Revelações.

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Depois de muita enrolação, Satoru finalmente decidiu enfrentar suas decisões e seguir em direção à casa de Suguru. Seu coração batia forte no peito enquanto caminhava pelas ruas conhecidas de sua cidade natal, digamos Tokyo. Ele sabia que essa conversa seria difícil, e era pior ainda lembrar que era com Suguru. Ao chegar à porta de Getou, Satoru respirou fundo e bateu três vezes, suavemente. O som ecoou pelo corredor vazio, fazendo seu estômago se revirar de nervosismo. Finalmente, a porta se abriu, revelando Suguru parado lá, olhando para ele com uma expressão surpresa.

—  Veio se desculpar? —  Suguru murmurou, sua voz carregada de confusão e extremo cansaço.

—  Só deixa eu entrar, vai.. —  Satoru disse, suspirando.

—  Não. — Sua voz aparentou ser direta e sem hesitação. — Fala logo, Satoru.

Satoru engoliu em seco, reunindo toda a coragem que tinha dentro de si.

—  Precisamos conversar… Por favor, deixe eu entrar. — Satoru disse, sua voz soando mais firme do que ele se sentia.

—  Conversar sobre o que, Satoru?? Você só faz merda e no final sobra pra mim, você acha que automaticamente pedir desculpas vai anular o que você fez?!  — Suguru disse num tom meio alto, porém não gritou.

—  Anular o que eu fiz? —  Satoru deixou escapar uma risada curta e sarcástica. — Me diz.. Quando é que você vai admitir que foi sua culpa?

—  Minha culpa?! Ah não… Eu não ouvi isso. —  Suguru soltou um riso nasal, desviando o olhar. — Eu praticamente tirei você das mãos daquela maluca e… — Suguru foi interrompido por Satoru que começou o encarar com um olhar… “Desafiador”?

—  Não vem se fazer de vítima, Suguru. Se você não tivesse sido TÃO infantil ao ponto de revidar, isso de fato, não teria acontecido. — Satoru respondeu num tom firme e apertado, é sério mesmo que ele meteu essa..?

—  Você ao menos presenciou, o que custa acreditar em mim?! — Suguru gritou, ele realmente aparentava bem nervoso com essa situação, afinal, ele não SUPORTA acusações falsas, ainda mais que o envolve no meio.

—  Você não entende?! ELA é prioridade, você não é NADA meu além de um mero desconhecido. Não haja como se fosse meu noivo verdadeiramente, porra! — Satoru gritou de volta, se aproximando do moreno. Seu semblante era claramente estressado, se tem uma coisa que não é normal ver em Satoru, é ele realmente bravo.

—  Não sou nada além de um desconhecido? Ótimo, Satoru. Então a partir de agora, eu sou apenas isso pra você, tanto em público, quanto em qualquer outro lugar existente no mundo em que você possa imaginar. — Suguru “acalmou” sua voz..? Talvez. As palavras de Satoru com certeza mexeram muito com o moreno, mesmo sem sentir qualquer tipo de sentimento pelo mesmo. Suguru sem dúvidas odeia que gritem com ele, ainda mais quando dizem coisas para chateá-lo em meio de suas ações. Getou entrou novamente para dentro de sua casa, fechando sua porta na cara de Satoru, onde com certeza deixou Gojou cada vez mais impaciente.

—  Santo Cristo…. — Satoru murmurou, já até começando a suar. Que se foda o Suguru, o que realmente importa agora é a carreira de Satoru… Se Getou desistiu assim, obviamente sua advocacia já não é mais prioridade.

Shoko se espreguiçou na cama, espantando a preguiça que geralmente a dominava.
Pensando bem… Talvez não seria uma boa ideia ficar parada enquanto diversas coisas acontecem, principalmente quando seu melhor amigo está passando por uma situação que ninguém gostaria de passar. Shoko levantou-se e caminhou até a cozinha, esperando encontrar alguma inspiração para cozinhar algo para Suguru quando fosse recebê-lo. No entanto, ao abrir a geladeira, viu que não havia nada que pudesse usar para preparar uma refeição decente… As prateleiras estavam quase vazias, com apenas algumas bebidas e condimentos básicos. Bem, parece que temos… Pão com geleia ou geléia com pão. Shoko decidiu que iria ao mercado fazer compras, ela vestiu uma roupa confortável, pegou sua bolsa e saiu de casa. O clima estava agradável, normalmente, a rua movimentada logo de noite, é péssima para compras… Porém hoje estava até calmo, comparado com os outros dias... Sim. Shoko apreciou a caminhada até o mercado, observando as pessoas ao seu redor. Chegando ao mercado, Shoko pegou um carrinho e começou a selecionar os ingredientes que precisava. Sem hesitar, ela foi direto pegar um potão de sorvete porque sabia que Suguru precisaria, além de pegar alguns frangos e brócolis. Enquanto andava pelos corredores, Shoko até pensou em experimentar algumas receitas novas.

Primeiro Olhar, Talvez? (SATOSUGU)Where stories live. Discover now