicionavam um brilho sutil que complementava perfeitamente seu conjunto. Cada passo de Meimei ressoava pelos corredores, ecoando como um lembrete de sua presença decidida. Em sua mão, um pequeno caderno de anotações em que ela buscou no andar de cima, talvez hoje fosse seu dia... Ao se aproximar de um elevador próximo, Meimei estendeu a mão para pressionar o botão, um pouco ansiosa. Quando as portas se abriram, talvez uma surpresa não fosse tão agradável: Sukuna, o mesmo homem que quase pôs Gojou atrás das grades. Já não bastava Yorozu, agora esse cão também? Por sorte, ele não a viu, pois estava ajustando sua gravata com uma expressão de concentração. O semblante de Meimei endureceu ligeiramente ao ver Sukuna, uma mistura de surpresa e indignação cruzando seu rosto. Com um movimento rápido e discreto, ela deu meia volta, com passos rápidos. Meimei afastou-se do elevador, seu semblante agora deixando nítido seu desespero e indignação.

Primeiro Olhar, Talvez? (SATOSUGU)Where stories live. Discover now